AUTÓGRAFO Nº 032/92, DE 21/05/1992
Projeto de Lei Complementar nº 001/92
Autor: Executivo Municipal

A CÂMARA MUNICIPAL DE SUZANO decreta:


Art. 1º Fica aprovado o Plano Diretor de Suzano, para o Período 1992/2003, na forma constante nesta Lei Complementar e no seu Anexo nº 1, que dela faz parte integrante, e que contém as seguintes subdivisões:
   I - INTRODUÇÃO
      I.1 - O Processo de Planejamento em Suzano - Antecedentes e Quadro Atual;
      I.2 - O Plano Diretor Para o Período 1992 / 2003, suas Funções, Finalidades e Inserção Legal;
      I.3 - O Processo de Discussão do Plano Diretor;
      I.4 - A Estrutura do Plano Diretor.
   II - O MUNICÍPIO DE SUZANO - CONTEXTO REGIONAL E PERSPECTIVAS
      II.1 - Suzano e sua Região;
      II.2 - Questões Fundamentais do Desenvolvimento de Suzano;
      II.3 - O Papel do Poder Público em Suzano;
      II.4 - A Participação do Setor Privado no Desenvolvimento de Suzano;
      II.5 - Alternativas e Perspectivas para Suzano.
   III - MUNICÍPIO DE SUZANO - DADOS GERAIS
      III.1 - Caracterização Físico-Territorial;
      III.2 - Aspectos Geomorfológicos;
      III.3 - Potencial Mineral do Município.
   IV - MUNICÍPIO DE SUZANO - VARIÁVEIS E INDICADORES LOCAIS - EVOLUÇÃO E PROJEÇÔES
      IV.1 - População;
      IV.2 - Emprego;
      IV.3 - Renda;
      IV.4 - Equipamentos Sociais;
      IV.5 - Equipamentos de Infra-Estrutura;
      IV.6 - Demanda de áreas;
      IV.7 - Receitas e Outros Dados Orçamentários.
   V - MUNICÍPIO DE SUZANO - OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO
   VI - POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO GLOBAL
   VII - PROPOSTAS SETORIAIS
      VII.1 - Equipamentos Sociais - Proposições;
      VII.2 - Equipamentos de Infra-Estrutura - Proposições;
      VII.3 - Serviços Municipais - Proposições.
   VIII - PROPOSIÇÕES ESPACIAIS
   IX - POLÍTICA HABITACIONAL
   X - POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE
   XI - POLÍTICA CULTURAL
   XII - ORIENTAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO
      XII.1 - Subdivisões Espaciais;
      XII.2 - Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo;
      XII.3 - Projetos Urbanísticos;
      XII.4 - Planos e Projetos Setoriais;
      XII.5 - Gestões Junto a Outros Poderes;
      XII.6 - Orçamentação;
      XII.7 - Processo de Planejamento Permanente - Montagem e Gestão.

Art. 2º O Plano Diretor de Suzano para o período 1992/2003, na forma da presente Lei Complementar, atende ao disposto na Lei Orgânica Municipal, especialmente nos artigos 3º, , 36, 68, 157, 158 e 203, e na Lei Complementar nº 001/91, de 27 de junho de 1991, constituindo-se na referência básica para as funções e vinculações nela estabelecidas.

Art. 3º O quadro de objetivos, diretrizes e demais conteúdos do Plano Diretor está amparado por um conjunto de pesquisas, estudos e análises específicas que se consubstanciam em documentos técnicos, arrolados no Anexo nº 2 desta Lei, e que dela fazem parte, como peças acessórias, devendo assim ser consideradas para os fins pertinentes.

Art. 4º As diretrizes, normas e projetos relativos ao ordenamento do uso e ocupação do solo para o Município de Suzano, serão complementados e ajustados às diretrizes e prioridades do Plano Diretor estabelecido pela presente Lei Complementar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de sua promulgação.

Art. 5º Obedecido o disposto no Capítulo XII, Seção XII.1 do Anexo nº 1 da presente Lei Complementar, ficam estabelecidos os perímetros, descritos textualmente e representados cartograficamente, nas plantas constantes do Anexo nº 3, que abrangem as áreas urbanas e rurais do Município.
   § 1º Os originais das plantas oficiais da representação cartográfica do Anexo nº 3 desta Lei Complementar ficarão sob a custódia da unidade competente do Executivo Municipal, em condições de perfeita conservação e inviolabilidade, admitida sua reprodução, sempre que necessário, sob estrito controle da unidade responsável pela sua custódia.
   § 2º Para efeito de informação e divulgação, o Executivo Municipal poderá mandar imprimir, copiar, reproduzir e veicular as plantas oficiais referidas no parágrafo anterior, observada rigorosamente a similitude com o original, devendo as reproduções conter a data de impressão, a autorização e a assinatura do Prefeito Municipal e o seguinte texto:

"Esta planta é cópia fiel do original, traçado sobre bases pertencentes ao Sistema Cartográfico Metropolitano da Grande São Paulo, e das plantas oficiais do Plano Diretor 1991 do Município de Suzano, que se encontram sob custódia, nos termos da Lei Complementar nº 001/91, de 27 de junho de 1991."

   § 3º É facultado ao Executivo Municipal, através da unidade responsável pela custódia das plantas oficiais, mandar reproduzir, imprimir e veicular plantas indicativas e de referência das mesmas, em escalas reduzidas, devendo tais plantas conter texto elucidativo de que não são cópias similares das plantas oficiais.

Art. 6º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua promulgação.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Sala da Presidência da Câmara Municipal de Suzano, em 21 de maio de 1992.

_____________________________________
Vereador DINIZ JOSÉ DOS SANTOS FARIA
Presidente

______________________________
Vereador JOSÉ RENATO DA SILVA
1º Secretário

__________________________
Vereador ISSSAO NISHIKAWA
2º Secretário


Registrado em livro próprio na Secretaria da Câmara Municipal de Suzano, na data supra.

_______________________________
MARCILIO GONÇALVES PEREIRA
Secretário




Capa - Plano Diretor


PLANO DIRETOR 1991

Anexo nº 1 da Lei Complementar nº ___ de __/__/199__

SUMÁRIO

   I - INTRODUÇÃO
      I.1 - O Processo de Planejamento em Suzano Antecedentes e Quadro Atual
      I.2 - O Plano Diretor Para o Período 1992/2003, suas Funções, Finalidades e Inserção Legal
      I.3 - O Processo de Discussão do Plano Diretor
      I.4 - A Estrutura do Plano Diretor
   II - O MUNICÍPIO DE SUZANO - CONTEXTO REGIONAL E PERSPECTIVAS
      II.1 - Suzano e sua Região
      II.2 - Questões Fundamentals do Desenvolvimento de Suzano
      II.3 - 0 Papel do Poder Público em Suzano
      II.4 - A Participação do Setor Privado no Desenvolvimento de Suzano
      II.5 - Alternativas e Perspectivas Para Suzano
   III - MUNICÍPIO DE SUZANO - DADOS GERAIS
      III.1 - Caracterização Físico/Territorial
      III.2 - Aspectos Geomorfológicos
      III.3 - Potencial Mineral do Município
   IV - MUNICÍPIO DE SUZANO - VARIÁVEIS E INDICADORES LOCAIS - EVOLUÇÃO E PROJEÇÕES
      IV.1 - População
      IV.2 - Emprego
      IV.3 - Renda
      IV.4 - Equipamentos Sociais
      IV.5 - Equipamentos de Infra-Estrutura
      IV.6 - Demanda de Áreas
      IV.7 - Receitas e Outros Dados Orçamentários
   V - MUNICÍPIO DE SUZANO - OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO
   VI - POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO GLOBAL
   VII - PROPOSIÇÕES SETORIAIS
      VII.1 - Equipamentos Sociais - Proposições
      VII.2 - Equipamentos de Infra-Estrutura - Proposições
      VII.3 - Serviços Municipais - Proposições
   VIII - PROPOSIÇÕES ESPACIAIS
   IX - POLÍTICA HABITACIONAL
   X - POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE
   XI - POLÍTICA CULTURAL
   XII - ORIENTAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO
      XII.1 - Subdivisões Espaciais
      XII.2 - Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo
      XII.3 - Projetos Urbanísticos
      XII.4 - Planos e Projetos Setoriais
      XII.5 - Gestões junto a Outros Poderes
      XII.6 - Orçamentação
      XII.7 - Processo de Planejamento Permanente Montagem e Gestão

LISTAGEM DE MAPAS

TÍTULO
CITADO EM
01
Proposições Espaciais
Plano Diretor 1971
I.1
02
Situação Regional
II.1.1
03
Bacias Hidrográficas
III.1
04
Geomorfologia
III.2
05
Condicionantes do Desenvolvimento
Mapa de Forças
VI
06
Sistema Viário
VII.2
07
Proposições Espaciais
Plano de Massa
VIII
08
Ocupação Habitacional
IX
09
Loteamentos em Área de Proteção aos Mananciais
IX
10
Subdivisões Espaciais
XII.1
   
XII.2


LISTAGEM DE TABELAS

TÍTULO
CITADO EM
01
Estimativa da População
Segundo Alguns Indicadores
IV.1
02
Projeção da População
por Faixa Etária
IV.1
03
Número de Estabelecimentos e Pessoal Ocupado no Setor Agropecuário
IV.2
04
Número de Estabelecimentos Industriais e Pessoal Ocupado 1960/1980
IV.2
05
Número de Estabelecimentos e Emprego por Setores Industriais 1982/1988
IV.2
06
Taxa Geométrica de Crescimento do Número de Estabelecimentos e Emprego nos Setores Secundário e Terciário 1960/1988
IV.2
07
Número de Pessoas Ocupadas por Setor de Atividade
IV.2
08
Número de Estabelecimentos e Empregos no Setor Terciário
IV.2
09
Equipamento Educacional - Rede Física - Escolas de 1º e 2º Graus
IV.4.1
10
Número de Matrículas e classes por Grau de Ensino e Turnos 1991
IV.4.1
11
Situação da Rede Física e Demanda em Potencial 1991
IV.4.1
12
Demanda de Matrículas por Grau de Ensino Projeção 1995/2000
IV.4.1
13
Diagrama de Fluxo Aparente de Evasão e/ou Repetência por Grau de Ensino e Série
IV.4.1
14
Índice de Assincronia - Matrícula Inicial do Ensino de 1º Grau
IV.4.1
15
Índice de Assincronia - Matricula Inicial do Ensino de 2º Grau
IV.4.1
16
Estimativa da Demanda de Equipamentos de Saúde Centros de Saúde
IV.4.2
17
Estimativa de Demanda de Equipamentos de Saúde Leitos Hospitalares
IV.4.2
18
Projeções de Centros de Saúde/UBS 1990/2000
IV.4.2
19
Projeções de Leitos Hospitalares 1990/1995/2000
IV.4.2
20
Distribuição das Áreas Urbanas, Rurais, de Proteção aos Mananciais e de Proteção Ambiental
IV.6
21
Áreas com Designações de Uso Estabelecidas
IV.6
22
Áreas de Lazer/Recreação por Unidade de Serviço Projeções 1995/2000
IV.6
23
Balanços do Município de Suzano Receitas 1983/88
Valores Corrigidos NCz$
IV.7
24
Balanços do Município de Suzano
Despesas por Categoria Econômica 1983/88 Valores Corrigidos NCz$
IV.7
25
Balanços do Município de Suzano
Composição Percentual das Receitas 1983/88
IV.7
26
Balanços do Município de Suzano
Composição Percentual das Despesas 1983/88
IV.7
27
Balanços do Município de Suzano
Despesas por Função 1983/88
Valores Corrigidos NCz$
IV.7


LISTAGEM DE GRÁFICOS

TÍTULO
CITADO EM
01
Distribuição da Renda Familiar
Município de Suzano 1977/1982
IV.3
02
Distribuição de Renda
Gráfico de Gini Município de Suzano 1977
IV.3
03
Distribuição de Renda
Gráfico de Gini Município de Suzano 1987
IV.3


   I INTRODUÇÃO
      I.1 O Processo de Planejamento em Suzano - Antecedentes e Quadro Atual
O Município de Suzano Participa, juntamente com outros da Sub-Região Leste da Grande São Paulo, de um movimento de planejamento local que pode ser conotado como pioneiro nesta Região Metropolitana.

Remontam à década de 60 as primeiras manifestações desse movimento, que deve muito à ação pedagógica e organizativa do Arqº. Frederico René de Jaegher, técnico natural da Sub-Região e nela residente por muitos anos, que esteve à frente da maior parte das iniciativas de planejamento de seus Municípios, notadamente Poá, Suzano e Mogi das Cruzes.

Este último Município, já por volta de 1965, recebia seu primeiro plano diretor, coordenado por de Jaegher, e instrumentado por Legislação específica de zoneamento e parcelamento do solo. Em 1970, foi à vez de Suzano receber seu primeiro plano diretor, elaborado com a consultoria da Empresa Neves & Paoliello, sob a coordenação local do técnico citado. À época da sua elaboração, o Plano Diretor de Suzano integrou o esforço, estimulado pelo Governo Federal, de dotar o País de um Sistema Nacional de Planejamento Local Integrado, para o qual foram direcionados recursos financeiros do BNH - Banco Nacional de Habitação e apoio técnico do Serfhau - Serviço Federal de Habitação e Urbanismo.

Trabalhando dentro dos lineamentos estabelecidos pelo Serfhau, e da sistematização a nível do Estado de São Paulo, efetuada pelo CEPAM - Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal, o Plano Diretor, concluído em 1971, tomou a denominação e as características do chamado PDDI - Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, abrangendo em seus produtos finais volumosos diagnósticos e prognósticos, uma política de desenvolvimento e um Plano Diretor Físico, material esse hoje disponível parcialmente para consulta (Mapa nº 01).

O Plano Diretor veio a ser aprovado, pela Lei nº 1.255, em 14 de dezembro de 1971, seguindo-se a essa aprovação a de várias Leis de uso e ocupação do solo, entre as quais se destacaram as de nºs 1.541/76 e 2.214/87. A partir desses fundamentos do incentivo de Frederico de Jaegher e com a presença de um grupo crescente de técnicos especializados, o Município de Suzano veio desenvolvendo uma atividade constante de Planejamento, que se estende até o presente, dentro da Secretaria de Planejamento da Prefeitura local.

É certo que a atividade maior da Estrutura de Planejamento de Suzano, tem estado voltada, primordialmente, à imposição da Legislação de uso e ocupação do solo, e as ações técnicas localizadas de apoio aos Programas do Executivo, antes que uma ação sistemática de implantação, monitoramento, avaliação, revisão e atualização do PDDI.

Da mesma forma, a feitura de planos localizados que deveriam defluir do PDDI não chegou a ser efetuada, o mesmo ocorre com o sistema de informações que continua, no Município, bastante defasado em relação às necessidades do planejamento, com o Cadastro Municipal isolado desta atividade, voltado, apenas para aspectos tributários, sem oferecer subsídios adequados para uma ação planejada.

A iniciativa da revisão e atualização do Plano Diretor emerge, em Suzano, a partir do início de 1990, em resposta a duas necessidades: de um lado, a de aperfeiçoar o conjunto de normas vigentes de uso e ocupação do solo, que se apresenta com notórias insuficiências, seja no que tange ao direcionamento espacial do assentamento, seja no próprio enquadramento de empreendimentos e atividades que configuram o uso; de outro, a exigência da Lei Orgânica Municipal que, instrumentando as obrigatoriedades de realização do Plano Diretor local, constante dos artigos 182, par. 1º da Constituição Federal e 181, Par. 1º da Constituição Estadual, determinou, em seu artigo 203, que Projeto de Lei instituindo aquele Plano fosse submetido pelo Executivo à Câmara Municipal em até, no máximo, 360 (trezentos e sessenta) dias contados da data de sua promulgação.

Atendendo a essa obrigatoriedade, dentro do prazo legal, o Executivo enviou à Câmara de Vereadores para apreciação, a 04 de abril de 1991, a primeira parte da matéria referente ao Plano Diretor, que consiste nas normas disciplinadoras e organizativas do processo de planejamento de caráter permanente do Município de Suzano e da participação comunitária neste processo. O Projeto veio a ser aprovado a 27 de junho de 1991, convertendo-se na Lei nº 001/91. A presente versão do Plano Diretor tem presentes todas as determinações que emanam dessa norma e a atende no que respeita a conteúdo mínimo, indicações para planos específicos e para o Plurianual, para as ações executivas e a organização e teor dos instrumentos de implantação - Legislação de uso e ocupação do solo, códigos de edificações/instalações e de posturas.

Dentro desse quadro evolutivo, uma vez aprovado o Plano Diretor, na sua versão presente, e obedecidas às determinações da Legislação do processo de planejamento e da participação comunitária, o Município de Suzano entrará em nova etapa no que respeita a sua ação de Governo, caracterizando-a pela intencionalidade e pela racionalidade, que deverão levar, a curto e médio prazo, ao melhor aproveitamento dos fatores locais e regionais em benefício de seu processo de desenvolvimento.

      I.2 O Plano Diretor Para o Período 1992/2003, suas Funções, Finalidades e Inserção Legal
Nesta versão, o Plano Diretor atende ao disposto na Legislação do processo de planejamento e da participação comunitária, comportando um prazo de vigência de 12 (doze) anos e horizonte temporal de propostas de 15 (quinze) anos. É o resultado de um processo de elaboração técnica, amparado em processo de discussão pública, a partir do qual a versão final do Plano passa pela apreciação e aprovação do Legislativo.

De acordo com a Lei, o Plano Diretor, em sua versão final, elaborado pela Administração, através da unidade de planejamento, tem como função fornecer as bases técnicas e programáticas necessárias à elaboração dos Orçamentos, bem como dos planos específicos e programas financeiros dos órgãos e entidades do Executivo, promovendo sua integração e propiciando as condições necessárias à habilitação do Município para captação de recursos financeiros de apoio a programas de desenvolvimento urbano junto a fontes nacionais e externas.

É, também, função do Plano tornar públicos os dados atualizados concernentes à realidade municipal, bem como os objetivos e diretrizes da Administração, motivando e canalizando adequadamente a participação da Comunidade e dos órgãos e entidades públicas nas decisões fundamentais relativas ao desenvolvimento local e orientando a utilização dos recursos municipais e o desenvolvimento urbano integrado.

De acordo, ainda, com a mesma Legislação, é finalidade do Plano Diretor fornecer projeções - populacionais, de demanda e oferta de empregos, de demanda de áreas para as atividades urbanas, de serviços de infra-estrutura e de equipamentos sociais, de demanda habitacional, bem como de recursos financeiros municipais e de investimentos públicos. O Plano deve, também, proceder à revisão, atualização e complementação da base geodésica, à delimitação de subunidades espaciais, à definição de critérios a serem observados no ordenamento do uso e ocupação do solo e da área urbana legal.

É, por fim, finalidade do Plano o fornecimento de diretrizes relativas à estrutura urbana, uso do solo e equipamentos sociais e de infra-estrutura que sirvam de orientação para planos e programas de obras e investimentos.

      I.3 O Processo de Discussão do Plano Diretor
Nos termos da Legislação que disciplina o processo de planejamento, a versão final do Plano Diretor resulta de processo de discussão pública da versão preliminar. Segundo a referida norma, elaborada a minuta do Plano, a unidade de planejamento providência a sua discussão pelo Setor Público através dos órgãos da Administração Direta e Indireta nos âmbitos municipal, metropolitano, estadual e federal, e pela Comunidade, através dos órgãos e entidades representativas e por quaisquer Municípes. Recebidas e aprovadas as sugestões, a unidade de planejamento procede à elaboração da segunda minuta do Plano, incorporando as que forem pertinentes, de acordo com os critérios e condições fixadas, tendo justificada formalmente a não incorporação das demais.

      I.4 A Estrutura do Plano Diretor
O Plano Diretor inicia-se pela colocação do Município no contexto regional, apontando as questões fundamentais do seu desenvolvimento, o papel do Poder Público e do setor privado nesse processo e as alternativas e perspectivas para Suzano.

Prossegue salientando os dados gerais do Município e apontando as variáveis e indicadores locais de desenvolvimento, bem como, sua evolução e projeções. A seguir, o Plano coloca os objetivos e delineia a política de desenvolvimento global, juntamente com um quadro de proposições e orientações a serem observadas na sua implantação.

   II MUNICÍPIO DE SUZANO - CONTEXTO REGIONAL E PERSPECTIVAS
      II.1 Suzano e sua Região
         II.1.1 O Território de Suzano
O território do Município de Suzano resulta de desmembramento do Município de Mogi das Cruzes, datado em 1948. Compõe, com este Município, um mesmo compartimento físico-ambiental de grande potencial de recursos hídricos e de exploração de solo, área natural de irradiação de caminhos e de passagem ou integração regional.

Este compartimento corresponde às bacias dos Rios Taiaçupeba e Guaió, principais formadores da Bacia do Alto Tietê, a Leste de São Paulo.

Os Rios Guaió e Taiaçupeba, com suas cabeceiras de drenagem na Serra do Mar, conduzem para a várzea do Tietê, no trecho do Planalto Paulistano onde se inicia a transição para a Serra da Mantiqueira e o acesso ao interior pela Bacia do Rio Paraíba.

Os Municípios que compõem com Suzano a Sub-Região Leste da Região Metropolitana de São Paulo se dispõem em um gradual de características associadas à área de transição. Salesópolis (Nascente do Rio Tietê) e Biritiba Mirim, no extremo Leste da Região, com predominância de áreas de drenagem na Serra do Mar: Guararema, também no extremo Leste, o acesso ou transição, propriamente dita, para a Serra da Mantiqueira; Itaquaquecetuba, Poá e Ferraz de Vasconcelos, já vinculados à várzea do Tietê, na vizinhança com São Paulo; Suzano e Mogi das Cruzes, a porção central da Sub-Região Leste, o espaço de integração desta vasta extensão de território.

A estruturação física promove a função de integração em duas direções principais: ao longo do Tietê, a integração das Sub-Regiões Centro, Leste e Nordeste da Grande São Paulo no chamado Vetor Leste da Região. Transversalmente ao Vale do Tietê, na sua vertente Sul, a ramificação da drenagem das Bacias do Guaió e Taiaçupeba, que integra o Litoral e a Sub-Região Sudeste da Grande São Paulo com a várzea do Tietê. Por ambas, as direções o acesso à Bacia do Rio Paraíba (Mapa nº 02).

A rede de caminhos naturais compôs, historicamente, o contraponto, entre os chamados caminhos "altos", pelas cabeceiras, com os caminhos "baixos" pela várzea do Tietê.

Esta foi à situação característica dos primeiros séculos de Colonização Portuguesa no Planalto de Piratininga, reforçada pelo assentamento urbano e estruturação viária.

         II.1.2 Aspectos de Estruturação Urbana
O povoamento do território de Suzano se deu por estabelecimentos rurais e pela exploração mineral, tipo de ocupação peculiar aos séculos XVI, XVII, e início do século XVIII, associada aos Sítios do Guaió e Taiaçupeba. O núcleo de Baruel permanece como documento deste período.

O atual Sítio da Cidade de Suzano corresponde às largas planícies e terraços fluviais da margem esquerda do Tietê. São as terras baixas, com altitudes entre 750.0m e 780.0m. 0 Centro da Cidade se desenvolveu nas vizinhanças da Estação Ferroviária de mesmo nome, instalada em 1908.

A expansão se deu ao longo do eixo ferroviário da antiga EFCB - Estrada de Ferro Central do Brasil, hoje incorporada na RFFSA - Rede Ferroviária Federal, paralelo a, e justaposto, à Estrada Velha São Paulo - Rio (SP-66). Este sistema rodo-ferroviário constitui o eixo antigo de expansão da Cidade, na direção Leste-Oeste da Metrópole.

0 sistema rodoviário composto pelas Rodovias Presidente Dutra e dos Trabalhadores, respectivamente, dos inícios dos anos 50 e 80, promoveu a integração da Sub-Região Leste, porém, sem acesso direto a Suzano. A ligação da Sub-Região Leste com a Via Dutra se faz por Mogi das Cruzes. Com a Rodovia dos Trabalhadores, os acessos ocorrem indiretamente, pelos Municípios vizinhos a Suzano, ao Norte deste.

A descontinuidade viária se deveu em grande parte a obstáculos físicos naturais. As dimensões da planície de inundação do Tietê no Município de Suzano determinaram o afastamento da implantação viária de integração Sub-Regional. No caso da Via Dutra, a ligação com o Vale do Paraíba e Rio de Janeiro, influiu no deslocamento da Via para Norte de Suzano.

Ao Sul do Tietê, nas planícies de menor área de inundação, ocorreu a expansão urbana mais consolidada. Esta área conjuga a junção dos dois vetores de crescimento principais de Suzano, a vetor Leste-Oeste, no eixo Rodo-Ferroviário da SP-66 e RFFSA e o vetor Sudeste-Leste no eixo Rodo-Ferroviário da SP-31 e ramal de cargas da RFFSA.

A expansão ao Sul ocorre na interface das planícies do Tietê e Taiaçupeba, com reduzida penetração nas áreas onde se impõem as barreiras físicas geomorfológicas, características da porção Sul do território de Suzano, no limiar da Serra do Mar. É onde se encontram as maiores altitudes, até 1020,0m, e os terrenos mais frágeis, de grande potencial para extração vegetal e mineral. Corresponde, ainda, a áreas de produção tradicional do setor primário.

Conjugadas estas características às restrições ambientais, com amparo legal da Lei de Proteção dos Mananciais, o vetor Sul, transversal ao Tietê, fica fortemente limitado para expansão urbana e adensamento. Resulta, indiretamente, a indução à tendência de expansão e adensamento na área de influência das planícies e colinas intermediárias da Bacia do Tietê.

         II.1.3 O Município e o Desenvolvimento Regional
O Município de Suzano tem um papel relevante no desenvolvimento regional.

Com grande parcela de seu território no chamado "cinturão verde" da metrópole, é um produtor tradicional de hortifrutigranjeiros, através das culturas introduzidas pela colônia japonesa nos amplos e variados Sítios de Várzea. Além de outros produtos agrícolas, conta, ainda, com a atividade extrativa vegetal e a pecuária, associadas tipicamente às áreas de maior altitude, ao Sul do Município. O extrativismo mineral, de raízes históricas, tem um desenvolvimento estável em relação aos potenciais de argila, granito e caulim. Para as areias, pesam as restrições ambientais.

O potencial mineral de argilas, areias, caulim e granito serviu de base a instalação de indústrias de transformação, como é o caso dos cerâmicos e demais minerais não metálicos. O ramo da Química, de grande importância, e o de implantação mais recente.

O setor secundário é o de maior geração de empregos e receita para Suzano. Apresenta uma grande reserva de áreas de expansão nas Zonas de Uso Predominantemente Industrial - ZUPI - I, II, regulamentadas pelo Estado, e nas Zonas de Uso Diversificado - ZUD, regulamentadas pelo Município de Suzano. Estas Zonas apresentam alguns acessos diretos ao Sistema Rodo-Ferroviário regional e local. As áreas industriais mais antigas se situam na influência do Sistema Rodo-Ferroviário da RFFSA/SP-66/SP-31.

O setor terciário vem apresentando, recentemente, uma polarização Sub-Regional. O centro de comércios e serviços de Suzano é o de perfil mais diversificado da Sub-Região Leste. A expansão do atendimento local é crescente, em função do acréscimo observado da população residente.

A expansão deste setor se apóia em fatores locacionais, de desenvolvimento econômico e de render da população, tendo evoluído o mesmo para a posição de terceira principal fonte de receita, pelo ISS - Imposto sobre Serviços.

O desenvolvimento da atividade imobiliária vem de forma conjugada aos demais setores. Principalmente a partir da década de 60, Suzano surge como uma ilha de desenvolvimento na vizinhança e acesso viário de São Paulo e da Sub-Região Sudeste da Grande São Paulo. O fenômeno "Cidade dormitório" se evidencia em algumas áreas mais diretamente ligadas a conurbação Leste de São Paulo.

A atividade imobiliária sofreu uma estabilização na última década, quanto à oferta de lotes de padrão urbano (250.00m²/300.00m²). Cresceram os Loteamentos de padrão "chácara" (acima de 1.000.00m²), ao Sul do Município, em área de proteção aos Mananciais. Tal fato se reflete na diminuição das áreas de produção rural. 0 Imposto Predial e Territorial Urbano e a quarta fonte principal da receita do Município.

   II.2 Questões Fundamentais de Desenvolvimento de Suzano
      II.2.1 Cenários
O cenário do desenvolvimento de Suzano, no horizonte do Plano Diretor de 1991, aponta para a consolidação das tendências que se firmaram na década de 80.

Os setores mais destacados na sustentação da economia municipal são secundário e primário, nesta ordem.

No período 1980/91, o crescimento do setor secundário em Suzano foi atípico na Grande São Paulo, tendo liderado o dos Municípios da Sub-Região Leste.

O resultado, em termos de VTI - Valor da Transformação Industrial, geração de empregos e de receita, é significativo para o Município.

A participação do setor primário, segunda maior fonte de receita do Município, se mantém ao nível de produção e geração de empregos. É setor de desenvolvimento tradicional, que apresentou na década de 80 redução em suas áreas produtivas.

As restrições ambientais impostas pelas características físicas do Município, e fortalecidas pela Legislação Estadual, podem funcionar como fatores de retenção das propriedades rurais, na medida em que não estimulem sua urbanização.

Pesa, neste caso, a importância do controle municipal.

As tendências de crescimento populacional projetadas pelo Plano Diretor de 1991 sinalizam acréscimos da ordem de 50% que representam uma população aproximada de 300.000 hab. no horizonte de 10 anos.

Parte do crescimento populacional de Suzano ocorre sob o mecanismo de "Cidade dormitório", que deverá manter sua participação na expansão do assentamento urbano, bem como em outras formas de assentamento, como invasão de áreas públicas, ocupação de áreas de risco ambiental, acréscimo de Loteamentos de implantação e edificação precárias.

Esse mecanismo ocorre principalmente no vetor Leste da Região Metropolitana, onde o território de Suzano absorve os rebordos da expansão dos Municípios mais fisicamente integrados a São Paulo, como Itaquaqueçetuba e Poá.

O Loteamento de implantação urbana precária constitui o padrão predominante da urbanização. Existe, em Suzano, uma grande oferta de lotes não efetivamente ocupados, o que representa uma reserva urbana de absorção teórica do crescimento populacional projetado.

Fatores de mercado favoráveis podem levar a expansão maior da área loteada e ao conseqüente reaquecimento da atividade imobiliária.

O Loteamento de "Chácaras", padrão predominante em áreas de restrições ambientais, desponta como uma alternativa à retomada da atividade imobiliária, concorrente com a atividade do setor primário.

A consolidação do perfil urbano de Suzano se projeta na expansão do Setor Terciário (Comércio e Serviços).

O fortalecimento do grau de diversificação e do número de estabelecimentos conduz a consolidação de Suzano, no "ranking" dos centros Sub-Regionais. A expansão do comércio e dos serviços promove, por sua vez, a consolidação do assentamento residencial.

      II.2.2 Questões de Autonomia a Dependência
A configuração dos cenários previstos, com a consolidação das tendências de desenvolvimento de Suzano, dependerá em grande parte do comportamento conjuntural das variáveis de crescimento, a nível regional e da economia nacional.

O Município atingiu, porém, um grau de autonomia relativo através do desenvolvimento recente, que lhe garante uma receita estável e uma dinâmica de desenvolvimento de certa independência.

Os dois setores com mais perspectivas de Suzano, o secundário e o terciário, aqueles que lhe conferem maior grau de autonomia, podem ter seu comportamento afetado pela conjuntura regional de desenvolvimento, alterando-se as tendências de crescimento previstas.

No caso de crescimento, por sua vez, do mecanismo de Cidade dormitório, também manifestação da dependência do desenvolvimento municipal a fatores regionais, o Município dificilmente arcará com o atendimento de suas necessidades urbanas.

A oferta de serviços de infra-estrutura urbana, notadamente o sistema viário e de abastecimento de água, são fatores limitativos que se inserem no circuito de dependência dos sistemas regionalizados de administração e planejamento. Somada a estas limitações, parte do atendimento social de saúde e educação pesa entre os fatores de dependência regional.

No quadro geral de dependência, resultam alguns aspectos de favorecimento à autonomia local gerados através de peculiaridades do Município que lhe conferem uma autonomia maior em comparação aos demais Municípios da Sub-Região Leste.

Contam entre estas peculiaridades um perfil de renda gerada e de receita diversificado, fruto da própria diversificação econômica. Soma-se a sustentação física-natural e territorial de grande variedade de fatores de geração de economias.

      II.2.3 Rebatimento Espacial e Urbano
Tendências e Condições Gerais
A consolidação das tendências de desenvolvimento e o fortalecimento do grau de autonomia atingido por Suzano passam pela melhoria do nível de urbanização.

A elevação do padrão urbano é de importância estratégica para a consolidação do desenvolvimento econômico atingido e para estimular a continuidade possível das tendências caracterizadas.

O padrão de urbanização de Suzano é precário. Contribuem para esta precariedade a inadequação da estrutura físico-viária ao crescimento atual e a implantação de Loteamentos sem os serviços e equipamentos urbanos fundamentais. Estes aspectos se agravam considerando as características ambientais frágeis das áreas em urbanização, que, basicamente, coincidem com as planícies, no limiar das áreas de inundação, ou com colinas em erosão pelo desmatamento e movimentação de terra.

Para consolidar a urbanização, é necessária à intervenção em áreas específicas e atividades, articulando fatores de melhoria, correção, ordenação e regularização do uso e da ocupação do solo.

Fatores de Melhoria

As melhorias de infra-estrutura e dos serviços urbanos, notadamente a rede viária e o abastecimento de água, são fatores de consolidação do desempenho das atividades econômicas e das funções de integração regional, principalmente para o transporte de carga.

Da acessibilidade intra-urbana e inter-municipal dependem, também, a expansão e o estímulo à polarização do centro de comércio e serviços de Suzano.

Para a consolidação do assentamento residencial, com grandes vazios de ocupação, a implantação de infra-estrutura e de serviços também é estratégica, tendo em vista o controle da expansão urbana.
O suprimento de moradia constitui outro fator de melhoria, com atendimento à população de extratos de renda inferiores e ampliação da rede de equipamentos sociais de educação, saúde, recreação, lazer, áreas verdes e institucionais.

Da implantação efetiva da Área de Preservação Ambiental do Tietê e de sua utilização como área de uso público, depende a integração urbana entre as áreas urbanizadas ao Sul e ao Norte da várzea.

Fatores de Correção

A correção e necessária em áreas de uso inadequado, como é o caso da implantação de Loteamentos ou da ocupação irregular de áreas de risco ambiental.

Outras áreas degradadas, principalmente as remanescentes de extração mineral, são agravantes de descontinuidade de ocupação urbana e solicitam um tratamento corretivo no sentido de sua recuperação para o uso e ocupação.

Fatores de Ordenação

O principal fator de ordenação é relativo a áreas comerciais, envolvendo a promoção e a consolidação do abairramento e a adequação da legislação de uso do solo.

Fatores de Regularização

Contam entre os fatores de regularização as situações de assentamento urbano e rural irregular, entre as quais:
- o assentamento residencial por invasão de áreas públicas pesa em determinadas áreas da Cidade;
- a ocupação urbana em área de proteção aos mananciais requer regularização através da ação do Estado e Município;
- a regularização de áreas de lavra mineral requer, por sua vez, a ação do Município junto aos órgãos e entidades federais e estaduais.

   II.3 O Papel do Poder Público em Suzano
A evidenciação das perspectivas de desenvolvimento do Município de Suzano requer a compreensão e ponderação do caráter do alcance e dos condicionamentos que a ação do Poder Público impõe ao mesmo.

Desde logo, trata-se, em Suzano de uma área intensamente trabalhada pela ação pública. Essa ação, além de ser expressiva pela extensão em que afeta e condiciona as possibilidades de desenvolvimento físico do Município, é, igualmente, marcante pelo caráter indutor que imprime a ações do setor privado, devendo, portanto, ser apreciada nessas duas dimensões.

Pode-se dizer que a ação do Poder Público em Suzano esteve presente desde a própria configuração do núcleo urbano principal do Município, que fez parte, como outros da Sub-Região Leste da Grande São Paulo, da formação em "contas de rosário" dos chamados "subúrbios ferroviários" induzidos pela implantação da Ferrovia Nacional interligando São Paulo e Rio de Janeiro - a primitiva EFCB - Estrada de Ferro Central do Brasil, hoje integrante da RFFSA - Rede Ferroviária Federal. Previamente a essa implantação, Suzano já fazia parte do chamado "cinturão verde" do núcleo de São Paulo, tendo tido um primitivo assentamento com características de Centro no Baruel, situado em posição próxima à ligação do extremo Leste da Bacia de São Paulo com o extremo Sudeste desde grande compartimento geomorfológico.

A implantação da Ferrovia acentuou o caráter urbano e de centro prestador de serviços das áreas de assentamento que surgiram ao seu redor, intensificando, por outro lado, suas relações funcionais e de mercado com o conjunto da região. Esse assentamento superou, de longe, o do Baruel, passando a comportar-se, desde muito cedo, como o efetivo Pólo Urbano de área de Suzano.

Essa configuração foi acentuada com a conversão do antigo Distrito de Mogi das Cruzes em Município, em 1948, passando o núcleo de Suzano a exercer as funções efetivas de uma Cidade sede de circunscrição municipal.

Previamente a essa configuração, no entanto, Suzano já havia sofrido uma segunda intervenção de significado estruturador, com a abertura da Estrada São Paulo/Rio de Janeiro (hoje conhecida como Estrada Velha do Rio), que, com traçado praticamente paralelo ao da Ferrovia, intensificou as relações do núcleo e de sua área de influência com o mercado regional.

Uma vez institucionalizado o Município, seu território passou a estar como que seccionado em duas partes pela passagem na direção Leste-Oeste do tronco bimodal composto pela ferrovia e a ligação rodoviária citadas.

Não tardou a ser percebido o valor, como economias externas, dessas ofertas de acessibilidade: já em 1950, configurava-se um processo de localização industrial no Município, em áreas contíguas ao eixo rodo-ferroviário, que passava a viabilizar o aproveitamento de matérias-primas existentes na área no processo industrial.

O eixo bimodal principal receberia, já após a década de 50, ampliações no sentido da acessibilidade à Sub-Região Sudeste, sob a forma de Via SP-31, entroncando-se com a Estrada Velha do Rio na área Central do núcleo de Suzano, e do ramal Ferroviário da RFFSA interligando o tronco da linha principal São Paulo/Rio à linha principal da primitiva Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, na altura da Estação de Rio Grande da Serra. A implantação desse novo eixo, no que diz respeito à parte rodoviária, funcionava como forte indutor de assentamento em sua faixa contígua enquanto que a passagem do traçado ferroviário paralelo acrescentava novos elementos de bloqueio e condicionamento da expansão.

Uma característica que começa a se destacar nessas intervenções, fortemente impactantes sobre o Município, é o fato de se estruturarem e dimensionarem não em função deste, mas de determinações e funções regionais ou, mesmo de maior alcance. Trata-se, portanto, de intervenções que não são do Município: passam por este, ou estão neste; porém, ao assim fazerem, acabam por se tornar, também, questões do Município.

Na seqüência dessas intervenções, há que citar-se a dos sistemas em rede, representados, primeiramente, pelo de abastecimento de água do Rio Claro, de impacto pouco significativo em Suzano, vez que implicando, apenas, na passagem por área do extremo Sul do Município, de características rurais, da adutora principal; e também, os gasodutos interligando a Revap - Refinaria do Vale do Paraíba, da Petrobrás, aos terminais de armazenamento metropolitanos - estes dutos, sim, com impactos e condicionamentos físicos maiores, visto atravessarem áreas urbanas de Suzano, algumas bastante adensadas.

Ainda dentro do conjunto de intervenções físicas, no campo do saneamento básico, recebeu o Município, a partir da década de 70, três empreendimentos ligados aos serviços industriais de Utilidade Pública, de marcante impacto: o primeiro, integrante do conjunto de obras voltadas para a regularização do fluxo e contenção de cheias do Rio Tietê em seu curso superior, a barragem do Taiaçupeba, ocupando considerável extensão de terrenos de Suzano, junto à divisa Leste com o vizinho Município de Mogi das Cruzes; o segundo, a ETE - Estação de Tratamento de Esgotos, de Suzano, integrante do sistema regional Sanegran, que bloqueia outra grande extensão de área ao Norte do eixo bimodal principal no extremo Oeste do Município, implantação que vem da década de 70; e, mais recentemente, junto ao lago da barragem do Taiaçupeba, a ETA - Estação de Tratamento de Água do Sistema Alto Tiete, ainda em implantação, vinculando, igualmente, ao seu domínio, extensa área marginal ao lago do Taiaçupeba. Estas últimas intervenções, ao contrário das abordadas inicialmente, embora servindo a demandas sub-regionais que ultrapassam o âmbito de Suzano, incluem a este no atendimento previsto, podendo ser consideradas, portanto, como intervenções também para o Município.

Não apenas de intervenções físicas, no entanto, é composto o perfil da ação do Poder Público em Suzano. Também no aspecto normativo, a ação governamental é fortemente interferente no Município. No caso, essas intervenções se positivam através de três conjuntos de normas: a de proteção aos mananciais, objeto de Legislação Estadual desde 1975/76, a de zoneamento industrial metropolitano, também objeto de norma estadual desde 1978 e a da proteção e preservação do Rio Tietê e áreas contíguas, igualmente objeto de norma estadual.

A primeira desse conjunto de normas condicionou de forma decisiva as possibilidades de assentamento populacional e de atividades em perto de 79% da área do território do Município, nas quais impõe, em sentido geral, baixas densidades e restrições a atividades e processos não compatíveis com a proteção e recarga dos mananciais dos Rios Taiaçupeba e Guaió.

A norma do zoneamento industrial consolida, pelo máximo, sob a forma das Zonas ZUPI-I e ZUPI-2, as possibilidades de localização industrial dos gêneros e portes de maior impacto ambiental, deixando para livre determinação pelo Município apenas as áreas de localização de estabelecimentos de pouco impacto ambiental e área construída até 2.500,00m².

Ainda que com menor extensão, a proteção ambiental do Tietê e suas várzeas, no trecho que atravessa Suzano, condicionou, também, as possibilidades de assentamento numa extensa faixa de terras, que cruza o Município em seu extremo Norte, de Noroeste para Leste, e que se torna de efeito mais marcante por ser um trecho do território local contíguo às áreas de assentamento principal e colocando num dos sentidos principais em que se deu a expansão do tecido urbano.

Todo esse quadro de áreas de perfil diversificado que se abate sobre o Município é realizada Pelo Poder Público aos níveis federal e estadual.

O nível local de Governo, comparativamente, promove, por suas ações, efeitos bem menos condicionantes e estruturadores, atuando por assim dizer, no espaço técnico e institucional que se faz disponível após todos os condicionamentos impostos pela ação dos demais níveis governamentais. A ação do Município, que se dá, basicamente, por intervenções na malha de circulação e no uso e ocupação do solo, trata de articular a primeira às vias de maior capacidade de caráter sub-regional, ao tempo em que visa organizar e dar fluidez à circulação local, melhorando gradativamente as condições de acessibilidade aos diversos compartimentos do território municipal; e, no que tange ao uso e ocupação do solo, trata de compatibilizar as normas locais aos determinantes das Leis Estaduais, assegurar as localizações industriais da atividade terciária segundo oportunidades tendências detectadas, buscando incorporar, o mais possível, sem conflitos, as tendências do mercado e da indústria da construção civil quanto à mudança de padrões de edificação, notadamente no que respeita às relações entre verticalização e manutenção dos padrões residenciais. Procura, também, atendendo a peculiaridade da economia local, resguardar, para a produção, áreas rurais de algum modo sob iminência de ter seu uso convertido em urbano através do parcelamento.

A ação executiva do Município, no período mais recente, destacou-se muito no aspecto da drenagem e repavimentação da rede viária urbana, que se constituíra em problema sentido com agudeza, há anos, no Município. Por força de programa sistemático, para o qual foram captados recursos especiais, a Prefeitura melhorou de forma significativa a condição da malha viária da área central e arredores, beneficiando substancialmente a circulação e a própria imagem que a Cidade de Suzano tradicionalmente apresentava, sem dúvida, bastante negativa. Tal ação, que parece coadunar-se com o processo de verticalização em curso em diversas localizações, com o aumento expressivo da oferta de gastronomia e com a própria vitalidade demonstrada pela atividade de comércio e serviços, estas sob a iniciativa particular, deve ser devidamente considerada na formulação das políticas de desenvolvimento locais.

   II. 4 A Participação do Setor Privado no Desenvolvimento do Município

Num primeiro momento, a ação da iniciativa privada em Suzano dependeu relativamente pouco do desempenho do Poder Público.

Estava, nessa ocasião concentrada no setor primário, interagindo com o mercado regional que começava a se organizar e junto ao qual participava com ofertas bem estruturadas de produtos granjeiros, frutícolas e similares, com índices de produtividade elevados face aos padrões da Região. O nível de organização para essa produção, com forte presença do cooperativismo e da disseminação de técnicas eficazes, em grande medida favorecida pela presença do contingente imigratório japonês, sustentou esse papel e a formação a ele associada de um mercado emergente local para a colocação da oferta comercial e dos serviços, todos indutores de urbanização.

Num segundo momento, já presentes as iniciativas estatais que garantiam economias externas para a atividade econômica, o setor privado pôde desfrutar das ocorrências locais de certas matérias primas e condições topográficas favoráveis para a implantação industrial, promovendo, em curto espaço de tempo, a formação de áreas de concentração dessa implantação, ao longo do eixo bimodal rodo-ferroviário principal. Nessa configuração, foi destacada a presença de estabelecimentos dos gêneros dinâmicos, e dos intermediários de bom nível tecnológico e de especialização. A essa primeira configuração seguiu-se, em etapas mais recentes, a formação de bolsões de concentração industrial em outros dois pontos, a Sudeste e Noroeste da área urbanizada principal do Município, já não dependentes do acesso ferroviário para sua operação.

No seu conjunto, a ação do setor privado na implantação industrial foi decisiva para formar o perfil econômico presente do Município, com uma forte base no setor secundário e com os efeitos indutores de urbanização (inclusive, por via da imigração proveniente de outras áreas da Região) e de dinamização do setor terciário, que aquele tem o poder de provocar, já se manifestando plenamente no assentamento local.

O suporte decisivo para a concretização desses efeitos foi dado pela atividade imobiliária, que, inicialmente, através da abertura de parcelamentos de tipo popular e médio, garantiu a oferta básica de local para a moradia; e numa etapa bem mais avançada e recente, começa a remanejar o padrão edilício, com empreendimentos de verticalização, em clara indicação de que a valorização do solo urbano acompanha a dinâmica de processo econômico em curso. A diversidade mercadológica e da atividade imobiliária no Município se patenteia, também, através do surgimento de empreendimentos de parcelamento voltados para o lazer, tipo "chácaras" o que não se faz sem disputas pelas terras ocupadas pela atividade primária, no processo do chamado "trade off" de usos do solo, bastante intenso, hoje verificado.

A atividade terciária, objeto das fortes induções da localização industrial e do assentamento de população urbana, respondeu positivamente, apresentando não só crescimento em extensão, como, também, em grau de diversificação, o que pode ser comprovado, tanto, à vista de suas áreas de concentração já consolidadas, como, também, pelos novos empreendimentos de bom padrão, inclusive no campo da gastronomia que se acham em curso no presente.

Em síntese conclui-se que a ação do setor privado em Suzano acompanhou positivamente, no seu conjunto, a ação pública, no sentido da expansão das oportunidades e na criação de bases para o desenvolvimento do Município, bases essas a partir das quais se torna possível, para os fins do Plano Diretor, enumerar alternativas e perspectivas.

   II.5 Alternativas e Perspectivas para Suzano

O quadro de atividades econômicas estabelecidas em Suzano abre para o Município amplas perspectivas de desenvolvimento. É certo que estas perspectivas não se concretizam apenas no âmbito e em função das políticas do próprio Município, respondem a fatores estruturais e de conjuntura de âmbito nacional, sobre os quais não há possibilidade de determinação emanada do poder local. Na presente etapa, é notório que os fatores de desenvolvimento nacionais se mostram adversos, inibindo a expansão da atividade, o aumento da oferta de empregos e a disseminação de efeitos indutores de um para outro setor. Suzano, certamente, participa dos efeitos desse quadro adverso. Porém, há indicações de que tem logrado manter um certo dinamismo e, de certa forma, vem conseguindo contornar os azares próprios da conjuntura ora atravessada.

Não teve, como muitos municípios do País e do Estado, paralisadas suas indústrias fundamentais. Conseguiu manter e, até certo ponto, especializar sua atividade agrícola hortifrutigranjeira. Seu setor terciário e a atividade imobiliária em seu território vem apresentando dinamismo e, até, aspectos de renovação. E, por fim, dá mostras, o Município, de capacidade de enfrentar algumas das deficiências crônicas no nível dos serviços e da infra-estrutura, através de intervenções que favorecem o desempenho da economia e as condições do assentamento populacional.

Na conjuntura crítica geral presente e com o perfil local que ostenta, Suzano pode contar com perspectivas diversificadas no desenvolvimento. Não depende, nesse sentido, da expansão ou do desempenho de um determinado setor, apenas, para que os tenha confirmadas. Antes, é da interação complexa entre esses setores, e da diversidade de opções que oferece, que o Município pode esperar a melhoria de suas condições de vida, a partir da expansão da renda e de alguma redistribuição.

O Município, nesse sentido, atingiu, já, um estágio de maturidade em sua estruturação econômica, no qual a presença dos três setores de atividade é concomitante, sem que tenha chegado a uma posição, como a do próprio Município da Capital, em que um ou dois setores atingiram, por assim dizer, a saturação, obrigando a que as políticas locais devam enfrentar um desafio da criação de uma base econômica alternativa, crescentemente especializada.

Em Suzano, ao contrário, falar-se na base econômica é ter presentes os três setores de atividade, cada um dentro de suas feições próprias. Isso faz com que as perspectivas do Município estejam voltadas para os comportamentos mais positivos em cada setor, que assim se poderia elencar:
   a) Setor Primário
      - exploração da especialização em gêneros de maior produtividade do subsetor hortifrutigranjeiro;
      - intensificação, em bases racionais e ecologicamente compatíveis do aproveitamento das ocorrências geológicas especiais de que é dotada a área;
   b) Setor Secundário
      - estabilidade locacional e prevenção de deseconomias de aglomeração para os gêneros motrizes, de caráter dinâmico;
      - capacidade de expansão do parque induzido pelas atividades motrizes;
      - possibilidade de integração intrarregional, particularmente com o Parque da Sub-região Sudeste da Grande São Paulo;
   c) Setor Terciário
      - existência de um mercado local para a colocação das ofertas e expansão do setor;
      - capacidade revelada local, ou de atração de recursos de origem externa ao Município, para investimentos em atividades do setor;
      - dinamismo, com renovação de padrões de investimentos, do subsetor imobiliário.

A Potencialização dessas perspectivas está intimamente entrelaçada com a ação do Poder Público. Esta ação, até o presente, ainda que permanentemente às voltas com a escassez de recursos de investimento, tem logrado alguns avanços no campo normativo e executivo, que cabe ter-se presentes:
   a) por via da ação do Estado, o Município tem equacionadas suas soluções para o esgotamento sanitário e o abastecimento de água, através do Sistema Sanegran, no primeiro caso (ETE Suzano), e do Sistema Alto Tietê no segundo; este último sistema, mesmo concebido para uma escala superior à do Município, propiciará o alívio das demandas ao sistema que abastece a Sub-região Leste, permitindo a melhoria do Padrão de oferta domiciliar, hoje com deficiências, normalizando sem grandes ampliações o suprimento diário e eliminando as interrupções; já o primeiro sistema é dimensionado para um atendimento completo e de longo prazo das necessidades de esgotamento do Município, requerendo, apenas, ampliação física da rede coletora para que possa atingir o padrão de desempenho requerido;
   b) por via da ação local, no aspecto executivo, os investimentos feitos na rede viária têm logrado melhorar o padrão de circulação e acessibilidade nas áreas centrais, notoriamente problematizadas pelo bloqueio representado pela faixa ferroviária da RFFSA; as ligações com o extremo Leste da Sub-região são objeto de melhorias no presente e acham-se em curso melhorias nos acessos ao extremo Norte do Município, permitindo interligar as diversas partes da área urbana e as concentrações industriais existentes, bem como facilitar o acesso ao grande tronco rodoviário de âmbito regional da Via dos Trabalhadores;
   c) a ação normativa conjunta do Estado e do Município propiciou a consolidação de zonas industriais, inclusive para estabelecimentos de grande porte, em áreas do Município, com margem de expansão adequada das concentrações hoje existentes; está favorecido, assim, o processo de disseminação e indução desse setor de atividade, que, pelas suas características motrizes, é base essencial do desenvolvimento local;
   d) da mesma forma, essa ação conjunta tende a levar a uma visão mais realista e compreensiva da questão da proteção aos mananciais, abrindo-se, em conseqüência, possibilidade de regularização de numerosos empreendimentos, hoje em situação de não conformidade, situados dentro das bacias de recarga protegidas;
   e) no que respeita ao setor primário, o rigor que tem sido emprestado ao controle do uso e ocupação do solo pela ação do Executivo propicia a contenção da expansão indiscriminada dos parcelamentos para fora das áreas urbanas, defendendo, nesse sentido, o parque fundiário sobre a qual se apóia o estabelecimento das atividades hortifrutigranjeiras em fase de especialização e elevação de produtividade.

A elaboração do Plano Diretor, na presente etapa, permitirá ao Município equacionar a expansão dessas ações, tanto no seu próprio campo de atuação, quanto na gestão junto a outras esferas de poder. No rumo dessa expansão, colocam-se as necessidades já evidenciadas, que também configuram perspectivas, de criação de novas escalas de equipamentos da infra-estrutura de transportes, com os sentidos seguintes:
   a) melhoria na interligação das partes da Cidade de Suzano ao Sul e ao Norte da calha do Tietê;
   b) criação de atravessamento alternativo da faixa de bloqueio representada pela faixa da RFFSA, com interligação melhorada das partes da Cidade ao Sul e ao Norte desta.

No campo da ação normativa, por fim, deve ser esperado um refinamento da norma local de uso e ocupação do solo, que favoreça a expansão da atividade imobiliária em curso, com prevenção e conflitos entre padrões de assentamento, ao lado de uma sistematização mais adequada nas categorias de uso, que favorecerá a disseminação e a diversificação dos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.

   III MUNICÍPIO DE SUZANO - DADOS GERAIS
      III.1 Caracterização Físico / Territorial

O Município de Suzano situa-se na Sub-Região Leste da Região Metropolitana de São Paulo, na latitude de 23º32'15" e longitude de 46º18'40".

Limita-se com os seguintes Municípios:
- Mogi das Cruzes (67,4km de perímetro) a Nordeste, Leste e Sudeste; levada em conta a área objeto de processo de anexação, o perímetro é de 68,8km;
- Santo André (5,2km de perímetro) ao Sul;
- Rio Grande da Serra (6,3km de perímetro) a Sudoeste;
- Ribeirão Pires (26,5km de perímetro) a Sudoeste e Oeste;
- Ferraz de Vasconcelos (12,3km de perímetro) a Oeste;
- Poá (17,3km de perímetro) a Noroeste;
- Itaquaquecetuba (11,1km de perímetro) a Noroeste e Norte.

O limite com o conjunto destes Municípios totaliza um perímetro de 146,1 (147,5km considerando a área em litígio a Nordeste do Município, na divisa com Mogi das Cruzes).

A superfície territorial de Suzano é de 196,50km², conforme método de planimetria gráfica atual. De acordo com dados do IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico, esta superfície é de 185,00km².

Com a inclusão da área em litígio, que deverá ser objeto de plebiscito, a superfície de Suzano passará a 207,40km², o que representará 11,00km² de acréscimo de área.

A altitude de Suzano varia entre 731,0m (cota mínima) e 1.048.0m (cota máxima), com uma amplitude topográfica, portanto, de 317,0m.

O clima se enquadra, pela classificação de Köppen, no Tipo "C", isto é, sub-tropical ou mesotérmico de latitudes médias. Caracteriza-se por verões amenos com temperaturas inferiores a 22ºC, grandes amplitudes térmicas diárias e invernos secos. O mês mais seco tem índices pluviométricos inferiores a 30mm e o mais úmido supera os 300mm.

O extremo Sul do Município apresenta clima tipo temperado, com invernos menos secos que o clima da porção Centro Norte. A temperatura do mês mais frio é de 18ºC e a do mais quente inferior a 229ºC. Seus verões são um pouco mais frios. Nenhum mês tem precipitação inferior a 60mm.

São três as Bacias Hidrográficas do Município:
   a) Bacia do Tietê Leste, que, em Suzano, subdivide-se em:
      - sub-bacia do Ribeirão Jaguari, com 4,40km², mais 6,20km² da porção de território mogiano a ser, neste, anexada,
      - sub-bacia dos tributários do Tietê Leste I, com 4,30km²,
      - sub-bacia dos tributários do Tietê Leste II, com 6,50km²,
      - sub-bacia dos tributários do Tietê Leste III, com 5,80km²,
      - sub-bacia do Ribeirão Varginha, com 27,50km²,
      - sub-bacia do Guaió, com 9,70km²,
      - sub-bacia do Taiaçupeba II, com 4,00km².
   b) Bacia do Taiaçupeba, que se divide em:
      - sub-bacia do Rio Taiaçupeba I, com 19,70km²,
       - sub-bacia do Ribeirão Balainho, com 38,70km²,
      - sub-bacia do Rio Taiaçupeba-Mirim, com 49,70km².
   c) Bacia do Guaió, com 26,20km².

   III.2 Aspectos Geomorfológicos

A Região Metropolitana de São Paulo acha-se totalmente inserida na província do Planalto Atlântico, uma das cinco grandes unidades do relevo paulista, consideradas no Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo, resultante dos trabalhos do IPT/Pró-Minério.

A província geomorfológica do Planalto Atlântico caracteriza-se como região de terras planálticas, bastante movimentadas, constituindo-se predominantemente por rochas cristalinas pré-cambrianas, cortadas por intrusivas basálticas e alcalinas, e pela cobertura sedimentar terciária das Bacias de São Paulo e Taubaté.

Essa província comporta um conjunto de treze zonas geomorfológicas diferenciadas, entre as quais a Zona do Planalto Paulistano. Nesta, encontram-se a quase totalidade dos Municípios da Grande São Paulo, entre os quais Suzano.

A zona geomorfológica do Planalto Paulistano corresponde a uma extensa área de relevos relativamente suavizados, desfeitos em morros e espigões serranos. Estes últimos, de amplitudes maiores e altitudes predominante entre 880,0m e 1000,0m, configuram-se como áreas de cabeceiras de drenagem das principais bacias hidrográficas da Região.

A Zona do Planalto Paulistano apresenta, ainda, uma subdivisão ao nível de escalas de semi-detalhe (1:50.000). A partir de padrões e concentração de drenagem, entre outros, podem ser reconhecidas duas Subzonas: a Subzona Morraria do Embú e a Subzona Colinas de São Paulo.

Em Suzano, estas duas Subzonas podem ser facilmente identificadas. A Subzona de São Paulo abrange as porções Norte, Nordeste e Leste; e a Subzona Morraria do Embú ocupa, neste Município, as porções Oeste e Centro-Sul.

A Subzona Colinas de São Paulo caracteriza-se pelo relevo colinoso, que, em Suzano, apresenta altitudes entre 735,0m e 820,0m, amplitudes, em geral, entre 40,0m e 60,0m e declividades inferiores a 30%.

Verifica-se, nesta subzona geomorfológica, sempre de acordo com o Mapa Geomorfológico do Estado, a presença de dois sistemas de relevo. São eles as Planícies Aluviais e as Colinas Pequenas com Espigões Locais.

As Planícies Aluviais são terrenos baixos, mais ou menos planos, que ocorrem junto às margens dos rios e sujeitos a inundações periódicas. Em Suzano, as Planícies mais importantes ocorrem junto aos Rios Tietê, Guaió, Taiaçupeba-Mirim, Balainho e Taiaçupeba-Guaçu, sendo mais significativas nos cursos inferiores dos Rios mencionados.

As Colinas Pequenas com Espigões Locais, caracterizadas por topos aplainados e planícies aluviais. Em Suzano, encontram-se densamente ocupadas pela urbanização, sobretudo junto aos eixos viários principais.

Com exceção das encostas de maior declividade, típicas dos espigões, as Colinas não são incompatíveis ao assentamento urbano, desde que sejam observados os critérios básicos de preservação ambiental na abertura de loteamentos e no manejo do solo.

A outra subzona geomorfológica, a Morraria do Embú, conforme já foi localizada, abrange as porções Oeste e Centro-Sul de Suzano.

A Morraria do Embú corresponde a uma extensa área de relevos dissecados ao Sul da cobertura sedimentar da Bacia de São Paulo, tendo o Tietê, como rio principal, e, da Subzona Colinas de São Paulo que a envolve.

Destacam-se, na Morraria do Embú, a região a Leste de Ribeirão Pires, onde o relevo aumenta progressivamente sua amplitude, e a região das cabeceiras do Alto Tietê, em Salesópolis, onde os morros alcançam altitudes superiores a 1.000,0m.

Na parcela da Subzona da Morraria do Embú abrangida por Suzano, verifica-se a ocorrência predominante dos sistemas de relevo Morros Paralelos e Morros com Serras Restritas. Com menor significado, em termos de extensão territorial, registra-se a presença de Planícies Aluviais junto ao Rio Taiaçupeba-Mirim que secciona os dois sistemas de relevo anteriormente referidos.

A área correspondente aos Morros com Serras Restritas localiza-se a Oeste da Planície Aluvial do Taiaçupeba-Mirim e apresenta morros arredondados entrecortados por um significativo espigão de embasamento granítico. Localizado no limite entre Ribeirão Pires e Suzano, alcança a altitude de 1048,0m, revelando-se a cota máxima de Suzano.

Este setor do relevo de Suzano apresenta drenagem de alta densidade, vales fechados e planícies aluvionares interiores restritas.

Já o sistema Morros Paralelos aparece a Leste da Planície do Taiaçupeba-Mirim e apresenta características geomorfológicas bastante marcadas pela litologia. A presença de rochas migmatíticas e gnáissicas, associadas à presença da Falha de Cubatão, determinam o estabelecimento de uma drenagem de alta densidade, padrão em treliça e localmente dendrítico. Da ação da drenagem sobre uma litologia com as características, mencionadas, originou-se um padrão de relevo altamente vulnerável à ocupação urbana descontrolada.

Em suma, as áreas mais frágeis, ou mais inadequadas, do ponto de vista geomorfológico, ao assentamento urbano de alta densidade, ou de caráter agressivo ao meio ambiente, corresponde aos seguintes setores do relevo:
- Planícies Aluviais do Tietê, Guaió, Taiaçupeba-Mirim, Balainho e Taiaçupeba-Guaçu;
- Espigão granítico, e entorno próximo, que cumpre o papel de divisor de águas entre afluentes da margem direita do Guaió e afluentes da margem esquerda do Taiaçupeba-Mirim;
- Área correspondente ao relevo de Morros Paralelos ao Sul de Suzano entre os Rios Taiaçupeba-Mirim e Taiaçupeba-Guaçu;
- Área de inundação prevista para o preenchimento do reservatório de Taiaçupeba.

   III.3 Potencial Mineral do Município

A mineração em Suzano constitui-se em setor bastante tradicional, tendo sido registradas atividades extrativas há muitas décadas, abrangendo diversos bens minerais entre argila refratária, quartzo leitoso, bauxita e aluviões auríferos. Nos últimos vinte anos, a predominância tem sido de argilas, argilas refratárias, areia, granito ornamental e caulim.

Em 1982, através da elaboração de um Plano Diretor de Mineração para Suzano (detalhando a nível municipal os estudos e proposições do Plano Diretor de Mineração da Região Metropolitana de São Paulo - 1979) foram definidas as áreas de potencialidade mineral, bem como apontados conflitos já instalados com outros tipos de uso e ocupação do solo no território municipal. De acordo com esses planos, as áreas potenciais para mineração são as arroladas na seqüência.

      a) Planícies Aluvionares do Rio Tietê e tributárias

Constituem-se em áreas potenciais para lavra de argilas refratárias e plásticas; além disso, depósitos de areia também podem ser encontrados nessas áreas (principalmente na várzea do Tietê).

Esta região, juntamente com Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim, constitui-se no principal centro produtor de argilas refratárias e plásticas da Grande São Paulo e um dos principais do Estado de São Paulo. Segundo os dados do PDM/Suzano, os centros consumidores distribuem-se por municípios da Região e do Estado de São Paulo, abrangendo, também, outros Estados, como Paraná e Rio Grande do Sul. A gama de aplicação das argilas de Suzano é bastante grande, entre as quais o fabrico de cerâmica refratária, cerâmica branca, material isolante, indústria de abrasivos, tintas e borrachas.

A potencialidade desta área para obtenção de areia concentra-se na Planície do Rio Tietê, sendo menor a probabilidade de encontrá-la em áreas mais afastadas do seu eixo, como as planícies dos seus tributários.

      b) Sedimentos da Formação São Paulo

Estas áreas, que bordejam as várzeas do Rio Tietê e tributários, apresentam potencialidade para extração de argila vermelha, utilizada no fabrico de cerâmica vermelha (ladrilhos, manilhas, lajotas), explorada principalmente por olarias. Além disso, eventualmente, podem ser encontrados depósitos de areia, de forma semelhante à que se conhece em Mogi das Cruzes, onde grande número de portos de areia estão instalados em terrenos da Formação São Paulo.

      c) Granito de Mauá

Intrusão granítica, alongada segundo Nordeste, estende-se desde Leste da Cidade de Mauá até Suzano, com largura variando de 2,0 a 3,0km, constituindo-se em área potencial para extração de rochas ornamentais (material de revestimento) e para exploração de brita.

      d) Micaxisto (área junto à intrusão granítica)

Associadas ao granito de Mauá, na sua porção Sudeste, as áreas de micaxistos apresentam vários corpos pegmatíticos onde é explorado caulim. Esta área, assinalada no PDM de Suzano como uma faixa ao Sul do granito de Mauá, é considerada como apresentando maiores probabilidades para se encontrar depósitos de caulim economicamente viáveis.

É importante ressaltar que estes bens minerais são os que historicamente vêm sendo detectados e explorados no Município. Novas pesquisas geológicas e tecnológicas poderão apontar outras substâncias como bens minerais de interesse econômico, exigindo nova caracterização de áreas potenciais para aproveitamento mineral, que deverão receber tratamento específico no sentido de compatibilizar a atividade extrativa mineral com outros tipos de uso e ocupação do solo.

   IV MUNICÍPIO DE SUZANO
VARIÁVEIS E INDICADORES LOCAIS - EVOLUÇÃO E PROJEÇÕES
      IV.1 População

O momento da elaboração do Plano Diretor (1990/91) é bastante desfavorável no que se refere às análises e projeções de dados econômicos e sociais, notadamente as de população.

Acha-se no seu final o período intercensitário, com a natural dissociação dos dados oficiais disponíveis da realidade local. Acresce a esse fato o atraso verificado na feitura do Censo de 1990, o que tornou até o conhecimento da população desse ano-base indisponível para os trabalhos do Plano. As análises e projeções deste tiveram, assim, de apoiar-se nas análises e projeções disponíveis, realizadas com várias finalidades e horizontes, pelas seguintes Entidades:
- Sabesp / Emplasa (estimativa do número de consumidores de água e esgoto da Grande São Paulo até 2005);
- SEADE (Fundação Serviço Estadual de Análise de Dados Estatísticos);
- Metrô (Pesquisa O/D - Origem e Destino, 1987, objetivando a criação de bases para o planejamento do transporte coletivo metropolitano).

Essas análises e projeções, efetuadas com objetivos distintos e metodologias variadas, servem como referencial para as projeções do Plano Diretor.

Para o ano de 1990, apontam, respectivamente, os seguintes valores da população total do Município:
- Sabesp / Emplasa, 160.000 hab.;
- SEADE, 134.819 hab.;
- Metrô O/D 87, 133.819 hab.

Tais valores, estabelecidos a partir de projeções de âmbito regional, comportam margens de aproximação extremamente amplas. Por esse motivo, para as finalidades do Plano, não podem ser tomados como base das projeções sem um necessário refinamento. Para esse refinamento, foram considerados indicadores adicionais que permitem configurar taxas de crescimento no período 1980/90: número de eleitores e consumo de energia elétrica.

A Tabela nº 01 apresenta as resultados das estimativas efetuadas com base nesses indicadores verificando-se as mesmas fortemente discrepantes, para o ano de 1990, em relação às anteriormente tomadas como referência (Sabesp/Emplasa/SEADE/Metrô O/D 87).

Para as finalidades do Plano, com base nesse conjunto de referência, foi adotado o método de crescimento geométrico, a partir das taxas verificadas no período 1970/80. A Taxa Geométrica de Crescimento Anual - T.G.C.A., para o período de projeção além do ano de 1990, foi de 6,18%, resultando nos valores totais expressos na Tabela nº 02. Nessa Tabela, aparecem, também, compatibilizados com os dados censitários até 1980, os valores da população por faixa etária.

      IV.2 Emprego

A feitura de estimativas e projeções, no que tange ao emprego, enfrenta dificuldades análogas às verificadas no campo da demografia, no presente período, com algumas dificuldades adicionais devidas à complexidade do campo e sua distribuição por setores econômicos de características e comportamento bastante diferenciados. Os dados básicos disponíveis para emprego provém de duas fontes: do IBGE (censos econômicos até 1980/1985); do Ministério do Trabalho, através da RAIS - Relação Anual de Informações Sociais, até 1988. Essas fontes devem ser usadas de forma combinada para que se torne possível configurar o quadro evolutivo do emprego até a proximidade possível do ano-base do Plano Diretor, 1990.

No que respeita ao setor agropecuário, a evolução verificada quanta a número de estabelecimentos e empregos, de 1950 a 1985, é a que mostra a Tabela nº 03. Nessa Tabela, os valores correspondentes aos Municípios de Mogi das Cruzes e Suzano, Sub-Região Leste e Grande São Paulo, colocam em destaque as seguintes características evolutivas:

TABELA Nº 01

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETO 1991
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO, SEGUNDO ALGUNS INDICADORES

ANO
NÚMERO DE ELEITORES
(1) PIRÂMIDE ETÁRIA Nº DE ELEITORES
(2) POPULAÇÃO/ LIGAÇÃO ELÉTRICA
(3) POPULAÇÃO/ CONSUMO ENERG. ELÉTRICA
(4) POPULAÇÃO/ TGCA DE Nº DE ELEITORES
1980

35,396

101,056

101,056

101,056

101,056

1981

38,639

101,825

108,524

110,877

109,949

1982

42,310

120,886

116,544

121,656

119,624

1983

47,932

136,948

125,157

133,481

130,150

1985

49,913

142,608

134,406

146,455

141,603

1986

54,008

154,308

144,338

160,691

154,064

1987

66,374

189,640

155,005

176,310

167,621

1989

66,486

189,960

166,460

193,447

182,371

1989

72,660

207,600

178,761

212,250

198,419

1989

81,216

232,045

191,971

232,881

215,879

1990

82,833

236,665

206,158

255,517

234,876



FONTE: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
OBS.: Os dados sobre número de eleitores, se referem nos respectivos anos a:
   - situação em 02/02/1986
   - situação em 09/09/1988
   - situação em 22/09/1989
   - situação em 28/08/1990

NOTAS:
   (1) Cálculo feito a partir da aplicação do percentual de 35%, que representa a percentagem de pessoas aptas a votar em relação ao total da população em 1980, tendo como premissa a manutenção dessa proporção para os anos seguintes.
   (2) Projeção de população a partir do Censo de 1980, utilizando como indicador a Taxa de Crescimento (T.G.C.A.) do número de ligações elétricas verificadas no período 1980/1990.
   (3) Projeção de população a partir do Censo de 1980, utilizando a T.G.C.A. do consumo de energia elétrica no período 1980/1990.
   (4) Projeção de população a partir do Censo de 1980, utilizando a T.G.C.A. do número de eleitores no período 1980/1990.

TABELA Nº 02

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA

ANO
FAIXA ETÁRIA
TOTAL
0 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 OU +
IGNORADA
 
1970

8004

8252

6804

5700

4874

4080

7061

5050

3023

2510

102

55460

1980

14273

12632

11627

11078

10134

9010

13356

8615

5632

4682

18

101056

1990

26000

23017

21175

20254

18450

16410

24326

15700

10259

8525

18

184134

1995

35096

31069

28584

27241

24905

22146

32834

21177

13844

11508

24

248557

2000

47392

41957

7

36789

33635

29911

44339

28603

18705

15550

34

335516



FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS
Nota: Para a Projeção da População - 1990-1995-2000, foi utilizado o método do crescimento geométrico, a crescimento geométrico do período de 1970-1980.

TABELA Nº 03

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E PESSOAL OCUPADO NO SETOR AGROPECUÁRIO

MUNICÍPIO e REGIÃO
1950
1960
1970
1980
1985
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
SUZANO

341

1,612

679

3,330

811

3,811

477

2,314

577

2,646

MOGI DAS CRUZES

779

4,261

1,064

6,237

1,978

9,434

1,807

9,638

1,482

8,123

SUB-REGIÃO LESTE

1,879

9,168

3,117

14,887

4,293

20,048

4,053

20,393

3,685

16,751

RMSP

6,980

39,477

8,423

38,000

9,636

40,494

7,485

136,036

6,582

32,947



MUNICÍPIO e REGIÃO
T.G.C.A.
1960 / 1950
1970 / 1960
1980 / 1970
1985 / 1980
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
SUZANO

7.13

7.52

1.79

1.36

-5.17

-4.86

3.87

2.71

MOGI DAS CRUZES

3.17

3.88

6.40

4.22

-.90

.21

-4.00

-3.40

SUB-REGIÃO LESTE

5.19

4.97

3.25

3.02

-.57

.17

-3.00

-3.85

RMSP

1.90

-.38

1.06

.64

-221

-116

-2.53

-1.80



FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS
Dados Básicos: FIBGE; Censos Agropecuários, 1950, 1960, 1970, 1980 e 1985.

- fortes decréscimos nas taxas de crescimento, tanto em número de estabelecimentos, quanto de empregos, para Suzano, os mais elevados de todas as unidades territoriais consideradas;
- inversão dessa tendência, a partir do período 1980/85, com Suzano passando a apresentar taxas positivas, enquanto que as demais unidades levadas em conta prosseguiam com taxas negativas, tanto para estabelecimentos quanto para empregos;
- essa aparente retomada do vigor do setor agropecuário no Município estaria associada ao aumento da produtividade, vez que a extensão de área dos estabelecimentos prosseguia em decréscimo, conforme apontaram as análises econômicas realizadas;
- essas análises indicaram, ainda, estarem situados no subsetor pecuário os aumentos proporcionalmente mais expressivos em áreas e estabelecimentos, o que, todavia, considerados os valores de produção, não bastava para reverter as tendências gerais verificadas, de preponderância da atividade avícola no conjunto da produção animal, e, também, na reversão da participação em relação à produção total do Município, com nítida superação da produção vegetal (o sub-setor produção animal evoluiu, no período 1970 a 1985, de uma participação de 38% a uma de 61%, enquanto o de produção vegetal decrescia, correspondentemente, de 62% a 39% no mesmo período).

Em que pese tais transformações de perfil, é certo que, em termos de emprego, o contingente propiciado pelo setor agropecuário continuou representando oferta proporcionalmente muito reduzida em relação aos demais setores. Destes, o que mais cedo apresentou valores expressivos de estruturação e crescimento foi o industrial.

Já no período 1960/70, com crescimento superior a 10% em estabelecimentos e empregos, o Município de Suzano superava o desempenho do conjunto da Sub-Região Leste e da Grande São Paulo, conforme indica a Tabela nº 04. Nas décadas seguintes, as taxas se estabilizaram em torno de 2 a 3%, para os estabelecimentos, e de 5 a 7% para o emprego (para o período mais recente disponível, vide Tabela nº 05). Essa Tabela mostra, igualmente, o perfil da atividade

TABELA Nº 04

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS E PESSOAL OCUPADO - 1960/1980

MUNICÍPIO E REGIÃO
1960
1970
1980
T.G.C.A. (*)
Nº estabelecimentos
Pessoal ocupado
Nº estabelecimentos
Pessoal ocupado
Nº estabelecimentos
Pessoal ocupado
1970 / 1960
1980 / 1970
Estab.
Ocupado
Estab.
Ocupado
SUZANO

59

2 339

179

6 674

238

13 060

11.74

11.05

2.89

6.94

SUB-REGIÃO LESTE

356

10 945

688

21 496

946

50 575

6.81

6.98

3.24

8.93

RMSP

17 196

587 767

25 788

906 907

33 369

1 463 766

4.14

4.43

2.61

4.90



(*) - Valores arredondados
FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS.
Dados Básicos: FIBGE - Censo Industrial do Estado de S. P., 1950, 1960, 1970 e 1980.

TABELA Nº 05

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E EMPREGO POR SETORES INDUSTRIAIS

SETOR INDUSTRIAL
1982
1988
T.G.C.A. 1980/1982(*)
Nº Estab.
Emprego
Nº Estab.
Emprego
Nº Estab.
Emprego
INDUST. DE TRANSFORMAÇÃO

139

14 219

168

19 212

3.30

5.20

Ind. Min. N. Metálicos

38

2 684

27

3 344

-5.60

3.80

Ind. Metalúrgica

10

265

16

602

8.30

15.00

Ind. Mecânica

10

1 353

11

1 819

1.60

5.20

Ind. Elet. e Comunicação

4

131

10

355

16.80

18.50

Ind. Mat. de Transporte

5

137

6

434

3.10

21.60

Ind. Madeira

4

25

4

38

-

1.90

Ind. Mobiliário

3

164

9

571

20.50

23.60

Ind. Papel, Papelão

5

3 362

7

3 683

5.80

1.60

Ind. Borracha

-

-

-

-

-

-

Ind. Couro e Pele

4

589

3

449

-4.70

-4.50

Ind. Química

9

1 849

10

2 550

1.80

5.60

Ind. Farm. Veter.

-

-

1

239

-

-

Ind. Perf. Sabão

-

-

-

-

-

-

Ind. Mat. Plásticas

5

22

6

220

3.10

47.90

Ind. Têxtil

7

1 885

5

2 089

-5.50

1.80

Ind. Vest. e Calçados

7

954

15

1 769

13.80

11.00

Ind. Alimentação

13

109

14

289

1.30

18.00

Ind. Bebidas

-

-

2

23

-

-

Ind. Fumo

-

-

-

-

-

-

Ind. Editorial e Gráfica

9

72

12

100

5.00

7.10

Ind. Diversas

3

317

10

640

22.70

12.70

OUTRAS INDÚSTRIAS

12

361

10

329

-3.00

1.60

(Utilidade Pública e extração e tratamento de minerais)            
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

34

193

29

587

-2.70

20.80

TOTAL GERAL

185

14 773

207

20 128

1.93

5.40



FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS
Dados Básicos: Ministério do Trabalho - Relação Anual de Informações Sociais.
(*) - Valores arredondados

industrial por gêneros, correspondente, ao emprego verificado, e que se caracteriza por uma forte predominância do Subsetor Indústria de Transformação em relação aos demais, outras e Indústria da Construção. Dentro do subsetor majoritário, cabe aos gêneros "dinâmicos" Minerais Não-Metálicos, Mecânica, Papel e Papelão e Química, o provimento do emprego mais significativo, ao lado, no grupo dos gêneros "tradicionais", do Têxtil e do Vestuário e Calçados.

Com taxas de crescimento anual de 6,50% a 8,55%, quanto ao número de estabelecimentos, e sempre um pouco acima de 10% quanto ao emprego, o setor terciário (comércio e serviços) acabou por apresentar estabilidade maior que o setor industrial no período 1960/88, conforme mostra a Tabela nº 06.

Nota-se, aí, que, dentro do terciário, foi o Subsetor Serviços o de maior dinamismo, quanto ao emprego, ao período mais recente. É esse dinamismo que propicia, inclusive, a superação, em números absolutos, da oferta de empregos no setor primário pelo terciário a partir de 1980 (Tabela nº 07).

Este Setor também se destaca no âmbito regional, superando, em crescimento, as taxas verificadas na Sub-Região Leste e na Grande São Paulo no período considerado, conforme mostra a Tabela nº 08.

No seu conjunto, os valores do emprego em relação à população total têm representado em Suzano percentuais da ordem de 18 a 22%.

Considerada essa proporcionalidade, serão necessários, até o ano meta das projeções, cerca de 33.000 novos empregos, que, dadas as características evolutivas da ocupação de pessoal no Município, terão de ser majoritariamente buscados nos setores secundário e terciário.

      IV.3 Renda

A situação da renda no Município de Suzano pode ser aquilatada a partir dos dados da pesquisa O/D, realizada em 1977 e 1987. Nesses dois anos, a despeito das diferenças de uma década decorrida, o perfil da renda por família é


TABELA Nº 06

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
TAXA GEOMÉTRICA DE CRESCIMENTO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E EMPREGO, NOS SETORES SECUNDÁRIO E TERCIÁRIO

SETORES
1970/19660
1980/1970
1988/1982
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
SECUNDÁRIO

11.74

11.00

2.89

6.90

1.90

5.40

TERCIÁRIO

8.55

10.00

6.50

10.90

6.65

10.87

COMÉRCIO

8.10

10.93

5.30

6.94

6.80

9.40

SERVIÇOS

9.00

8.40

7.83

14.67

6.20

12.20



FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS
Dados Básicos: FIBGE - Censo Econômico de 1960, 1970, 1980.
Ministério do Trabalho - Relatório Anual de Informações

TABELA Nº 07

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
NÚMERO DE PESSOAS OCUPADAS, POR SETOR DE ATIVIDADE

SETORES
1970
1975
1980
T.G.C.A.
Absoluto
%
Absoluto
%
Absoluto
%
1975/1970
1980/1975
1980/1970
PRIMÁRIO

3 811

32.40

3 304

22.00

2 314

12.20

-2.80

-6.90

-4.90

SECUNDÁRIO

6 674

56.70

9 317

62.30

13 060

68.70

6.90

7.00

6.90

TERCIÁRIO

1 288

10.90

2 332

15.60

3 629

19.10

12.60

9.20

10.90

COMÉRCIO

849

 

1 563

 

1 726

 

12.98

2.00

8.40

SERVIÇOS

439

 

769

 

1 903

 

11.86

19.86

14.60

TOTAL GERAL

11 773

100.00

14 953

100.00

19 003

100.00

4.90

4.90

4.90



FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS.
Dados Básicos: Censos Econômicos de 1970, 1975 e 1980.

TABELA Nº 08

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E EMPREGOS NO SETOR TRECIÁRIO

MUNICÍPIO/REGIÃO
1960
1970
1980
T.G.C.A.
1970/1960
1980/1970
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
Estab.
Emprego
SUZANO

253

497

575

1 288

1 086

3 629

8.50

10.00

6.50

10.90

SUB-REGIÃO LESTE

1 426

3 259

2 318

7 422

5 364

17 832

5.00

8.60

8.70

9.20

R.M.S.P.

59 352

228 027

111 417

434 721

176 835

943 139

5.40

6.70

8.00

8.00



FONTE: EMPLASA - SUMÁRIO DE DADOS
Dados Básicos: Censos Econômicos de 1960, 1970 e 1980.

sensivelmente idêntico, com os maiores percentuais situados nas faixas de 0 a 3 e de 3 a 5 salários mínimos (37 a 38 e 28 a 29%, respectivamente). Nas faixas de 5 a 12 e 12 e mais salários mínimos, os percentuais ficaram par volta de 29 e 27 e de 5 a 7%, respectivamente (Gráficos nºs 1, 2 e 3).

Dada a notória redução no poder de compra do salário mínimo, verificada nos períodos mais recentes, a estabilidade apresentada pelo perfil da renda familiar em Suzano está representando, de fato, uma queda de renda média real no Município.

Essa situação contrasta, até certo ponto, com a verificada na Sub-Região Leste, cujo perfil ao longo da década decorrida, se alterou de modo substancial, com uma redução do percentual correspondente à faixa de menor renda e um acréscimo nas de rendas mais altas.

Contrasta, também com a dinâmica verificada no Município no setor terciário, em particular, no Subsetor Serviços, quer na sua elevada taxa de crescimento nos períodos mais recentes, parece estar repousando, antes, numa expansão horizontal extensiva da clientela que numa elevação substancial da renda da mesma.

Em termos de projeções, a extrema estabilidade presente no perfil da renda 77/87, bem como a ausência de evidências quanta a inovações substanciais no Quadro da Atividade Econômica Local, associadas à situação crítica atravessada pela economia nacional no seu conjunto, induzem à previsão de um perfil, até os horizontes do Plano, sem diferenças marcantes em relação ao verificado. Isso significa que, dentro dos horizontes em questão, deverão manter-se e, provavelmente, até, acentuar-se, as demandas à ação social do Poder Público Municipal, notadamente nos campos habitacional, da saúde, da educação e dos transportes. Igualmente, essa perspectiva remete a políticas de desenvolvimento ativas no sentido da sustentação da atividade presente e de sua expansão física e estrutural, com a necessidade de captação, para o Município, de atividades e gêneros de alta capacidade de geração de renda.


Gráfico


Gráfico


Gráfico


   IV.4 Equipamentos Sociais
      IV.4.1 Educação

A rede atual de equipamentos educacionais no Município é constituída dos estabelecimentos e respectivas capacidades constantes da listagem da Tabela nº 09. Nessa, aparecem os "déficits" e eventuais "superávits" da capacidade, em número de salas, para a rede estadual instalada no Município no ano de 1991.

A Tabela nº 10 mostra o número de matrículas e classes, por grau de ensino e turnos, no ano de 1991. Na Tabela nº 11, são apresentados os dados agregados da situação da rede física, em seu conjunto, para 1991, com indicação do "déficit" geral presentemente verificado.

A Tabela nº 12 apresenta as demandas possíveis nos horizontes do Plano Diretor, calculadas com base nas populações projetadas, para os três níveis do ensino fundamental.

Considerado, ao lado da oferta da rede pública de ensino, o pequeno número de vagas oferecidas pelo setor privado no Município, que permite totalizar uma oferta geral, em 1991, de cerca de 46.000 vagas, evidencia-se, à luz das projeções efetuadas, que serão necessárias, até 1995, no conjunto, cerca de 56.000 novas vagas, para todo o ensino fundamental (1º e 2º graus) e pré-escolar. Para o ano 2000, o valor desse acréscimo saltará para cerca de 92.000 vagas. No entanto, o perfil da distribuição dessas vagas demandadas varia, pesando acentuadamente para o lado da pré-escola. Esta oferece, hoje, perto de 3.000 vagas, requerendo acréscimos de grande magnitude, da ordem de 44.000 novas vagas de 1995 e 61.000 novas vagas até o ano 2000.

Comparativamente os acréscimos demandados no ensino de 1º grau serão bem menos dramáticos: cerca de 11.000

TABELA Nº 09

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
EQUIPAMENTO EDUCACIONAL - REDE FÍSICA - ESCOLAS DE 1º E 2º GRAUS

ESTABELECIMENTO
Nº DE SALAS
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE
 
NÚMERO
IDENTIFICAÇÃO
EXISTENTES
NECESSÁRIAS
DÉFICIT
SUPERÁVIT
1
E.E.P.G. MANUEL DOS SANTOS PAIVA
5
4
0
1
2
E.E.P.G. COMUNIDADE BRASILIO MACHADO NETO
8
10
2
0
3
E.E.P.S.G. RAUL BRASIL PROFº
15
20
5
0
4
E.E.P.S.G. GERALDO JUSTINIANO DE R. SILVA PROFº
24
27
3
0
5
E.E.P.S.G. MORATO DE OLIVEIRA Dr.
17
21
4
0
6
E.E.P.S.G. BATISTA RENZI
14
20
6
0
7
E.E.P.S.G. CARLOS MOLTENE PROFº
12
15
3
0
8
E.E.P.G. SEBASTIÃO PEREIRA VIDAL
8
11
3
0
9
E.E.P.S.G ANIS FADUL Dr.
10
12
2
0
10
E.E.P.S.G. ANTONIO RODRIGUES DE ALMEIDA
13
18
5
0
11
E.E.P.S.G. OSWALDO DE OLIVEIRA LIMA
11
17
6
0
12
E.E.P.G. JANDYRA COUTINHO PROFª
8
9
1
0
13
E.E.P.G. JOSÉ PAPAIZ PROFº
7
8
1
0
14
E.E.P.G. ANTONIO GARCIA VEREADOR
14
25
11
0
15
E.E.P.G. LEDA FERNANDES LOPES PROFª
5
6
1
0
16
E.E.P.S.G. ALICE ROMANOS PROFª
14
19
5
0
17
E.E.P.G. EUCLIDES IGESCA
6
10
4
0
18
E.E.P.G. ANTONIO VALDEMAR GALO VEREADOR
11
11
0
0
19
E.E.P.S.G. BENEDITA DE CAMPOS MARCOLONGO PROFª
9
6
0
3
20
E.E.P.G. JUSSARA FEITOSA DOMSCHKE PROFª
6
9
3
0
21
E.E.P.S.G. ALFREDO ROBERTO
8
12
4
0
22
E.E.P.G. JOSÉ BENEDITO LEITE BARTHOLOMEI PROFº
8
12
4
0
23
E.E.P.G. MARIA ELISA DE AZEVEDO CINTRA PROFª
8
17
9
0
24
E.E.P.G.A. CONJUNTO RESIDENCIAL VILA HELENA
3
4
1
0
25
E.E.P.G.A. SANTA INÊS CONJUNTO RESIDENCIAL
2
3
0
1
26
E.E.P.G.A. GRAZIELA CONJUNTO RESIDENCIAL
3
2
0
1
27
E.E.P.G.A. JARDIM VARAM CONJUNTO RESIDENCIAL
3
3
0
0
28
E.E.P.G. JARDIM SÃO BERNARDINO
3
4
1
0
29
E.E.P.G. JARDIM MARGARETH
3
2
0
1
30
E.E.P.G. JARDIM LUELA
4
5
1
0
31
E.E.P.S.G. ANTONIO MARQUES FIGUEIRA
18
23
5
0
32
E.E.P.G. JOSÉ LUIZ BIANCONI
9
9
0
0
33
E.E.P.G. ZEIKICHI FUKUOKA
10
14
4
0
34
E.E.P.G. THEREZINHA PEREIRA LIMA MUZEL PROFª
8
8
0
0
35
E.E.P.G. DISTRITO DAS PALMEIRAS
3
7
4
0
36
E.E.P.S.G. ROBERTO BIANCHI
15
14
0
1
37
E.E.P.G.A. BAIRRO DO ITAPETI
2
2
0
0
38
E.E.P.G. GIOVANNI BATTISTA RAFFO PROFº Dr.
10
8
0
2
39
E.E.P.G. TOKUZO TERAZAKI
10
12
2
0
40
E.E.P.S.G. DAVID JORGE CURI PROFº
22
23
1
0
41
E.E.P.G. CHOJIRO SEGANA
10
12
2
0


FONTE: FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE, 1991

TABELA Nº 10

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
NÚMERO DE MATRÍCULAS E CLASSES POR GRAU DE ENSINO E TURNOS - 1991

TURNOS
1º GRAU
2º GRAU
Nº DE MATRÍCULAS
Nº DE CLASSES
Nº DE MATRÍCULAS
Nº DE CLASSES
DIURNO

30 902

911

1 195

33

NOTURNO

4 108

109

3 661

92

TOTAL

35 010

1 020

4 856

125



FONTE: LEVANTAMENTO DE DADOS EDUCACIONAIS (LDE/91)
CIE/ATPCE/SE - ELABORAÇÃO PELA DIRETORIA DE OBRAS E SERVIÇOS DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO, FDE.

TABELA Nº 11

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
SITUAÇÃO DA REDE FÍSICA E DEMANDA EM POTENCIAL (*) - 1991

MUNICÍPIO
NÚMERO DE ESCOLAS
SALAS
DÉFICIT DE SALAS POTENCIAL
OCIOSAS
NÃO OCIOSAS
NECESSÁRIAS
SUZANO
41
9
382
480
107


FONTE: ELABORAÇÃO PRELIMINAR DO PLANO PLURIANUAL
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO, FDE, 1991

(*) Observação - A rede física foi dimensionada para a demanda de matrícula do ano de 1991. O déficit da rede física é o resultado de uma demanda real anterior e não representa uma simples equação entre total de alunos / classes e salas. Leva-se em consideração a situação diferenciada dos alunos (1º/2º Grau - Noturno/Diurno) e a demanda especializada das escolas implicando em contextos diferentes: escolas com excesso de contingente, escolas com salas ociosas.

TABELA Nº 12

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR
DEMANDA DE MATRÍCULAS POR GRAU DE ENSINO - PROJEÇÃO 1993/2000

ANO
PRÉ-ESCOLAS
PRIMEIRO GRAU
SEGUNDO GRAU
1995

47 896

49 060

6 007

2000

64 653

66 149

7 674



FONTE: EMPLASA

novas vagas até 1995 e de 28.000 até o ano de 2000. Para o 2º grau, os valores adicionais, seriam, respectivamente, para 1995, de cerca de 2000 novas vagas; e, para o ano 2000, de cerca de 3.500.

Essas previsões não esgotam o quadro de necessidades educacionais em Suzano, devendo-se levar em conta, para previsões mais sensíveis às realidades locais, as condições de evasão e reprovação, que se associam às necessidades de capacidade física de oferta na determinação das políticas do setor.

A Tabela nº 13 ilustra a situação de exclusão bastante grave evidenciada quanto as nesses aspectos, através do diagrama do fluxo aparente do período 1977/88. Configura o mesmo uma perda gradativa, ao longo do ciclo escolar, das matriculas ocorridas, em claro sinal de ineficácia do sistema escolar em seu conjunto, que cumpre reverter.

As Tabelas nºs 14 e 15 mostram o resultado desses problemas em termos de assincronia (com a maior parte dos alunos ingressando na série fora da idade prevista para a mesma), evidenciando que, na sua absoluta maioria, a população escolar de Suzano se encontra fora da faixa escolar estipulada, particularmente, no ensino do 2º grau.

   IV.4.2. Saúde

O Município conta, hoje, com quatro CS - Centros de Saúde, em oito UBS - unidades Básicas de Saúde, que provêm o atendimento preventivo e de primeira linha. Para serviços mais sofisticados, conta com quatro hospitais gerais, sendo três destes de iniciativa privada e um estadual, com estatuto de autarquia.

Integrado ao sistema SUDS, o Município dispõe de um plano para o setor, o qual prevê a criação de mais três UBS


TABELA Nº 13

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
DIAGRAMA DE FLUXO APARENTE DE EVASÃO POR GRAU DE ENSINO E SÉRIE

ANOS
MATRÍCULA INICIAL
PRIMEIRO GRAU (EM SÉRIES)
SEGUNDO GRAU (EM SÉRIES)
 
(*)
                     
1977

3 030

                     
1978

3 659

94.6

                   
1979

4 343

85.4

82.6

                 
1980

4 588

83.0

76.5

69.2

               
1981

4 791

82.5

71.2

67.9

87.1

             
1982

5 027

80.5

73.5

64.5

81.8

10.6

           
1983

4 962

80.6

72.4

63.8

80.4

64.3

55.8

         
1984

5 677

84.1

74.1

63.8

85.0

57.5

51.7

43.7

       
1985

4 064

104.7

75.3

63.4

79.8

59.1

41.9

36.5

41.3

     
1986

4 165

156.6

71.0

66.9

81.2

56.0

41.9

30.9

37.8

27.5

   
1987

4 583

165.0

108.8

64.7

86.2

57.2

40.1

31.2

32.7

23.2

   
1988

4 646

156.8

117.3

91.0

81.0

62.2

45.2

31.9

39.7

23.3

17.8

 


FONTE: CIE/ATFCE - SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO.
(*) - 100 é o número de referência.

TABELA Nº 14

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
ÍNDICE DE ASSINCRONIA - MATRÍCULA INICIAL DO ENSINO DE 1º GRAU
Em relação à idade normal por série

ANO
SÉRIES
ÍNDICE DE ASSINCRONIA - ENSINO DE 1º GRAU
MATRIC. TOTAL
MATRIC. INICIAL
Idade Correta
Índice de Assincronia
 

4 743

2 034

.5700

 

3 660

1 078

.7000

1

2 846

768

.7300

9

2 120

624

.7000

8

2 326

670

.7100

0

1 791

478

.7300

 

1 414

387

.7300

 

1 107

312

.7200

TOTAL

20 007

6 305

.6848

 

5 020

3 022

.3980

 

6 973

2 926

.5803

1

5 655

1 512

.7326

9

4 706

1 622

.6553

9

5 193

1 296

.7504

0

3 826

933

.7561

 

2 874

807

.7192

 

2 138

612

.7137

TOTAL

36 385

12 730

.6501

 

4 891

2 814

.4246

 

7 234

3 170

.5617

1

5 695

2 228

.6087

9

5 177

1 805

.6513

9

5 677

1 658

.7079

1

4 242

1 213

.7140

 

3 366

1 014

.6987

 

2 574

811

.6849

TOTAL

38 856

14 713

.6213



FONTES: FUNDAÇÃO SEADE - 1980


TABELA Nº 15

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
ÍNDICE DE ASSINCRONIA - MATRÍCULA INICIAL DO ENSINO DE 2º GRAU
Em relação à idade normal por série

ANOS
Séries
ÍNDICE DE ASSINCRONIA - ENSINO DE 1º GRAU
MATRIC. TOTAL
MATRIC. INICIAL
Idade Correta
Índice de Assincronia
 

912

260

.7179

1 980

728

159

.7815

 

498

130

.7389

TOTAL

2 138

549

.7432

 

2 721

362

.8669

1 990

1 259

271

.7847

 

998

173

.8266

TOTAL

4 978

806

.8380

 

2 367

441

.8136

1 991

1 556

279

.8200

 

992

211

.7872

TOTAL

4 915

931

.8105



FONTES: FUNDAÇÃO SEADE - 1980
CIE/ ATPCE/ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 1990 - 1991

e dois PAS - Postos de Assistência (vide Tabela nº 16). A rede hospitalar é objeto, também, de planejamento, pelo qual, a oferta de leitos em todas as unidades existentes deverá ser ampliada, conforme indica a Tabela nº 17.

De acordo com as projeções demográficas deste Plano, as demandas de UBS, que se equiparam, para fins práticos, aos CS, são as constantes na Tabela nº 18. Verifica-se, por esta, que as demandas presentes se acham supridas a contento, sendo que, caso confirmadas as previsões de implantação, as unidades planejadas estarão atendendo, no horizonte do Plano Diretor, à demanda estimada, dentro dos padrões considerados no SUDS, de uma unidade para cada 20.000 habitantes.

As demandas de leitos hospitalares, consideradas, igualmente, as projeções demográficas do Plano, são as constantes da Tabela nº 19. Verifica-se, ao seu exame, que um total adicional de 516 (quinhentos e dezesseis) leitos deverão ser incorporados progressivamente às previsões atuais, afim de atingir, nos horizontes considerados, a totalidade da demanda estimada, que tem em conta a norma SUDS, de quatro leitos para cada mil habitantes.

   IV.5 Equipamentos de Infra-Estrutura
      IV.5.1 Sistema viário e transportes

Classificação do sistema viário

O atual sistema viário urbano de Suzano basicamente se estrutura em grelha, segundo a orientação dos dois eixos ortogonais constituídos pelas Rodovias SP-66 e SP-31.

Porém, pela falta de continuidade da SP-31, que se dissipa na malha arterial urbana, e, ainda, pelo


TABELA Nº 16

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
ESTIMATIVA DA DEMANDA DE EQUIP/ SAÚDE - CENTROS/ SAÚDE

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
SITUAÇÃO
CS II - SUZANO EXISTENTE
CS III - COLORADO EXISTENTE
CS III - PALMEIRA EXISTENTE
CS III - JARDIM VITÓRIA EXISTENTE
UBS - JARDIM MONTE CRISTO EXISTENTE
UBS - TABAMAJOARA EXISTENTE
UBS - PARQUE MARIA HELENA - PAS EXISTENTE
UBS - JARDIM NATAL EXISTENTE
UBS - CASA BRANCA - PAS EXISTENTE
UBS - BOA VISTA - PAS EXISTENTE
UBS - JARDIM IKEDA EXISTENTE
UBS - MIGUEL BADRA EXISTENTE
UBS - JARDIM BOA VISTA PROPOSTA - ERSA
UBS - PARQUE MARIA HELENA PROPOSTA - ERSA
UBS - PARQUE CASA BRANCA PROPOSTA - ERSA
PAS - 5ª DIVISÃO PROPOSTA - ERSA
PAS - FAZENDA VIADUTO PROPOSTA - ERSA


FONTE: PLANO DIRETOR DE SAÚDE - 1990 - ERSA-13
*INAUGURADO EM SETEMBRO/ 1990

TABELA Nº 17

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
ESTIMATIVA DA DEMANDA DE EQUIPAMENTOS DE SAÚDE - LEITOS HOSPITALARES

HOSPITAL
TIPO DE HOSPITAL
FINALIDADE
LEITOS
PLANEJADO
EM OPERAÇÃO
HOSP. AUX. DE SUZANO
GERAL
GOV/ ESTADO AUTARQUIA

250

180

HOSP. MATER S. SEBASTIÃO
GERAL
PRIVATIVO/ LUCRATIVO

130

33

SANTA CASA DE SUZANO
GERAL
PRIVATIVO/ LUCRATIVO

86

60

HOSP. MATER CAMPOS SALLES
GERAL
PRIVATIVO/ LUCRATIVO

37

50

TOTAL

503

323



FONTE: ERSA-13
SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO

TABELA Nº 18

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
PROJEÇÕES DE CENTROS DE SAÚDE/ UBS

PROJEÇÕES
1990
1995
2000
POPULAÇÃO ESTIMADA

184 134

248 557

335 516

CENTROS DE SAÚDE - UBS

9

12

17



FONTE: EMPLASA - PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS
PROJEÇÃO - UBS-1 CENTRO DE SAÚDE PARA CADA 20.000 HABITANTES

TABELA Nº 19

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
PROJEÇÕES DE LEITOS HOSPITALARES - 1990/1995/2000

PROJEÇÕES
1990
1995
2000
POPULAÇÃO ESTIMADA

184 134

248 557

335 516

DEMANDA DE LEITOS HOSPITALARES

736

994

1 342



FONTE: EMPLASA - PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS
Projeção Leitos - 4 leitos por 1.000/hab.

bloqueio de malha viária no sentido NS, representado pelas linhas da CBTU, resulta, então, a indesejável fusão dos tráfegos de interesses diversos, o rodoviário e o local, e a canalização de ambos através das vias arteriais da área central, com os conseqüentes conflitos de uso do espaço urbano.

A falta de conexão direta da área de Suzano ao corredor Rodoviário Trabalhadores - Dutra resulta em sobrecarga de tráfego na SP-66 e em conflitos de uso também na área urbana de Itaquaquecetuba.

A rede viária urbana é, ainda, alimentada por rodovias locais, basicamente, no sentido longitudinal N-S, como as Rodovias dos Fernandes e do Viaduto.

Ao Norte do Rio Tietê, a rede viária tem configuração centrípeta, tendo como ponto focal a ponte sobre este Rio, na Av. João Batista Fittipaldi.

Para melhor entendimento da estruturação da rede viária, é conveniente a sua classificação e hierarquização, tendo em vista as características operacionais.

As vias integrantes da malha podem ser assim classificadas:
   a) Via Expressa
      - tem por função atender à demanda intermunicipal mediante circulação expressa; pistas providas de canteiro central separador
      - não permite acesso direto à pista
      - conexões apenas com o sistema rodoviário da 1ª classe ou via arterial I
      - provida de marginais nas áreas de assentamento urbano
   b) Rodovia de 1ª Classe
      - tem por função atender à demanda rodoviária inter ou intra-urbano
      - pistas simples e tráfego bidirecional
      - acesso restrito
      - faz conexão do sistema arterial urbano com o sistema viário expresso
   c) Rodovia de 2ª Classe
      - tem por função precípua o atendimento da demanda intra-municipal
      - pista simples de tráfego bidirecional
      - traçado modesto geométrico
      - acesso lindeiro livre
   d) Via Arterial I
      - tem por função o atendimento à demanda de tráfego rápido urbano
      - pistas com canteiro central separador
      - faz conexão do Sistema Rodoviário de 1ª Classe com o sistema viário urbano
      - preferência da modalidade à acessibilidade
   e) Via Arterial II
      - tem por função atender os corredores de circulação urbana
      - pistas simples
      - tráfego uni ou bidirecional
      - faz a conexão das redes de vias locais
      - o uso do solo lindeiro estabelecerá a prioridade de acessibilidade ou da modalidade (medidas regulamentadas de tráfego)

No Município, em geral, não existem vias da categoria Expressa, e, mesmo as vias que proveriam as funções de Rodovia de 1ª Classe, notadamente, a SP-66, não reúnem todas as condições funcionais correspondentes, a exemplo do acesso restrito.

No âmbito da área urbana, tampouco são encontradas vias da categoria Arterial I com os gabaritos requeridos em correspondência a essa função.

Resulta que, no seu conjunto, a malha viária do Município está operando sem as condições técnicas correspondentes aos tipos e intensidades de tráfego verificadas.

As demandas ao sistema, dessa forma, serão tanto de natureza qualitativa, dentro da necessidade de estabelecer-se a hierarquia entre os diversos tipos de vias, quanto de natureza quantitativa, representada esta pelas extensões necessárias à integração e à eliminação das descontinuidades entre os trechos da malha.

No que respeita às viagens, verifica-se, a partir dos resultados da pesquisa Metro 0/D 87, que, como no restante da Grande São Paulo, as viagens internas tem um peso muito importante, correspondendo a 88% do total de viagens da Sub-Região Leste.

O padrão de viagens desta Sub-Região apresenta uma configuração que merece ser ressaltada: o intercâmbio principal se realiza sempre com as mesmas macrozonas, mantendo, também, a mesma posição no que se refere ao número de viagens.

Nessa Sub-Região, é interessante observar que os principais destinos e as principais origens coincidem.

São, por ordem de importância, macrozonas da Zona Leste de São Paulo (Itaquera, Guaianazes, Tatuapé e Vila Prudente) e o Centro. Em quarto e quinto lugares aparecem as macrozonas Guarulhos/ Santa Isabel e a do ABCD.

No que se refere ao modo de transporte, as viagens a pé se destacam em primeiro lugar, correspondendo aproximadamente a 48% das viagens totais. Em seguida, o modo coletivo, representando em torno de 33% do total, sendo que o modo individual apresenta uma proporção de 19%.

Em Suzano, as principais viagens são as realizadas por motivo de trabalho, representando cerca de 42% do total de viagens do Município.

Examinando-se o quadro das viagens por motivo trabalho, observa-se o seguinte:
   - os Municípios de Mogi das Cruzes, Suzano, Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos se destacam em relação à quantidade de viagens produzidas e atraídas pela Sub-Região, sendo que Mogi é o Município de maior peso; o Município de Suzano vem em segundo lugar, com praticamente a metade das viagens de Mogi;
   - nesses Municípios, o número de viagens produzidas e atraídas por motivo trabalho é praticamente igual;
   - em todos esses Municípios, com exceção de Mogi das Cruzes, é a indústria o fator principal das viagens realizadas por motivo trabalho; os serviços e o comércio aparecem em segundo e terceiro lugares;
   - observa-se, no entanto, uma configuração específica de Suzano; com efeito, a indústria, que corresponde a 50% das viagens produzidas, passa a representar 31%, quando se considera o total das viagens atraídas.

Em termos de projeções, as estimativas efetuadas quanto ao comportamento da renda no Município não autorizam expectativas de mudanças substanciais na divisão modal.

Essa situação não é, necessariamente, problemática, uma vez que, mantida a participação discreta que o modo individual motorizado de passageiros apresenta no cômputo total das viagens, fica aberto o campo para melhorias na infra-estrutura e no desempenho dos modos coletivo e pedestre, sabidamente, de mais fácil agenciamento que o individual.

Resta apenas, para atendimento a esse tipo peculiar de demanda, orientar as políticas setoriais de transporte e tráfego intencionalmente, considerando-a como prioritária.

      IV.5.2 Abastecimento de água

Os sistemas de abastecimento de água, operados pela concessionária Sabesp, de importância para o Município de Suzano são os seguintes:

Sistema Rio Claro

É o sistema que hoje abastece o Município, com uma produção de aproximadamente 3,8m³/s de água, que fornece, além de Suzano, para Itaquaquecetuba, Mauá, Arujá, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Ribeirão Pires e Itaquera.

Este sistema de abastecimento esta dando sinais preocupantes de suas limitações. No Município de Suzano esta ocorrendo uma operação de rodízio.

Sistema Alto Tietê

O complexo é formado pelas barragens de Ponte Nova, Taiaçupeba, Jundiaí, Biritiba, Paraitinga, Itapanhaú e Itatinga. Deverá abastecer os Municípios de Suzano, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Mogi das Cruzes.

Segundo dados da Sabesp, o Sistema Alto Tietê produzirá 2,5 m³/s de água até final de 1991, e 5,0 m³/s até julho de 1992, dos reservatórios Jundiaí e Taiaçupeba.

A meta de suprimento é de 15,0m³/s, com o máximo de 17,5m³/s, em fim de implantação do Sistema. Para conclusão da etapa até 1992, falta a conclusão das obras do túnel que liga as represas de Jundiaí e de Taiaçupeba; os vertedouros da barragem de Taiaçupeba; a elevação do nível de água das represas.

Após essa etapa, a Sabesp estudará como deverá dar-se a continuidade das obras para finalizar o Sistema Alto Tietê.

Conforme dados coletados naquela empresa, há 24.107 ligações na rede de água, cuja extensão é de 274.000m.

Hoje a vazão média no Município é da ordem 310,0 l/ s/ dia. A quota média per capita é de 202,0 l/ hab/ dia, com 72% da população atendida.

Estima-se uma necessidade de vazões médias diárias da ordem de 464,0 l/ s/ dia para o ano 2000 e 666,0 l/ s/ dia para 2005.

Nos Bairros Vila Palmeira, Vila Marajoara, Vila Helena e Chácara Cedes, situados fora da área urbana servida, a Sabesp implantou um sistema alternativo de poços profundos com as devidas redes. Prevê-se a expansão deste sistema nos Bairros de Vila Doda, Vila Ipelândia e Vila Cunha. Trata-se de um sistema provisório de abastecimento de água, enquanto não se cumprem as metas de atendimento do Sistema Alto Tietê.

      IV.5.3 Esgotamento sanitário

Apesar do Município de Suzano possuir uma ETE - Estação de Tratamento de Esgotos, integrante do sistema regional Sanegran, existe precariedade na rede de coleta. O atendimento é concentrado, atingindo mais a área central do Distrito Sede. O total de ligações no Município é de 12.890. Essa situação leva a população a implantar soluções individuais para disposição final de dejetos (fossa séptica, fossa negra). A dificuldade surge nas regiões ribeirinhas, onde o lençol freático é alto, o que dificulta e impede o uso desse sistema. Os efluentes, por conseguinte, acabam por ser lançadas nas Vias Públicas, situação que se agrava sobre maneira nas áreas situadas dentro dos limites das bacias protegidas de mananciais, com o comprometimento direto feito pelos lançamentos efetuados.

As demandas de esgotamento previsíveis, consideradas as projeções demográficas do presente Plano Diretor, apontam aos seguintes valores, respectivamente, para o ano 2000 e o ano 2005: 371,2 e 532,8 l/ s/ dia.

      IV.5.4 Resíduos sólidos

No Município de Suzano, a coleta de lixo é efetuada pela Companhia Coletora Pioneira S.C Ltda., sob contrato objeto de concorrência pela Prefeitura, com um total coletado de 100 toneladas/ dia. O indicador "per capita" é da ordem de 0,74 kg/ hab/ dia (1990), perfazendo, por semana, com seis dias de coleta, 4,44 kg/ hab.

Das 2900 toneladas mensais coletadas, aproximadamente 2200 são depositadas no aterro sanitário de Itaquaqueçetuba e 700 no "lixão" de Suzano.

Até recentemente, o lixo oriundo do serviço de saúde era coletado e enviado para o aterro sanitário de Itaquaqueçetuba; quando esse envio não se mostrava possível, o resíduo era depositado no "lixão" do próprio Município.

Hoje, o lixo hospitalar é incinerado no incinerador da Companhia Coletora, inaugurado em 08/03/91. Sua capacidade é de 200 kg/ h à temperatura de 760ºC. A Companhia Hoechst tem, em seu estabelecimento situado no Município, um incinerador para resíduos industriais, que atende, também, a outras indústrias.

No trabalho desenvolvido pela Emplasa em 1990, sob o título Recuperação de Áreas Degradadas, Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos, é proposta a reabilitação do aterro sanitário regional de Itaquaquaçetuba, que inclui a execução de um sistema de tratamento de líquidos percolados (chorume), além da implantação de sistema de gerenciamento para operação e monitoramento da instalação.

A reabilitação do aterro sanitário de Itaquaqueçetuba irá beneficiar os Municípios de Suzano, Itaquaqueçetuba, Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Poá e Santa Isabel.

Para os horizontes de 1995 e 2000, as estimativas de demanda e de contribuição ao sistema regional que venha a ser instalado, por parte do Município de Suzano, são da ordem, respectivamente, de 198 e de 268 ton/ dia de resíduo a ser coletado e objeto de disposição final.

      IV.5.5 Energia elétrica

O consumo de energia elétrica no Município de Suzano passou de 387.865 MWH, em 1980, para 771.558 MWH, com uma taxa geométrica de crescimento anual de 7,94%, maior que a média de 5,57%, verificada para a Sub-Região Leste da Grande São Paulo.

Considerada a população total do Município, chega-se aos valores de consumo "per capita" de 3,84 MWH/ hab., em 1980 e 5,73 MWH/ hab., em 1990, num crescimento da ordem de 50% no período de 10 anos.

Mantido esse ritmo de crescimento, as demandas previsíveis serão de: 442.664 MWH, para 1995; 588.184 MWH, para 2000; 762.605 MWH para 2005.

O Município esta sendo atendido pelas Subestações de Suzano, Poá e Itaquaqueçetuba. A Subestação Trabalhadores deverá entrar em operação em 1994; a Subestação Palmeiras, em 1995.

Hoje, o Município tem uma capacidade disponível de 7,00 MWH, que tende a 12,10 MWH, até 1993. Com as Subestações Palmeiras e Trabalhadores será atingida a capacidade disponível, em 1995, de 30,00 MWH. Esta capacidade disponível e variável, pois depende da demanda necessária aos Municípios da Região.

      IV.5.6 Telecomunicações

O número de telefones instalados no Município cresceu de 12.659, em 1995, para 14.390, em 1985. O índice "per capita" aproximado é de 106 aparelhos/ 1000 hab. A taxa geométrica de crescimento anual - TGCA é de 3,26%, pouco inferior à média da Sub-Região Leste, no período 1985/89.

Consideradas as populações previstas nos horizontes de 1995 e 2000, com ligeira aproximação dos índices "per capita" a valores mais adequados, as demandas ao sistema, por parte do Município, serão, respectivamente, da ordem de 20.000 e de 40.000 instalações.

   IV.6 Demanda de áreas

As Tabelas nºs 20 e 21 apresentam o quadro da distribuição espacial das áreas vinculadas a tipos específicos de utilização no território do Município. Ao seu exame, verifica-se que, da extensão total da área municipal, 51% correspondem a áreas rurais e 49% a urbanas, de acordo com a demarcação vigente do Perímetro Urbano. O total das áreas rurais se distribui pelos Distritos Sede e Palmeiras, sendo o Distrito de Boa Vista Paulista considerado inteiramente área urbana.

A densidade demográfica bruta do Município é, considerada a população projetada para 1990, de 887 hab/ Km² (8.87 hab/ ha). Uma densidade bruta mais representativa das condições reais do assentamento presentes pode ser obtida considerando-se, apenas, as áreas mistas ou residenciais que totalizam, no Município, 4161 ha. Essa densidade seria de 44,25 hab/ ha. Como, no cômputo dessas áreas, acham-se incluídas as áreas de parcelamento tipo "chácara residencial", pode-se tentar uma aproximação maior da densidade de fato verificada, considerando-se, apenas, as áreas residenciais de tipo corrente e excluindo-se as de tipo "chácara". O resultado dessa operação indicaria densidade bruta de 79.81 hab/ ha, que, à vista dos padrões correntes da Grande São Paulo, pode ser, até, considerada, elevada. Em Municípios como Cotia, por exemplo, as densidades correspondentes chegam à metade desse valor, indicando, tanto, a presença de um tamanho relativamente grande do lote médio, quanto um processo extensivo de parcelamento, que envolve a retenção de áreas urbanizadas em grande número. Em Suzano, o valor da densidade obtido certamente se deve a um tamanho médio de lote mais próximo do padrão mínimo de 250.00m², tradicionalmente exigido pelas normas sanitárias, como, também, a um percentual menor de retenção de terrenos urbanizados em relação à oferta total neste campo.

Ainda assim, o estoque existente contaria com ampla margem de atendimento às demandas; caso não houvesse qualquer ampliação das áreas residenciais, as densidades resultantes seriam, respectivamente, em 1995 e 2000, de 107,79 e 145,45 hab/ ha, perfeitamente compatíveis com o padrão de assentamento presente no Município. Todavia, o atingimento desses valores implicaria

TABELA Nº 20

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS URBANAS, RURAIS, E DE PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS

DISTRITOS
ÁREAS TOTAIS
DISTRITO
RURAL
URBANO
PALMEIRAS

8 459

6 521

1 938

BOA VISTA PTA

2 331

404

1 927

SEDE

9 950

3 540

6 410

TOTAIS

20 740

10 465

10 275

DENTRO APM      
PALMEIRAS

8 459

6 522

1 937

SEDE

8 036

2 957

5 079

SUB-TOTAIS

16 495

9 479

7 016

FORA APM      
BOA VISTA PTA

2 332

404

1 928

SEDE

1 914

583

1 331

SUB-TOTAIS

4 246

987

3 259



FONTE: EMPLASA


TABELA Nº 21

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
ÁREAS COM DESIGNAÇÕES DE USO ESTABELECIDAS

DISTRITOS
ÁREAS DISCRIMINADAS
ÁREAS
CHÁCARAS
RESIDENCIAL
DISCRIMINADAS
NÃO DISCRIMINADAS
RURAIS
URBANAS
RURAIS
URBANAS
SUB URB
ZUPI URB
APA
RURAIS
URBANAS
RURAIS
URBANAS
PALMEIRAS

949

282

63

116

     

1 012

398

5 509

1 540

BOA VISTA PTA  

16

 

690

80

135

404

404

921

 

1 006

SEDE

130

487

75

1 363

357

919

329

524

3 126

3 016

3 284

TOTAIS

1 069

785

138

2 169

437

1 054

733

1 940

4 445

8 525

5 830

DENTRO APM                      
PALMEIRAS

949

282

63

116

     

1 012

398

5 510

1 539

SEDE

76

366

70

947

 

482

 

146

1 795

2 811

3 284

SUB-TOTAIS

1 025

648

133

1 063

 

482

 

1 158

2 193

8 321

4 8??

FORA APM                      
BOA VISTA PTA  

16

 

690

80

135

404

404

921

 

1 007

SEDE

44

121

5

416

357

437

329

378

1 331

205

 

SUB-TOTAIS

44

137

5

1 106

437

572

733

782

2 2??

209

1 007



FONTE: EMPLASA

num processo de contenção do parcelamento que não se mostra viável inteiramente, dentro do quadro atual. Para estabelecer-se um parâmetro de maior realismo, é possível considerar-se a manutenção de uma densidade bruta "efetiva" próxima à atual, de 80 hab/ ha. Nesse caso as extensões totais de áreas residenciais "efetivas" no Município chegariam, a 3107 e 4194 há, respectivamente, para os anos 1995 e 2000. Portanto, implicando em acréscimos de 800 e de 1887 ha, respectivamente, até esses anos-horizonte. O mais provável é que, dadas as dificuldades presentes no quadro econômico geral, e o controle estrito sobre o uso do solo que vem se exercendo pelo Município, a extensão adicional de área urbanizada se situe em um ponto intermediário entre o estoque de 2307 ha hoje disponível e os acréscimos assinalados. Conta-se para essa previsão, também, com a elevada oferta presente, hoje, de "chácaras residenciais", uma parte das quais, certamente, poderia vir a ser utilizada como moradia permanente, absorvendo, nessa condição, parte da demanda emergente de área residencial.

No que respeita a áreas industriais, conta-se, hoje, no Município com especificações de zoneamento bastante claras, que qualificam categoricamente sua oferta. O total de zonas ZUPI - de uso exclusivamente industrial, atinge 1054 ha, sendo o total correspondente às ZUD - de uso diversificado, mas voltadas prioritariamente para o uso industrial, 437 ha.

Considerando o total do emprego industrial apurado para Suzano em 1988, chega-se a uma quota geral de 524m²/ emprego. Essa quota se apresenta, em relação aos valores utilizados nos planos metropolitanos, como extremamente elevada. Tal posição pode estar indicando haver uma super abundância da oferta de áreas industriais, no presente. Consideradas as estimativas grosseiras de necessidades adicionais de emprego no Município, da ordem de 33.000 para o ano meta 2000, e estimando-se um aumento relativo do emprego terciário em relação ao secundário no período 1990/2000, ter-se-ia, sem expansão das áreas hoje zoneadas para uso industrial, ao final desse período, uma quota de 210,80m²/ emprego. Tal valor ainda supera por mais do dobro o valor normativo, próximo de 100,00m², utilizado nos planos metropolitanos para a quota de área de terreno industrial por emprego. Nessas condições, conclui-se que a atual designação de áreas para uso industrial no Município é amplamente satisfatória, ostentando condições de atender, com folgas, até os anos-horizonte, as demandas previsíveis.

As outras rubricas a serem consideradas na estimativa da demanda de áreas no Município são a dos usos comerciais e de serviços, institucionais e de lazer/ recreação. Destas, as duas primeiras compartilham das áreas de função residencial, constituindo-se num percentual destas que pode variar de 5 a 10%, sendo certo que o atendimento da demanda correspondente se faz sem necessidade de previsões especiais, dado o processo de sua constituição.

Para as áreas de lazer/ recreação, são aqui utilizados padrões de dimensionamento e tipologia calcados na experiência internacional e, até o momento, adotados no planejamento metropolitano da Grande São Paulo. A Tabela 22 apresenta os valores de demanda correspondentes, respectivamente, aos horizontes de 1995 e do ano 2000, consideradas, para esse efeito, as populações projetadas deste Plano Diretor. Observe-se que esses valores correspondem apenas às demandas urbanas. Para um atendimento das demandas de tipo não-urbano, ainda de acordo com as mesmas fontes de dimensionamento, seriam necessários, respectivamente, em 1995 e no ano 2000, 497,11 e 671,03 ha de áreas de lazer/ recreação organizadas.

   IV.7 Receitas e Outros Dados Orçamentários

A evolução das receitas e demais dados orçamentários relevantes para o Plano Diretor abrange o período 1983/88, único para o qual se dispõe de tabulações sistemáticas devidamente compatibilizadas do ponto de vista da unidade monetária. O processo inflacionário recorrente no País, como é sabido, torna os valores orçamentários nominais altamente incongruentes, pouco se prestando a uma análise sistemática. No caso de Suzano, à guisa de exemplo, o valor total das receitas em NC$, vai de 4.603,00 em 1983, a 3.723.203,00 em 1988. A configuração do processo evolutivo, num quadro desse tipo, requer a transposição dos dados para bases financeiras uniformes que, menos pelos valores que em si representam, valem pelas comparações que propiciam. A Tabela nº 23 apresenta, em valores corrigidos, a evolução da

TABELA Nº 22

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
DEMANDA DE ÁREAS DE LAZER/ RECREAÇÃO/ CULTURA, POR UNIDADES DE SERVIÇO 1995/2000

FAIXA ETÁRIA ATENDIDA
TIPO DE UNIDADE
QUOTA (m²/ hab.)
ÁREAS TOTAIS DE DEMANDA (ha)
1995
2000
  Parques Infantis

,24

5,96

8,05

  Centros Educacionais

,42

10,44

14,09

0 A 12
Recreação Infantil ao Ar Livre

2,34

58,16

78,51

  SUB-TOTAL

3,00

74,56

100,65

  Áreas Junto a Centros de Ensino

,30

7,46

10,06

mais/ 12
Centros Recreativos

,40

9,94

13,43

  Campos de Esporte

,30

7,46

10,06

  SUB-TOTAL

1,00

24,86

33,55

TODOS
Sub-Total Recreação Ativa

4,00

99,42

134,20

  Jardins

2,00

49,71

67,10

  Praças

,50

12,43

16,78

TODOS
Parques Distritais

3,50

86,99

117,48

  Sub-Total Recreação Passiva

6,00

149,13

201,31

TODOS
Avenidas - Parques

2,00

49,71

67,10

TODOS
Total (Áreas Urbanas)

12,00

298,26

402,61



FONTE: EMPLASA


TABELA Nº 23

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
BALANÇOS DO MUNICÍPIO DE SUZANO - RECEITAS 1983/1988 VALORES CORRIGIDOS NCz$

DISCRIMINAÇÃO
1983
1984
1985
1986
1987
1988
RECEITAS TRIBUTÁRIAS

337 516

333 533

362 607

709 782

467 131

474 659

- IPTU

100 255

131 450

86 170

298 079

98 909

112 875

- ISS

169 147

141 110

205 584

302 647

325 986

323 368

- TAXAS

68 114

60 974

70 853

109 056

42 236

38 416

- OUTRAS

0

0

0

0

0

0

TRANSFERÊNCIAS FEDERAIS

270 884

277 598

453 251

642 591

577 645

497 783

- FPM

201 067

230 133

389 811

594 854

501 333

427 753

- IULCLG

4 954

5 648

5 173

8 992

13 150

20 704

- ADICIONAL AO IULCLG

521

509

574

1 018

2 268

2 479

- TRU

4 529

2 904

2 311

401

0

0

- IR

32 216

21 040

38 135

12 642

35 943

24 897

- IUM

11 504

5 749

6 333

12 061

12 193

9 471

- ITR

16 093

11 555

10 913

12 592

12 759

6 109

- OUTRAS

0

60

0

31

0

6 370

TRANSFERÊNCIAS ESTADUAIS

2 090 489

2 122 126

2 756 828

4 010 868

3 438 762

2 620 052

- ICM

2 043 348

2 038 874

2 610 133

3 744 371

3 240 865

2 485 428

- ARE/ AE

0

0

201

0

0

0

- AUXÍLIOS E/ OU CONTRIBUIÇÕES

21 924

64 008

2 320

183 820

145 304

111 927

- OUTRAS/ IPVA

25 217

19 245

144 174

82 677

52 593

22 697

OUTRAS TRANSFERÊNCIAS

0

0

0

0

0

0

- OUTRAS

0

0

0

0

0

0

RECEITA PATRIMONIAL

754

17 935

258 315

181 139

215 449

87 453

RECEITA INDUSTRIAL

0

0

0

0

0

0

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

201 277

0

0

0

0

0

ALIENAÇÕES DE BENS MÓVEIS E IMÓVEIS

0

0

0

0

0

0

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

0

0

0

0

0

0

OUTRAS RECEITAS

64 713

52 786

70 625

48 029

65 594

52 256

TOTAL

2 965 633

2 803 978

3 901 626

5 592 410

4 764 581

3 732 206

RECEITAS CORRENTES

2 742 432

2 773 417

3 898 577

5 581 807

4 764 589

3 732 115

RECEITAS DE CAPITAL

223 201

30 561

3 049

10 603

-8

88



FONTE: CONJUNTURA ECONÔMICA - COLUNA 2

receita no Município, no período considerado, 1983/88.

Para o mesmo, a Tabela nº 24 mostra a evolução da despesa.

Tanto receita quanta despesa apresentam, no Município, perfis evolutivos semelhantes, crescendo a partir de 1983 até 1986, daí em diante decrescendo até níveis próximos aos do ano de 1985. O comportamento oscilante assim verificado responde, por certo, à evolução do quadro econômico nacional, não sendo de todo injustificadas possíveis variações para mais nos anos de 1989 e 90, em função das novas disposições quanta à repartição dos tributos trazidas pela Constituição Federal de 1988.

Analisada a composição da receita, constante da Tabela 25, depreende-se ser esta, no período em exame, em caráter absolutamente majoritário, do tipo corrente. Dentro da rubrica Receita Corrente, cabem às Transferências Estaduais os maiores valores percentuais de participação, seguindo-se as Transferências Federais e as Receitas Tributárias, com, apenas, ao final, percentuais inexpressivos das receitas patrimonial e outros. É o retorno propiciado pelo ICM, hoje ICMS, o principal componente da rubrica mais destacada, denotando o caráter industrial do Município, que já ficara expresso através dos valores do emprego por setor. A evolução desse retorno segue muito de perto o perfil apresentado pelo conjunto da orçamentação, demonstrando o alto grau de influenciação sobre esta das conjunturas nacionais. No que respeita à composição da despesa, Tabela nº 26, verifica-se que esta apresenta forte predomínio, ao longo do período de análise, das Despesas Correntes sobre a de Capital (com uma razão nunca menor que 1,60). O perfil desta correlação, no entanto, apresenta-se como que ao inverso do perfil geral do montante orçamentário. Tanto menor e a relação Despesa Corrente/ Despesa de Capital quanto maior é o valor geral orçamentado.

No seu conjunto, o perfil apresentado indica, sempre, uma capacidade reduzida de investimento, por parte do Município, chagando perto do percentual de 40% da despesa total em apenas dois exercícios, que podem ser considerados atípicos, 1986/1987.

Tematicamente, o perfil da despesa fica

TABELA Nº 24

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
BALANÇOS DO MUNICÍPIO DE SUZANO
DESPESAS POR CATEGORIA ECONÔMICA 1983/1988 VALORES CORRIGIDOS NCz$

DISCRIMINAÇÃO
1983
1984
1985
1986
1987
1988
DESPESAS CORRENTES

2 722 977

2 410 132

3 051 902

3 601 028

3 353 897

3 666 229

PESSOAL

1 495 176

1 350 597

1 507 275

2 074 107

1 688 502

1 637 623

MATERIAL DE CONSUMO

323 698

377 159

645 245

629 612

739 489

739 819

SERVIÇOS DE TERCEIROS E ENCARGOS

554 417

430 228

636 341

616 596

625 350

809 688

OUTRAS DESPESAS CORRENTES

0

20 745

85 395

10 564

5 547

2 296

CONTRIBUIÇÃO AO PASEP

42 212

25 923

37 927

65 655

48 599

53 393

ENCARGOS DA DÍVIDA INTERNA

117 345

83 141

15 453

43 940

104 919

306 413

TRANSFERÊNCIAS A PESSOAS

170 975

101 519

103 363

117 830

105 994

97 715

OUTRAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

19 152

20 821

20 903

42 725

35 496

19 282

DESPESAS DE CAPITAL

420 377

682 307

498 394

2 189 455

2 080 985

991 001

INVESTIMENTOS

338 278

610 139

439 153

2 153 850

2 047 270

968 121

AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS

0

0

0

0

0

0

DIVERSAS INVERSÕES FINANCEIRAS

0

0

0

0

4 080

700

AMORTIZAÇÃO

82 099

72 169

59 242

35 604

29 635

22 180

OUTRAS TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

0

0

0

0

0

0

TOTAL

3 143 354

3 092 440

3 550 296

5 790 483

5 434 832

4 657 230



FONTES: CONJUNTURA ECONÔMICA - COLUNA 2

TABELA Nº 25

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
BALANÇOS DO MUNICÍPIO DE SUZANO - COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DAS RECEITAS 1983/1988 (EM %)

DISCRIMINAÇÃO
1983
1984
1985
1986
1987
1988
RECEITAS TRIBUTÁRIAS

.11

.12

.09

.13

.10

.13

- IPTU

.03

.05

.02

.05

.02

.03

- ISS

.06

.05

.05

.05

.07

.09

- TAXAS

.02

.02

.02

.02

.01

.01

- OUTRAS            
TRANSFERÊNCIAS FEDERAIS

.09

.10

.12

.12

.12

.13

- FPM

.07

.08

.10

.11

.11

.12

- IULCLG          

.01

- ADICIONAL AO IULCLG            
- TRU            
- IR

.01

.01

.01

 

.01

.01

- IUM            
- ITR

.01

         
- OUTRAS            
TRANSFERÊNCIAS ESTADUAIS

.71

.76

.71

.72

.72

.70

- ICM

.69

.73

.67

.67

.68

.67

- ARE/ AE            
- AUXÍLIOS E/ OU CONTRIBUIÇÕES

.01

.02

 

.03

.03

.03

- OUTRAS/ IPVA

.01

.01

.04

.02

.01

.01

OUTRAS TRANSFERÊNCIAS            
- OUTRAS            
RECEITA PATRIMONIAL  

.01

.07

.03

.05

.02

RECEITA INDUSTRIAL            
OPERAÇÕES DE CRÉDITO

.07

         
ALIENAÇÕES DE BENS MÓVEIS E IMÓVEIS            
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS            
OUTRAS RECEITAS

.02

.02

.02

.01

.01

.01

TOTAL

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00

RECEITAS CORRENTES

.93

.99

1.00

1.00

1.00

1.00

RECEITAS DE CAPITAL

.08

.01

       


FONTES: SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO - SHDU
GRUPO DE PLANEJAMENTO SETORIAL - GPS

TABELA Nº 26

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
BALANÇO DO MUNICÍPIO DE SUZANO - COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DAS DESPESAS POR CATEGORIA ECONÔMICA 1983/1988 (EM %)

DISCRIMINAÇÃO
1983
1984
1985
1986
1987
1988
DESPESAS CORRENTES

.87

.78

.86

.62

.62

.79

PESSOAL

.48

.44

.43

.36

.31

.35

MATERIAL DE CONSUMO

.10

.12

.18

.11

.14

.16

SERVIÇOS DE TERCEIROS E ENCARGOS

.18

.14

.18

.11

.12

.17

OUTRAS DESPESAS CORRENTES  

.01

.02

     
CONTRIBUIÇÃO AO PASEP

.01

.01

.01

.01

.01

.01

ENCARGOS DA DÍVIDA INTERNA

.04

.03

 

.01

.02

.07

TRANSFERÊNCIAS A PESSOAS

.05

.03

.03

.02

.02

.02

OUTRAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

.01

.01

.01

.01

.01

 
DESPESAS DE CAPITAL

.13

.22

.14

.38

.39

.21

INVESTIMENTOS

.11

.20

.12

.37

.38

.21

AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS            
DIVERSAS INVERSÕES FINANCEIRAS            
AMORTIZAÇÃO

.03

.02

.02

.01

.01

.01

OUTRAS TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL            
TOTAL

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00



FONTES: SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO - SHDU
GRUPO DE PLANEJAMENTO SETORIAL - DPS

Evidenciado na Tabela nº 27, indicando como constantes as posições principais ocupadas pelas rubricas Habitação e Urbanismo, Educação e Cultura, Administração e Planejamento, entrando ao longo do período de análise, a fazer parte desse conjunto a de Transporte, face ao amento de suas taxas de crescimento nos anos mais recentes. Em termos de projeções, as expectativas para a receita do Município não tem como ser otimistas na presente conjuntura, visto o nível de dependência da mesma às transferências estaduais, principalmente de ICMS, sabidamente sensíveis às oscilações da economia do País como um todo. As mudanças tributárias advindas da Constituição de 1988 e o destaque que vem apresentando o setor Serviços, no Município, são fatores tendentes a contrabalançar a expectativa desfavorável assim desenhada. Porém, tudo indica que a curto e médio prazo em termos quantitativos seu efeito será ainda, insuficiente para equilibrar a receita geral. Os rebatimentos desse quadro sobre o teor de política de desenvolvimento são imediatos, destacando a importância das linhas de ação pública voltadas para a manutenção dos estabelecimentos dos gêneros motrizes já instalados no Município, para diversificação nos setores urbanos de dinamismo mais acentuado no período recente - Serviços, Construção Civil, bem como, para a ampliação física do número dos estabelecimentos instalados em Suzano.

Tais linhas se reforçam adrede, se se tem presentes a inelasticidade apresentada pela renda local, que está a indicar, sem margem de previsão quanto à extensão do período de sua ocorrência, a necessidade de altos dispêndios públicos nos setores sociais e no transporte, sem que se vislumbrem margens para redução substancial das demandas a investimentos em Habitação e Urbanismo.

   V MUNICÍPIO DE SUZANO - OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

TABELA Nº 27

MUNICÍPIO DE SUZANO - PLANO DIRETOR 1991
BALANÇOS DO MUNICÍPIO DE SUZANO
DESPESAS POR FUNÇÃO 1983/1988

VALORES CORRIGIDOS NCZ$

DISCRIMINAÇÃO
1983
1984
1985
1986
1987
1988
LEGISLATIVA

232 872

229 606

254 729

358 223

271 479

233 000

JUDICIÁRIA

0

0

0

0

0

0

ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO

930 831

1 243 450

1 265 476

1 886 915

1 010 849

937 143

AGRICULTURA

0

0

0

0

0

0

COMUNICAÇÕES

0

0

0

0

0

0

DEFESA NACIONAL E SEGURANÇA PÚBLICA

437

1 072

8 257

15 801

11 267

8 803

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

0

0

0

0

0

0

EDUCAÇÃO E CULTURA

505 904

500 489

638 286

862 057

871 438

950 518

ENERGIA E RECURSOS MINERAIS

0

0

0

0

0

0

HABITAÇÃO E URBANISMO

889 851

691 849

925 201

1 959 466

2 322 067

1 706 159

INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS

0

0

0

0

0

0

RELAÇÕES EXTERIORES

0

0

0

0

0

0

SAÚDE E SANEAMENTO

114 817

119 123

158 873

166 379

117 152

87 991

TRABALHO

0

0

0

0

0

0

ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA

258 940

143 929

237 649

334 735

285 406

245 662

TRANSPORTE

209 702

162 921

206 298

206 906

545 209

497 953

TOTAL

3 143 354

3 092 410

3 694 770

5 790 483

5 434 867

4 657 229



FONTES: (CONJUNTURA ECONÔMICA - COLUNA 2 - ÍNDICE GERAL DE PREÇOS)

V MUNICÍPIO DE SUZANO - OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

Os objetivos de desenvolvimento visados pelo Plano Diretor são as seguintes:

   Ob 01 Assegurar condições de estabilidade, continuidade de operação e eventual expansão do Parque industrial instalado no Município, de forma a manter as funções por este desempenhadas no provimento de emprego e arrecadação a na indução de atividades dos outros setores da economia;

   Ob 02 Favorecer o desempenho das atividades do setor terciário, assegurando a estas condições mais precisas e diversificadas de localização;

   Ob 03 Propiciar condições para a manutenção da dinâmica da atividade imobiliária e da indústria da construção civil;

   Ob 04 Promover a sustentação das atividades do setor primário, defendendo o estoque de áreas destinadas à produção hortifrutigranjeira dos processos prematuros de urbanização e assegurando a compatibilidade locacional das atividades extrativas com as condições do assentamento;

   Ob 05 Estimular e promover os gêneros de maior produtividade e potencial de mercado do setor primário;

   Ob 06 Assegurar a compatibilidade locacional, e a condição de boa operação nas relações com a estrutura do assentamento local, dos grandes equipamentos instalados no Município ou que cruzem seu território;

   Ob 07 Melhorar as condições de acessibilidade da força de trabalho local a todas as concentrações de oferta de empregos e serviços existentes no Município, e ao mercado geral de trabalho da Região Metropolitana e de sua Sub-região Leste;

   Ob 08 Favorecer a diversificação da tipologia da moradia colocada em oferta no Município, assegurando e desenvolvendo, em especial, a qualidade das áreas exclusivamente residenciais;

   Ob 09 Diminuir a participação da chamada habitação, "sub-normal" na oferta de moradia a nível local;

   Ob 10 Criar condições para a melhoria da qualidade do assentamento em áreas de urbanização precária, ocupadas predominantemente por segmentos populacionais de renda média a baixa;

   Ob 11 Garantir condições adequadas para a estabilidade e a preservação, em condições e ecológicas satisfatórias, dos compartimentos do sítio municipal mais significativos ou suscetíveis à deterioração face à ação antrópica;

   Ob 12 Desenvolver progressivamente condições ambientais de boa qualidade no interior do assentamento urbano em geral;

   Ob 13 Assegurar a preservação e a valorização dos elementos representativos da evolução histórica do assentamento e da atividade econômica do Município;

   Ob 14 Favorecer a diversificação da oferta cultural no Município, garantindo amparo às manifestações nele separadas e condições de intercâmbio com a produção cultural externa;

   Ob 15 Desenvolver e apego da cidadania local ao enfrentamento e à participação no tratamento das questões estratégicas para o desenvolvimento do Município e para a melhoria da qualidade de vida no mesmo.

   VI POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO GLOBAL

A consecução dos objetivos visados pelo Plano Diretor requererá, dada a escala avantajada dos valores das projeções demográficas, das demandas sociais e técnicas estimadas para o Município, forte concatenação e intencionalidade das ações do Poder Público visando o desenvolvimento. Essas ações não se cingem apenas ao nível de governo local mas devem envolver os demais níveis de governo. Hão de abranger, igualmente, os três setores de atividade, na medida em que a conjuntura crítica alongada atravessada pela economia do País como um todo impõe o desfrute em grau máximo de todos os fatores de geração de renda disponíveis.

É ao setor secundário, desde várias décadas o principal impulsionador do crescimento econômico local, que deve dirigir-se o esforço prioritário das políticas públicas de desenvolvimento. É essencial para avanço da economia de Suzano como um todo que sejam preservadas a estabilidade e a liderança demonstradas por esse setor ao longo das últimas décadas, com seu poder de indução das atividades do setor terciário. Tais necessidades não se mostram extraordinárias, à vista da capacidade de resistência ao quadro adverso da economia nacional mostrada pelo parque industrial de Suzano, e que se deve, provavelmente a um perfil claramente marcado por gêneros dinâmicos e bastante especializados, que se complementam de gêneros de tipo tradicional. Tudo indica deva ser preservada essa associação entre gêneros de diferentes características, para que possa ser atingido o total de mais de 30.000 empregos adicionais demandados até o horizonte limite do Plano.

Diferentemente de outros municípios, Suzano não deverá ter necessidade da criação de incentivos especiais para a conservação dos estabelecimentos industriais que sedia e a instalação em seu território de novos empreendimentos. As vantagens locacionais e economias externas de que dispõe o Município, já constituem de por si, fatores de atração consideráveis, que podem ter eficácia na expansão do setor. É à organização desses fatores e seu devido aparelhamento que deve orientar-se o esforço local. Nesse sentido, do ponto de vista locacional, Suzano conseguiu, já desde as décadas de 70/80, organizar uma oferta generosa de áreas zoneadas para indústria, as ZUPIs e ZUDs, existentes, com capacidade para abrigar, sem ampliações ulteriores, a demanda que se venha a verificar até o ano 2000. Todavia, tanto para as áreas já ocupadas dentre as zoneadas para indústria, quanto para as disponíveis para novas implantações, começam a mostrar-se no limite as condições de acessibilidade presentes tanto para o concurso da mão-de-obra urbana - ligação com áreas residenciais, quanto para a entrada e saída de matérias primas e mercadorias acabadas. As vias de acesso existentes às zonas industriais são em média, de baixa capacidade, sem uma articulação mais direta aos troncos viários regionais ou compartilhando essa função com a de serviço a áreas rurais e assentamentos precários de população de baixa renda, principalmente no distrito de Boa Vista Paulista. Nessa condição, a melhoria de acessibilidade às áreas zoneadas como ZUPI e ZUD é parte essencial da política.

A consolidação de um pólo de suporte urbano para a atividade industrial é outra pauta de importância correlacionada ao setor motriz da economia de Suzano. Implica a mesma na manutenção do processo de expansão do setor terciário como um todo, que vem, já, se verificando no Município e que tem no subsetor Serviços seu maior dinamismo. Um dinamismo, portanto, que cumpre conservar e garantir, não só com vistas ao desempenho do terciário mas, também como aspecto de integração econômica intersetorial estratégica para o desenvolvimento global do Município.

A política junto ao setor terciário prescinde, tal como a voltada para um secundário, de incentivos especiais por parte de governo local. Os próprios fatores locacionais presentes, e a diversidade do mercado demandatário das ofertas comerciais e de serviços têm bastado para impulsionar o dinamismo desses setores. A ação requerida, e que se deve organizar, de parte do Poder Público é de retaguarda, consistente na criação de condições para a manutenção do valor, como "Pontos", das localizações existentes e para a abertura de novas implantações. Tal tipo de ação requer, desde logo, a melhoria das condições de acesso viário e transportes, bem como a Habilitação, que pode ser objeto de normas específicas no quadro da legislação de uso/ocupação do solo, de áreas para estacionamento e carga/descarga de mercadorias. Igualmente, a criação de condições de convivência harmônica entre tipos de atividades distintas dentro do setor terciário pode representar estímulo indireto à estabilidade do setor. Neste sentido, há aperfeiçoamentos possíveis na norma vigente de uso do solo que devam ser providenciados.

O processo de desenvolvimento que se desenha para o setor terciário no Município aponta para a diversificação de suas atividades como fator estratégico. Ainda aqui a norma de uso/ocupação do solo pode, com proveito, ser dirigida ao incentivo a atividades emergentes que qualificam positivamente a oferta: gastronomia, hotelaria, agências financeiras, instalações de informática, estabelecimentos voltados para a recreação, entre outros são alguns dos tipos de estabelecimentos que devem gozar de prioridade na tramitação dos processos de aprovação e, eventualmente, de bonificações em termos de índices urbanísticos.

É essencial para o esforço de integração e diversificação econômica pretendido que, no aspecto da moradia, haja a devida correspondência. Para lográ-la, faz-se necessário estimular a diversificação tipológica da oferta habitacional que se vem processando por um lado, com a consolidação de áreas dotadas de exclusividade residencial, que são importantes para favorecer a fixação no Município de segmentos de renda média e mais elevada e que têm impactos positivos no consumo local das ofertas do terciário, como, também, na consolidação das localizações industriais (na medida em que a disponibilidade, em condições competitivas de moradias compatíveis com os níveis gerenciais e executivos entra como fator locacional complementar); por outro lado, através da expansão da verticalização imobiliária também em curso, e que entra no jogo habitacional em posições semelhantes à das áreas de exclusividade residencial.

O aspecto da verticalização introduz na política de desenvolvimento as pautas relativas aos subsetores imobiliário e da construção civil. Intermediários que no entre o setor secundário e o terciário, estes subsetores, que funcionam sempre em estreita associação, tendem a ocupar posição central na articulação de todo o processo de expansão econômica local, na medida em que passam por eles praticamente todas as decisões de investimento urbano. Esses subsetores, por outro lado, notadamente o da construção civil, têm função importante na sustentação do emprego menos qualificado; em Suzano, à vista de sua condição de pólo de atração de migrantes e, até certo ponto de "Cidade dormitório", a função dos subsetores citados cresce em importância. Para sustentá-los a prover-lhes estímulos categóricos, as normas de uso e ocupação do solo são instrumentos essenciais. Na reformulação de que devem ser objeto com vistas à sua adequação às diretrizes do presente Plano, essas normas deverão internalizar disposições favoráveis à livre expansão do jogo de mercado através do qual se processa a verticalização, assegurando as extensões de espaço urbano dotadas de índices permissivos aos empreendimentos em condomínio, ao mesmo tempo que de regras destinadas a acomodar seu impacto sobre a vizinhança a estrutura urbana em geral.

As ações no campo da moradia, todavia, não podem ficar restritas apenas ao que vem de ser arrolado. Dada a condição, ainda que parcial, de Suzano, como "Cidade dormitório", e a presença, no Município, de inúmeros assentamentos do tipo chamado "sub-normal", faz-se necessária uma ação específica voltada para essa problemática. Essa ação tem, desde de logo, uma dimensão de caráter social: as condições imperantes em grande parte desses assentamentos demandam, de per si, intervenções voltadas para a melhoria das condições de vida de seus moradores e que envolvem processos de urbanização e, em casos de riscos de ponta, de remoção. Nesse sentido, no quadro da política voltada ao desenvolvimento global visado, cabe um espaço importante para a política habitacional.

Porém, há uma segunda dimensão a ser considerada no que respeita aos assentamentos precários, que é seu impacto negativo sobre o processo locacional de empreendimentos de maior qualificação. Questões de segurança e manutenção de instalações, conflitos operacionais no transporte, efeitos sobre a imagem do empreendimento, todas de natureza tipicamente urbana e metropolitana, tendem a influir negativamente nas decisões locacionais em áreas como Suzano, favorecendo a procura por outros centros menores e não metropolitanos (de que Extrema, no Sul de Minas Gerais, na fronteira com São Paulo, dá bom exemplo) para a implantação de novas atividades, principalmente as industriais. Daí que, também por esse lado, imponha-se uma ação corretiva do Poder Público no que respeita aos assentamentos precários. Essa imbricação, por outro lado, entre melhoria das condições do assentamento "sub-normal" e expansão econômica geral no Município, favorece a adoção de práticas das chamadas "operações interligadas", através das quais, bonificações quanto ao aproveitamento de glebas e terrenos urbanos Para edificação/urbanização são concedidas pelo Poder Público, que recebe, em contra-partida, recursos ou empreendimentos físicos voltados para aqueles assentamentos precários. A norma de uso/ocupação do solo local, em sua reformulação, deverá abrigar os institutos jurídicos e procedimentos correspondentes a esse tipo de operação.

No que respeita ao setor primário, a política de desenvolvimento tende a posições bem menos categóricas e dimensionadas que as dirigidas aos demais setores. O Primário, em seu desenvolvimento em Suzano, acabou por ocupar posições menos destacadas quanto ao emprego e à geração de renda que as que desfrutava nos primórdios da vida do Município. Sofre os azares e oscilações que lhe são impostos pelas políticas da União com respeito ao setor. Enfrenta, sempre em posição de desvantagem, o "trade off" de usos do solo, pelo qual suas áreas se vêm crescentemente reduzidas em favor de parcelamentos nem sempre os mais necessários ao assentamento da população. Presentes tais condições, chega a ser paradoxal e, quase, sem explicações, a reversão de tendências apresentada pelo setor no período mais recente, quando passou a acusar crescimento positivo, em posição invulgar e oposta à tendência da Sub-região Leste.

É por esse comportamento recente, ao lado da necessidade imperiosa, devida à conjuntura geral, de maximizar o aproveitamento de todos os fatores disponíveis, que o setor entra com algum peso estratégico na política de desenvolvimento deste Plano. Desde logo, há que aprofundar a compreensão do comportamento, das linhas de especialização e maior rentabilidade, da sensibilidade a estímulos específicos, do setor, antes de que se possa direcionar medidas mais concretas em seu benefício. Nesse sentido, torna-se oportuno o aproveitamento da obrigatoriedade, estabelecida pela Lei Orgânica do Município, da elaboração de um Plano de Desenvolvimento Rural. É através desse meio que as questões antes apontadas, e que não encontram resposta completa a nível do presente Plano Diretor, podem receber o devido tratamento.

A nível do presente plano, as medidas gerais de política voltadas para o setor primário consistem em:
   - defesa das áreas de sua implantação contra a transformação prematura em áreas urbanas, através da fixação do perímetro urbano e da norma de uso e ocupação do solo;
   - melhoria da rede de estradas Municipais que serve às áreas de produção do setor e sua interligação à malha regional para fins de pronto escoamento dos produtos;
   - integração do Município num esforço de cooperação a nível da Sub-região, com vistas ao fomento e à sustentação do setor;
   - atenção especial ao aparelhamento, principalmente de educação e saúde, que serve às áreas de assentamento ligadas às de produção do setor;
   - exercício das competências alocadas à esfera municipal pela Constituição Federal de 1988, no sentido de harmonizar as explorações minerais ativas no Município, basicamente, de argila refratária, caulim e granito ornamental, com as atividades do setor primário e urbanas existentes em seus entornos e de aparelhá-las adequadamente, no que couber, quanto ao acesso e transportes de equipamentos e materiais;
   - igualmente, exercício das referidas competências, com vistas à recuperação das áreas degradadas ou de exploração abandonadas, com sua reconversão prioritariamente voltada para o uso de lazer/recreação ou complementar às atividades do setor primário.

A política de desenvolvimento global do Município, nos termos em que vem de ser equacionada, implicará na mobilização, na transformação e no aproveitamento mais ou menos intensivo das extensões do sítio e do assentamento urbano e não-urbano.

Estes apresentam condições diferenciadas e oportunidades, que podem, por vezes, dar origem a tendências ou condicionamentos significativos, que vão pesar no momento das decisões quanto a políticas de organização espacial do suporte urbano, de ordenamento do uso/ocupação do solo e da implantação de equipamentos necessários ao desenvolvimento.

Tais condições se comportam, portanto, como fatores de desenvolvimento a se ter em consideração. O Mapa nº 5 apresenta, de forma sintetizada e espacialmente identificada, a distribuição desses fatores.

   VII PROPOSIÇÕES SETORIAIS
      VII. 1 Equipamentos Sociais - Proposições
      VII. 1.1 Educação

Tendo em vista as condições de demanda projetadas e o Perfil da Problemática qualitativa do setor, são definidas as proposições atinentes ao mesmo, na forma que se segue.
   a) manutenção da atual distribuição de atribuições, com o Município arcando especializadamente com o ensino pré-escolar e o Estado com o ensino de 1º e 2º graus.

Esta distribuição se mostra adequada à luz das tendências e possibilidades presentes, sendo particularmente importante, no caso, o papel do Município no provimento da oferta pré-escolar, como forma de prevenir e fazer regredir os altos índices de sub-aproveitamento do sistema, sob forma de evasão/reprovação, hoje verificados. É certo que outros fatores, de ordem sócio-econômica geral, contribuem para a ineficácia presente; porém, no âmbito do setor, a ênfase na preparação para a escolaridade será essencial à melhoria do desempenho global do sistema. Dado o vulto da demanda adicional estimada até 1995 e 2000, respectivamente, de cerca de 44.000 e 61.000 novas vagas, fica evidente que esta diretriz demandará investimentos de grande magnitude, quase que imprimindo à diretriz o caráter de um programa especial, e, certamente, tornando-a uma das principais no âmbito do Plano Diretor. Para sua instrumentação, serão requeridos estudos e simulações de alternativas que permitam traçar o curso do atendimento previsto, diminuindo gradativamente o hiato presente entre demanda e oferta de ensino pré-escolar. Embora deva constituir-se em atribuição precípua do Município, o provimento do ensino deste nível talvez não possa deixar de contar com alguma participação do Estado, eventualmente sob a forma de subsídio parcial. Este se justificará no essencial, se se tem presente o papel estratégico do pré-escolar na melhoria do desempenho geral do setor, e, em particular, do melhor aproveitamento do ensino de 1º e 2º graus, que deverá permanecer na órbita da ação estadual do Município.
   b) estabelecimento, em conjunto, e supletivamente com a FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, que organiza o planejamento geral da rede, de uma programação de implantação de unidades e salas de aula para o ensino do 1º e 2º graus.

A entidade responsável, hoje, trabalha com um planejamento a curto prazo, que, por assim dizer, trata de "correr atrás" da demanda verificada. Isso sem prejuízo das avaliações e do acompanhamento que, sob sua orientação, têm feito avançar substancialmente o nível dos serviços para o sistema. Estabelecido seu processo de planejamento permanente, o Município poderá agregar aos elementos de conhecimentos disponíveis indicações de maior alcance no tempo, que permitam, tanto a seu nível, quanto a nível do Estado, antecipar indicações de localização de unidades e medidas de liberação de áreas para implantação destas, de forma a configurar um programa, de ação.
   c) desenvolvimento de programa específico de combate à evasão e à repetência.

Este programa, voltado para os alunos matriculados no 1º e 2º graus, deverá ser desenvolvido em coordenação com a FDE, compreendendo ações de orientação e assistência ao educando e seu contexto familiar voltadas para sua fixação na escola e para seu melhor aproveitamento. Poderá incorporar práticas coletivas com os educandos e ações ligadas ao mercado de trabalho em conjugação com as áreas do Estado atuantes nesse campo.
   d) desenvolvimento de Programa de Implantação e extensão do ensino técnico Profissionalizante.

Este programa tem em vista a adequação da formação oferecida ao perfil da atividade econômica local, com vistas a favorecer a relação educação/emprego no sistema e ampliar as qualificações da população jovem do Município para ingresso no mercado de trabalho.
   e) implantação de facilidades de lazer/recreação associadas à localizadas das unidades de ensino de 1º e 2º graus.

Esta linha de ação, que tem seu dimensionamento básico estabelecido no capítulo das projeções da demanda de áreas deste Plano, contribui para fortalecer o vínculo do educando com a escala, ao tempo em que Maximiza o aproveitamento e o controle de segurança dos estabelecimentos. Presta-se a uma ação conjugada da Municipalidade com o Estado, reforçando, pela diversificação de interesses que representa em relação à localização da unidade escolar, fator de reforço à estruturação urbana.
   f) estabelecimento de Programa de Orientação ao Ensino Superior.

Este Programa terá em vista estimular e favorecer o ingresso de graduados do 2º grau nos estabelecimentos de nível superior da Sub-região. Poderá ser desenvolvido com o concurso das entidades mantenedoras daquelas unidades.

   VII. 1.2 Saúde

Este setor, hoje, acha-se em fase de modernização, através da implantação do SUDS, que propicia a integração das ações de saúde vertical e horizontalmente, ao nível das regiões.

Há, já, em conseqüência, para Suzano, como para outras unidades municipais, planos setoriais estabelecidos que, se não chegarem a apressar substancialmente o encaminhamento de soluções, pelo menos, trazem à luz, de forma mais transparente, o quadro de carências e possibilidades de atendimento verificadas. Isso permite ao Município posicionar-se para uma participação substantiva no trato com o sistema de gestão sob liderança do Estado, suscitando oportunidades de ação cooperada, aproveitamento múltiplo de facilidades de Porte regional ou sub-regional e, Como conseqüência, um aumento de eficácia do sistema de saúde em seu conjunto.

Conforme apontaram as projeções constantes deste Plano, há, para Suzano, uma programação assentada para implantação de CS - Centros de Saúde, UBS - Unidades Básicas de Saúde, PAS - Postos de Atendimento de Saúde, no Plano do atendimento de base com funções preventivas, de manutenção e de atendimento inicial. Paralelamente, conta-se com uma programação de aumento do número de leitos hospitalares gerais, distribuídos pelos estabelecimentos existentes.

Basicamente, a implantação dessas programações constitui a proposição central a ser assumida neste Plano Diretor para o setor Saúde. Às mesmas, alinham-se as proposições complementares a seguir listadas:
   a) cotejo das previsões dos Planos do SUDS para Suzano com os dados de projeções demográficas e de demanda de equipamentos de saúde constantes deste Plano, com eventuais correções dos dados dos planos setoriais;
   b) ação especial de equipamento das várias unidades instaladas no Município e das em via de instalação, de forma a tornar efetivas as ofertas da rede física, freqüentemente operando aquém de sua capacidade real pela falta de aparelhagem básica, material em geral e medicamentos, em especial, bem como do pessoal na quantidade e especificação necessária;
   c) integração do Município, a nível sub-regional, para uso e aproveitamento multilateral de equipamentos instalados;
   d) criação e operação de programas de orientação e prevenção sanitária junto às populações dos assentamentos precários existentes.

   VII.1.3 Lazer/Recreação

Este setor, diferentemente dos demais de caráter social, não conta com uma organização local, nem de outros níveis de governo, que promova seu atendimento e as programações correspondentes. A proposição para o mesmo, é precisamente, que passe a existir enquanto objeto de ação local, abrangendo a programação de eventos e a dotação de equipamentos de que o Município necessita. O instrumento proposto para organizar a efetivação da proposta é um plano setorial abrangendo a sistematização dos padrões das unidades de serviço, o cadastramento das instalações existentes e respectivas condições, a definição de linhas de ação prioritárias e respectivos públicos-alvo. O dimensionamento apresentado no item projeções de demanda de áreas deste Plano Diretor pode servir como referência de partida para o planejamento setorial proposto.

No Plano setorial e nas programações correntes atinentes ao setor, algumas oportunidades presentes deverão, desde logo, ser consagradas, a saber:
   a) conclusão das iniciativas e tratativas em curso visando a passagem ao Município da extensa área de terrenos de propriedade da União (INSS), delimitada pelas Avenidas Paulista, Roberto Simonsen, Brasil e Rua Sete de Setembro, com sua conversão em área de lazer/recreação, e possível aproveitamento múltiplo para atividades compatíveis, notadamente as culturais;
   b) aproveitamento de áreas marginais do reservatório do Taiaçupeba para fins de lazer/recreação;
   c) intensificação da proteção, sempre, se possível, com uso, das áreas de matas existentes no município notadamente as enquadradas como de 1ª categoria pela Legislação Estadual de proteção aos mananciais, em particular, na área, vizinha ao Baruel, de Miraporanga.

   VII.2 Equipamentos de Infra-estrutura - Proposições
      VII.2.1 Transportes

Infra-estrutura viária-concepção

A concepção da estrutura viária de Suzano se fundamente, basicamente, na consolidação de sua estrutura em grelha. Sob diversos aspectos, esta estrutura apresenta vantagens, sobretudo por permitir maiores opções de itinerários entre áreas urbanas. Há que completar e hierarquizar a malha, de modo a eliminar os estrangulamentos hoje existentes.

A estrutura proposta terá, como eixos principais, as vias expressas da Rodovia dos Trabalhadores existente, e da Via Perimetral MetroPolitana proposta. Estes eixos deverão se consolidar como os grandes corredores de drenagem dos fluxos de tráfego entre Suzano e demais regiões do Estado ou do País. Deverão ser complementadas por rodovias de 1ª classe e por vias arteriais, as de menor categoria fechando as malhas de categorias superiores.

A hierarquização das vias tem por objetivo o atendimento da hierarquização dos movimentos; desde as puramente locais, nas freqüentes e dispersos, com maiores exigências de acessibilidade, até aqueles de interesse metropolitano ou estadual, menos freqüentes e mais concentrados, com maiores exigências de mobilidade.

Na concepção, trata-se, também, de prover vias de padrão satisfatório para favorecer o escoamento dos insumos e da produção das áreas de ocupação industrial, de ambos os lados das linhas da RFFSA / CBTU.

É prevista uma primeira fase de implantação do sistema proposto, sobretudo com referência ao segmento da Via Perimetral Metropolitana, eis que, enquanto não for assegurada a continuidade dos demais segmentos, a previsão de apenas uma de suas pistas rápidas, com tráfego bidirecional, e parte das marginais, já serão suficientes para o atendimento da demanda dentro do horizonte do Plano.

A definição desta fase exigirá, certamente, por ocasião do projeto, especificações de plataforma e tratamento das intersecções.

Infra-estrutura viária - Definição do sistema (Mapa nº 06).

A estrutura em grelha será constituída de vias aqui chamadas longitudinais, aproximadamente no sentido N-S, e transversais, aproximadamente no sentido E-W.

A definição da rede se faz pela descrição das vias longitudinais e transversais, com a indicação de sua categoria, dos trechos existentes e a serem melhorados, a dos trechos novos a serem implantados, conforme se segue:
   a) Vias Longitudinais - VL
VL-1 - A futura VPM Via Perimetral Metropolitana, com projeto de responsabilidade do Estado, se desenvolverá ao longo da margem direta do Vale do Rio Guaió; essa Via Estadual, com características de via expressa, terá duas pistas, cada uma com três faixas de tráfego, acostamentos e canteiro central separador.

A primeira Via Longitudinal do sistema proposto será constituída pela etapa inicial desta Via, subdividida em dois trechos, com as seguintes características:

1º trecho - da Rodovia dos Trabalhadores até a transposição dos trilhos da CBTU; constituído de uma das pistas rápidas da VPM, provida, nessa fase de 4 faixas de tráfego e trânsito bidirecional, operando na condição de Rodovia de 1ª Classe;

2º trecho - dos trilhos da CBTU até a Estrada de Santa Mônica; constituído pela marginal Leste da VPM, operando na condição de Via Arterial II.

VL-2 - Av. Senador Roberto Simonsen, a ser prolongada desde a Av. Sete de Setembro até a Estrada de Santa Mônica, fazendo, aí, conexão com a Estrada dos Fernandes.

VL-3 - Av. Armando de Salles Oliveira, a ser prolongada desde a Av. Regina Cabalal Mendonça até a Estrada Matsusaki, seguindo aproximadamente a diretriz da Av. Manoel Casa Nova; Arterial II.

VL-4 - Av. Gal. Francisco Glicério, a ser prolongada até proximidades do Bairro Lar das Flores; Arterial II.

VL-5 - Rua Cássia Francisco, com início na Av. Antonio Marques Filho, junto ao Fórum, atravessando a Rua Regina Cabalal Mendonça e prosseguindo pela Rua Tóquio até a Estrada Matsusaki, seguindo aproximadamente a diretriz da Estrada do Viaduto.

VL-6 - É constituída de dois trechos, a saber:

1º trecho - Av. Senador João Batista Fittipaldi, desde a Av. Marengo (2ª transversal) até o viaduto de transposição dos trilhos da CBTU, em obras; Arterial I;
2º trecho - futura Avenida Marginal do Rio Una, desde o viaduto de transposição dos trilhos da CBTU até a Estrada do Areião, onde deverá se articular com a SP-31; Arterial I.

VL-7 - Ligação nova com início na Prudente de Moraes, cerca de 40,0m a Leste da passagem superior sobre os trilhos da CBTU, prosseguindo através da Vila Monte Sion, cruzando os trilhos da CBTU junto ao Jardim Cacique, prosseguindo com o alinhamento fletindo para Oeste até a SP-31, e fazendo conexão com o prolongamento da Estrada Matsusaki (8ª transversal); Rodovia de 1ª Classe.

   b) Vias Transversais - VT

VT-1 - Ligação nova, acompanhando aproximadamente o alinhamento da Av. Miguel Badra, Estrada do Ribeirão e Rua Guilherme Garijó, iniciando na divisa de Itaquaquecetuba e terminando nas proximidades da divisa com o Município de Mogi das Cruzes, Itapevi das Furnas; Rodovia de 1ª Classe.

\/T-2 - Ligação nova, com início na futura VPM, seguindo o rumo do Rio Tietê, aproximadamente através das diretrizes da Rua Agnaldo Cursino, Av. F. Marengo e Estrada Furuyama, e fazendo conexão com a futura Via Perimetral de Mogi das Cruzes; Rodovia de 1ª Classe.

VT-3 - SP-66 - Duplicação de pista, conforme obras em andamento sob responsabilidade do DER; Rodovia de 1ª Classe, duplicada.

VT-4 - Av. Mogi das Cruzes, melhoramento no prolongamento até a divisa de Poá; Arterial II.

VT-5 - Av. Presidente Nereu Ramos, prolongamento, do lado Oeste, até a futura marginal da VPM e, do lado Leste, até a futura Via Marginal do Una (ou Chico da Vargem ou Varginha).

VT-6 Rua dos Caboclos, Rua Cássia Francisco, VL-5, até as proximidades dos trilhos da CBTU; Arterial II.

VT-7 - Acompanha as diretrizes da Estrada Santa Mônica, Rua Baruel, Estrada do Areião e Rua S; tem início na divisa de Poá, fazendo conexão com todas as Vias Longitudinais (inicia na divisa de Poá e termina nas proximidades dos trilhos da CBTU - 7ª longitudinal); Arterial II, com previsão de, no futuro, transformar-se em Arterial I.

VT-8 - Segue aproximadamente a diretriz da Estrada do Matsusaki, Rua Tibe Tannus, inicia nas proximidades da divisa de Poá e termina na SP-31 onde fará conexão com a 7ª longitudinal, constituindo, com esta última via, um semi-anel viário englobando toda a área urbanizável de Suzano; deverá ter conexão com a futura VPM; Rodovia de 1ª Classe.

Outros modos de transporte

Propõe-se a realização de um programa específico de apoio ao transporte a pé, que representa, hoje, cerca de 48% do total das viagens. O programa deverá levar em conta os logradouros e movimentos mais volumosos de uso por esse modo, criando facilidades precipuamente designadas para o mesmo (sombreamento, cruzamento preferencial de canais de tráfego rodoviário, melhoria dos pavimentos, interligação com terminais).

No capítulo do transporte coletivo ferroviário de subúrbio, o Município procurará intervir nas decisões de aparelhamento e modernização da CBTU quando de sua absorção pelo Estado. Deverão ser reestudadas, para fins de beneficiamento e aumento de segurança, as áreas da estação ferroviária e adjacências, através de projeto urbanístico de transportes e tráfego, que abranja os terminais de ônibus urbanos e interurbanos, do lado Norte da faixa ferroviária e as facilidades correspondentes do lado Sul daquela.

Especial atenção deverá ser prestada, nas tratativas com o Estado a respeito do sistema ferroviário, a questão do atravessamento da faixa principal por via integrante da malha rodoviária principal.

É proposta a realização de um plano setorial específico, voltado para o transporte de passageiros, que estabeleça as perspectivas de rotas preferenciais e áreas de atendimento em consonância com as diretrizes deste plano Diretor. O plano setorial deverá levar em conta as etapas de integração da malha viária principal, da implantação dos novos tragados previstos, equacionar a situação dos terminais e prover à orientação complementar do tráfego, considerados os fluxos e demandas locais, sub-regionais e de atravessamento da área do Município.

   VII.2.2 Abastecimento de Água

As proposições deste Plano quanto ao setor abastecimento de água delimita-se a internalizar o programa de atendimento previsto para o Município pela Sabesp, uma vez entrada em operação o Sistema Alto Tietê. É sabido que, com a disponibilidade da 1ª etapa deste Sistema, o nível do atendimento a Suzano estará consideravelmente melhorado, sem os rodízios que, hoje, marcam tão negativamente a qualidade do serviço. Porém, a continuidade do programa Alto Tietê ainda não foi estabelecida com clareza, sendo certo que, concluída a etapa ora em obras, por volta de 1992, as prioridades da concessionária na Região da Grande São Paulo se deslocarão para os sistemas do extremo Oeste. Tal situação engendra o risco, em Suzano, de novos períodos de estrangulamento na oferta de água, que seria imperioso prevenir. Para tanto, uma ação concatenada, sobre bases de Planejamento articuladas, entre todos os municípios da Sub-região Leste servidos pelo sistema interligados da Sabesp, pode ser eficaz e deve integrar a programação que deflui do Plano Diretor.

No que respeita à expansão física das áreas de atendimento, deverão ser observadas as diretrizes espaciais deste Plano, em especial, consideradas as peculiaridades que cercam as áreas de perfil tipicamente urbano dentro das bacias protegidas dos mananciais.

   VII.2.3 Esgotamento sanitário

Dada a situação existente neste setor, com a disponibilidade da ETE integrante do sistema regional instalada no Município receber para tratamento todo o efluente neste coletado, a diretriz proposta é de prioridade para a expansão da rede de coleta, dentro das orientações da expansão urbana e assentamento deste Plano Diretor.

   VII.2.4 Resíduos sólidos

Propõe-se, neste setor, o prosseguimento das linhas de ação contidas nos planos realizados para a Sub-região sob a coordenação da Emplasa, que prevêem:
   a) instalação definitiva, em condições sanitárias adequadas, do aterro de Itaquaquecetuba;
   b) utilização desse equipamento para a disposição e tratamento de resíduos sólidos coletado em Suzano;
   c) eliminação do "lixão" existente no Município ou, como alternativa, sua conversão em equipamento auxiliar ou de reserva.

   VII.2.5 Outros sistemas de infra-estrutura não há proposições especificas para os sistemas energético e de telecomunicações, registrando-se aqui, apenas, que as diretrizes de ampliação dos mesmos devem levar em conta as diretrizes espaciais deste Plano.

   VII.2.6 serviços municipais

Sob esta rubrica, são englobados os serviços de Iluminação Pública, Limpeza e Varrição de Ruas e Logradouros, Cemitérios, Abastecimento.

No se evidenciaram, quanto a estes serviços, pautas estruturais que ensejassem diretrizes específicas a seu respeito no Presente Plano.

Limitam-se as diretrizes de caráter geral a indicar seja buscada, na programação corrente destes serviços, concordância com as diretrizes espaciais e de infra-estrutura do Plano Diretor.

Recomenda-se, igualmente, a expansão dos serviços promocionais e assistenciais prestados pelo Município a segmentos específicos da população (menores, idosos, mulheres). Nesse sentido, as programações em curso emergentes da Guarda Mirim, da Terceira Idade e da Condição Feminina deverão ser consolidadas e ampliadas.

   VIII PROPOSIÇÕES ESPACIAIS

As Proposições espaciais do Plano Diretor visam atender, no que respeita à organização do território do Município e do assentamento populacional e de atividades neste, a diversas ordens de determinação, quais sejam:
   - as demandas e perfis de desenvolvimento de natureza econômica, cujo atendimento se consubstancia em linhas de política geral;
   - as demandas de espaço para moradia e reprodução, enquanto força de trabalho, da população, envolvendo, por esse lado as dotações de equipamentos sociais e de infra-estrutura;
   - os Portes, características de distribuição centralidade e requisitos técnicos de sistemas de equipamentos sociais e de infra-estrutura e dos serviços municipais;
   - as necessidades de caráter ambiental e de preservação de recursos naturais que envolvem seleções entre áreas mais ou menos disponíveis para o processo de assentamento e áreas protegidas total ou parcialmente em relação a esse Processo;
   - a preservação, valorização e integração nos valores referenciais do Município, de exemplares remanescentes de uma história, atividades e processo de instituição;
   - a perspectiva de um ambiente urbano sadio e de boa qualidade estética e paisagística para o desfrute da população.

Esse quadro de determinações terá seu atendimento provido através do agenciamento dos tratores espaciais - sítio, extensão de terras, qualificação destas quanto à sua adequação a diversas possibilidades de uso, condições presentes do assentamento e de sua infra-estrutura.

No caso de Suzano, a bem da ênfase no processo de planejamento como prática contínua e permanente, a procura um agenciamento espacial adequado deverá levar em conta, ainda, as diretrizes do Plano Diretor existente, elaborado em 1970/71, referência de valor para o entendimento presente das transformações sofridas pelo Município e do sentido em que pode dar-se sua ulterior evolução.

Tomando este elemento como ponto de partida, nota-se que, até a década de 70, a noção mais geral de utilização do território municipal como que o segmentava em duas porções categoricamente diferenciadas: de um lado, para o Norte, uma porção urbana típica, entrelaçada ao tecido urbano metropolitano, interligada ao mesmo por linhas de infra-estrutura que o Plano enfatizava em seu caráter regional, de outro lado, para o Sul, um espaço distinto, marcadamente voltado para a atividade do setor primário, com grande expressão daqueles gêneros dissociados de qualquer assentamento, a exemplo do reflorestamento.

É certo que, no interior deste espaço, eram reconhecidos como "de urbanização" alguns trechos de território, bem como a presença de áreas de função associada à recreação campestre. Porém, a própria configuração destas áreas, sob a forma de bolsões, sem maiores vinculações à infra-estrutura geral, evidenciava o caráter essencialmente não urbano desta grande porção Sul.

O que a realidade da evolução verificada foi mostrando é que a distinção tão fortemente categórica entre os dois grandes compartimentos foi se desfazendo com a proliferação, na porção Sul, de empreendimentos de parcelamento intermediários entra o caráter rural e o urbano ("chácaras residenciais"), com a expansão, apoiada no vetor da SP-31, de um tipo de assentamento suburbano, ou urbano, extensivo em ocupação de áreas e disseminado enquanto localização.

Sobreveio, ainda, nessa porção, a necessidade ambiental, e de saneamento básico, de caracterização, para fins de proteção, das bacias de mananciais, introduzindo nas possibilidades do agenciamento espacial do Município fortes condicionamentos de âmbito regional e sob administração do Estado. Em sentido análogo, deu-se a criação de outra área protegida, esta ao longo do vale do Tietê, também integrante de uma estratégia ambiental de caráter regional.

Sobreveio, ainda, em localização e com perfil técnico distinto daquele com o qual era vislumbrada pelo Plano de 70/71, uma ligação rápida com o centro metropolitano e ao longo da Sub-região Leste, a Via dos Trabalhadores. Esta, ainda que sem acesso direto a Suzano, representou, para este, a superação de uma situação crítica, de acessibilidade pobre aos grandes mercados e vias de produção regionais, favorecendo sua integração e dinamismo. Com sentido semelhante, de integração do Município na infra-estrutura regional, vem, no presente, colocada a perspectiva da implantação da VPM, que deverá cruzar o território de Suzano ao longo de seu extremo Oeste.

Sobreveio, também, no quadro da deterioração das condições de renda da população metropolitana até o presente vivenciado, um movimento de assentamento de baixo padrão e características precárias que associam Suzano aos Municípios da Grande São Paulo que detêm a função de "Cidade dormitório".

Num quadro evolutivo desse tipo, mais que nunca tornou-se imperioso em termos de políticas espaciais, em Suzano, a consideração do Município com um todo, sem as distinções tão fortemente categóricas que impregnavam a concepção dos anos 70.

No quadro de território municipal assim integradamente considerado, por necessidade no agenciamento espacial, vão conviver, lado a lado, tipos de ocupação urbanas e rurais, áreas mais ou menos condicionadas quanto à sua ocupação possível, grandes extensões de áreas e faixas destinadas aos serviços industriais de Utilidade Pública (ETE Suzano, ETA Alto Tietê dutos e adutoras). E, por fim, como elementos centrais da estruturação urbana, as grandes áreas zoneadas de uso industrial e o núcleo do suporte urbano conformado pela porção central da Cidade.

O Mapa nº 07 apresenta, sob a forma de um "plano de massa" o desenho criado pelas proposições espaciais que configuram o agenciamento, determinado nas condições que vem de ser expostas. Destacam-se, na representação, os seguintes elementos estruturadores, que correspondem às proposições espaciais:
   a) perímetro urbano, mantido em seu desenho atual de tal forma a assegurar e defender contra a mudança de usos áreas destinadas prioritariamente às atividades do setor primário;
   b) áreas, determinadas par limites institucionalizados, de proteção ambiental e de recursos naturais;
      - APA do vale do Tietê
      - APM área de proteção aos mananciais
   c) áreas que configuram zonas institucionalmente delimitadas de uso industrial (ZUPI'S e ZUD'S existentes, sem previsão de ampliações);
   d) áreas de uso predominantemente rural, podendo comportar assentamentos tipo "chácara residencial";
   e) áreas de uso estritamente rural;
   f) áreas urbanas consolidadas e de expansão urbana prioritária;
   g) áreas de reserva para expansão urbana (expansão eventual, não prioritária);
   h) áreas de implantação de grandes empreendimentos de serviços industriais de Utilidade Pública;
   i) áreas especiais configuradas por cruzamentos de perspectivas de uso conflitantes ou pendentes de definições institucionais:
      - área em Iitígio Mogi das Cruzes / Suzano a ser objetivo de plebiscito para sua anexação a este Município;
      - áreas de assentamento urbano em bacias protegidas de mananciais, de possibilidades de uso pendentes da exploração das aberturas em estudo na Legislação Estadual de proteção;
      - áreas de proteção qualificada aos impactos possíveis da VPM, no seu trecho no Município em que esta atravessa áreas protegidas de mananciais;
      - áreas de dinamização de uso na faixa de influência direta da VPM;
      - áreas de proteção rigorosa e localização preferencial de atividades de lazer junto ao lago Taiaçupeba;
   j) traçado do sistema viário principal visualizado;
   k) traçados ferroviários existentes e a serem mantidos sem previsão de ampliações;
   l) intersecções viárias a serem objetos de projetos de engenharia específicos;
   m) instalações eventuais e conjuntos urbanos funcionando como pólos de concentração de atividades e fluxos de população (terminais, concentrações terciárias, grandes serviços de natureza social, institucionais/administrativas).

Com finalidades referenciais e de indicação de interferências a serem objeto de tratamento nas normas de uso e ocupação do solo, o Mapa apresenta, ainda, as faixas de atravessamento do Município por infra-estruturas de variada natureza (dutos, adutoras, linhas de alta tensão). Deve ser destacado, como elemento integrante das proposições, que as áreas genericamente definidas com as finalidades de uso e agenciamento enumeradas nas alíneas anteriores serão objeto de qualificações de detalhe, tanto no que se refere a ações componentes da política habitacional, quanto a projetos urbanísticos e normas zonais de uso / ocupação do solo.

   IX POLÍTICA HABITACIONAL

O sentido geral das propostas da política de desenvolvimento levada em conta como determinante no presente Plano Diretor é de promover a sustentação da capacidade de geração de renda pelos três setores da atividade econômica local e a manutenção dos níveis de emprego em Patamares elevados, de forma a favorecer o ingresso de contingentes crescentes da população no circuito do mercado de consumo de bens duráveis e não duráveis. A habitação se inscreve entre estes bens e, desejavelmente, o atendimento às demandas verificadas no setor habitacional no Município, deveria ser provido, o quanto possível, por mecanismos normais de mercado, sem necessidade do recurso a programas especiais de natureza social. Todavia, entre esse desiderato e a situação concreta da renda da população do Município o hiato é considerável.

Em 1987, conforme revelou a pesquisa Metrô O/D, 38% dessa população se situava na faixa de 0 a 3 salários mínimos, 28% na faixa de 3 a 5 salários mínimos; outros 28% na faixa de 5 a 12 salários mínimos; e apenas 6% acima dessa faixa. Tal situação, convertida em indicadores de capacidade de acesso a moradia, mostrava o seguinte perfil:
   - 38% da população (faixa de 0 a 3 s/m) sem qualquer condição de ingresso no mercado habitacional para obtenção de moradia ou lote-candidatos naturais às soluções envolvendo irregularidade na posse da terra, padrões precários de assentamento e de atendimento pelos serviços urbanos;
   - 40% da população (entre 3 a 7 s/m), em condições de ingresso no mercado de lotes urbanos de baixo custo, com subseqüente edificação de moradia precária através de recursos próprios de mão-de-obra;
   - 16% da população (de 8 a 12 s/m), em condições de ingresso no mercado formal de produção e comercialização de moradia, sob a forma de conjuntos habitacionais, de oferta ainda muito reduzida no Município;
   - 6%, apenas, da população (com renda superior a 12 s/m), com potencial de ingresso no mercado de moradia corrente.

O resultado físico correspondente a este perfil é bem ilustrado pelo Mapa nº 08, que apresenta o quadro dos padrões de ocupação habitacional presentes no Município. Verifica-se, ao seu exame, que a baixa capacidade da população local de custear a moradia dá origem a vários tipos de assentamentos precárias (em conflito com o zoneamento industrial, em áreas vulneráveis ou de alto risco, invasões em loteamentos implantados), o Mapa nº 09 mostra em detalhe o quadro que se apresenta numa área protegida, a APM, com grande número de parcelamentos aí situados sem aprovação municipal ou estadual e fora dos padrões exigidos pela norma deste nível, como também, do local.

Face a esse panorama, o tratamento da questão habitacional no Município não tem como contar com a reversão das tendências correntes e a mudança no perfil da renda, senão a prazos muito longos. Impõe-se a realização de uma ação de atendimento dirigido, com horizontes de curto e médio prazo, voltada para a redução das irregularidades mais flagrantes, situações de alto risco e condições de habitabilidade mais críticas.

Uma ação dessa envergadura, por certo, transcende da capacidade de investimento local, requerendo o concurso do nível do Governo Estadual.

O acesso às carteiras e recursos dos programas nesse nível certamente se fará mais fácil na medida em que o Município conta com o domínio da situação presente no campo habitacional e com mecanismos de geração de recursos próprios para co-participação.

A Política habitacional que se desenha em correspondência a essas condições, comportará, como pontos principais:
   a) direcionamento das ações aos segmentos de renda mais baixos e assentamentos de maior grau de precariedade;
   b) criação de um fundo habitacional que possa ser, alimentado por resultados de "operações interligadas", realizadas com base na concessão onerosa de capacidade adicional de construir;
   c) cadastramento rigoroso de todos os assentamentos precários e em condições irregulares, com identificação das respectivas prioridades para fins de erradicação ou regularização / beneficiamento;
   d) inserção nas normas de uso/ocupação do solo do Município de disposições específicas voltadas para a regularização fundiária em assentamentos precários;
   e) fiscalização rigorosa sobre os assentamentos precários e áreas suscetíveis de recebê-los, com vistas à prevenção do aumento em número e tamanho de suas implantações;
   f) tratativas e estabelecimento de convênios com o setor habitacional do Estado, com vistas à implantação de empreendimentos habitacionais no Município, vinculados à relocalização de populações de assentamentos irregulares am áreas de alto risco a serem erradicados. No conjunto de medidas assim elencado, mostra-se conveniente incluir também, a designação de áreas para aplicação dos institutos de política urbana trazidos pela Constituição Federal de 1988 (urbanização/edificação compulsória, IPTU progressivo, desapropriação com pagamento de títulos da dívida pública). No Mapa nº 10, são indicadas as áreas para possível aplicação desses institutos.

   X POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE

A política de meio ambiente de Suzano, que se define pela primeira vez a partir deste Plano Diretor, tem em vista três dimensões, a saber:
   - a proteção de áreas do sítio do Município importantes para a conservação dos recursos hídricos regionais e para a preservação da ocupação de compartimentos geomorfológicos desfavoráveis ao assentamento;
   - a proteção de áreas contíguas ao assentamento urbano, mas que, por suas características e regime, requerem tratamentos especiais, não podendo abrigar processos de ocupação correntes;
   - a melhoria das condições sanitárias e de conforto ambiental ao interior das áreas urbanas e de expansão do assentamento.

Na primeira dessas dimensões, inscreve-se a proteção aos mananciais regionais. Esta vem equacionada a nível do planejamento metropolitano, tendo por instrumentos básicos as Leis 898/75 e 1.172/76, estaduais, que disciplinam pela base o processo de assentamento, uso para fins produtivos e manejos nas áreas das bacias sob proteção. No caso de Suzano, estas bacias são a do Guaió e a do Taiaçupeba. Nessas áreas, a competência municipal para o ordenamento do uso e ocupação do solo é concorrente com a do Estado, o que impõe, dado o caráter restritivo das normas estaduais, fortes condicionamentos ao processo "espontâneo" de ocupação das mesmas. Esta situação não chega a ser particularmente problemática para Suzano, vista que a posição espacial das bacias protegidas em seu território fica excêntrica às áreas do Município de maior vocação para a urbanização e a implantação das atividades de maior impacto ambiental, que são as indústrias. No entanto, face à crise no padrão de renda da população, à dinâmica da elevação dos preços de terrenos nas áreas urbanas mais cêntricas, à persistência do processo inflacionário, que cria marcado para parcelamentos não necessariamente voltados para a moradia da população, as áreas das bacias protegidas no Município vêm sendo alvo de processos de ocupação, tanto através dos loteamentos, quanta do assentamento em áreas previamente arruadas. Essa ocupação segue, aproximadamente uma faixa ao longo da Via SP-M, que acaba por se constituir num vetor urbano, na medida em que tem o processo de urbanização ao longo de sua faixa induzido a partir dos dais extremos pela Cidade de Suzano e pela aglomeração do ABCD.

Em termos de política ambiental e do agenciamento geral da estrutura do assentamento no Município, a determinação da proteção às bacias do Guaió e Taiaçupeba não tem como ser contatada. No que respeita ao seu papel na preservação da capacidade de recarga das bacias de sua para abastecimento da região, o quadro recente econômico/social e da capacidade em recursos da Administração para investimentos em sistemas de infra-estrutura urbana só fez reiterar a necessidade de que a grande São Paulo, à falta de alternativas econômicas, uso com prioridade seus recursos hídricos internos. Por conseqüência, persiste a necessidade de preservá-los. Acresce a essa necessidade, e com ela se combina, a pouca adequação mostrada pelas áreas das bacias protegidas para o assentamento urbano de grande escala. Trata-se das áreas mais acidentadas da Região, com clima de grande umidade, escassas interligações com os pólos principais da atividade regional e com regiões contíguas. Tudo, portanto, aconselhando sua exclusão da oferta de áreas para assentamento urbano.

Na parte referente a Suzano, acrescem a esses fatores a presença, nas áreas de proteção, dos maiores potenciais para atividades do setor primário (mineração, reflorestamento, agropecuária), que a política de desenvolvimento do Município se propõe ativar e defender.

Por esse conjunto de fundamentações, a proteção às bacias de recarga dos mananciais do Guaió e Taiaçupeba é referendada entre as proposições da política ambiental de Suzano.

É preciso reconhecer, no entanto, que a imposição da norma estadual de proteção àquelas áreas não tem tido, sempre, o rigor necessário e a eficácia devida. Há, hoje, nas bacias protegidas, em particular em Suzano ocupações urbanas e parcelamentos totalmente em desacordo com a norma vigente que, simplesmente, não é possível erradicar ou ignorar. Tal situação está levando a propostas de reformulação da Legislação Estadual que favoreçam e tornem legalmente exeqüível o tratamento específico, de caráter corretivo e preventivo, quanto ao impacto poluidor dos assentamentos desconformes com a norma e que permita sua regularização. Esse tipo de tratamento pressupõe a circunscrição rigorosa dos assentamentos desconformes a serem objeto de projetos de interceptação, tratamento local ou reversão de efluentes para fora das bacias protegidas, e o fortalecimento do rigor nas áreas restantes das bacias, de forma a preservar, no seu conjunto a qualidade dos recursos hídricos para o abastecimento.

Uma estratégia desse tipo se mostra adequada para Suzano, no bolsão central de urbanização ao longo do vetor da SP-31. A estratégia deverá ser instrumentada pela Lei de uso/ocupação do solo local, recebendo, igualmente, o concurso dos projetos de preservação/correção sanitária, a serem desenvolvidos pelo Estado.

No capítulo da proteção a áreas contíguas ao assentamento urbano requerendo tratamentos especiais, inscreve-se a APA do vale do Tietê, que compreende, basicamente, todas as extensões de várzeas contíguas àquele corpo d'água, no trecho em que atravessa o território do Município. Sem incidir em todas as peculiaridades que cercam as áreas de proteção aos mananciais, as áreas da APA do Tietê visam garantir o espraiamento das ondas de cheia sobre espaços não comprometidos com o assentamento, prevenir a ocorrência deste sobre solos de pouca resistência ou estabilidade, manter o ciclo ecológico e, por fim, criar condições para o uso da várzea com finalidades compatíveis com seu caráter de espaço aberto natural.

Para Suzano, a designação dessa área como de proteção ambiental abre perspectivas atraentes para o uso da mesma na implantação de atividades de lazer/recreação de que o Município tanto carece. A extensão calculada do compartimento preservado é de 733ha, representando cerca de 44% da extensão total de demanda estimada para áreas verdes urbanas e não urbanas no capítulo deste Plano referente à demanda de áreas. Representa, assim, substancial contribuição à habilitação dessas áreas, em condições de curto prazo.

A terceira dimensão da política ambiental proposta visará à criação de condições ecológicas urbanas adequadas no interior da trama mais adensada da Cidade de Suzano e suas áreas de expansão.

Compreende ações voltadas para minorar, ainda mais do que o que tem sido conseguido, o impacto de desconforto ambiental provocado pela emissão de efluentes gasosos e poeira em suspensão das indústrias instaladas no Município, notadamente as dos gêneros Papel e Papelão e Química.

A gestão estadual da qualidade ambiental tem obtido êxitos crescentes, no combate aos efeitos sobre a salubridade, daquelas emissões. Trata-se, agora, de prosseguir com as ações correntemente realizadas nesse sentido, introduzindo, ao lado das normas, o critério e os padrões ligados ao conforto ambiental (redução de odores, de vapor, e fumaça lançada à atmosfera).

Essas medidas são importantes para Suzano no sentido de qualificar positivamente o suporte urbano, para um perfil mais diversificado que o atual, de atividades econômicas, além, naturalmente, de representarem benefícios concretos para a vida quotidiana da população do Município.

Cabem, ainda na dimensão da ecologia urbana a melhoria das condições de conforto ambiental dos logradouros e bens de uso comum do povo. Ela deverá, para ser, conseguida, promover um intenso processo de arborização, baseado em plano setorial específico, que preveja os padrões quanto a espécies selecionadas, plantio e conservação, base de produção de mudas (viveiros e hortas), bem como programas de educação ambiental junto à Comunidade, sem o concurso da qual, tem provado a experiência, não há como chegar-se a resultados concretos na melhoria da qualidade do ambiente urbano.

Essas medidas deverão ser amparadas na Legislação de uso e ocupação do solo e na codificação de posturas municipais que se venham a estabelecer no Município na seqüência da adoção do presente Plano Diretor.

   XI POLÍTICA CULTURAL

A diversificação visada pelo Plano Diretor, quanto ao perfil de atividades do Município e a expansão da capacidade de seu suporte urbano, requer medidas na área cultural que favoreçam a expansão das formas de expressão e de busca do conhecimento no seio da comunidade local. Embora prevaleçam, ainda, em Suzano, traços culturais essencialmente utilitários, sendo relativamente escassas, em seu âmbito, as realizações e possibilidades de ação cultural, a escala que vai atingindo a população do Município, a expansão e diversificação mostradas pelo seu setor terciário, o reforço do integração da área no complexo metropolitano, a própria demonstração de zelo pelo ambiente urbano e pela qualidade espacial da Cidade evidenciada pelo programa recém concluído de pavimentação e melhoria das áreas centrais, sinalizam no sentido de que a atividade cultural acha-se no eminência de sofrer transformações e avanços.

Desde logo, não cabe ao Poder Público, pelas suas ações, realizar diretamente, ou tutelar, a produção de cultura no Município. O papel correto, e que a política cultural deve ter como assumido, da Administração, é o de oferecer condições operacionais e bases físicas que possam ser utilizadas pela comunidade local em sua atividade cultural.

Para atender a essas duas linhas de necessidade da produção cultural, a municipalidade procurará:
   - estabelecer um quadro das demandas e oferecer suporte para a realização de eventos culturais sugeridos pela Comunidade, através da oficialização dos mesmos e de sua inserção nos calendários locais e do Estado.
   - desenvolver um programa de habilitação de equipamentos descentralizados de pequeno porte e baixo custo de manutenção, propícios à realização de eventos e manifestações culturais podendo estabelecer, para os mesmos, formas de gestão compartilhadas com as associações locais de moradores;
   - equacionar e promover a implantação de um equipamento de grande capacidade e caráter centralizado, em condições de uso múltiplo por eventos e atividades culturais, que possa funcionar com a pólo disseminador de iniciativas e absorver a realização, no Município, de espetáculos e eventos culturais em geral, vindos de outros centros, promovendo, através dos mesmos, o estímulo e a atualização da produção cultural local: nesse sentido, o aproveitamento da área hoje objeto de tratativas com o INSS é oportunidade impar a ser efetivada.

No capítulo da memória histórica e da valorização das peculiaridades do processo de constituição do Município e de sua Comunidade, propõe-se: programa de recuperação, eventual restauração e animação do núcleo Baruel; programa de recuperação e valorização da memória da implantação ferroviária no Município como parte do estabelecimento do tronco Leste da Grande São Paulo; programa de recuperação da memória da imigração japonesa e da sua ação no desenvolvimento agropecuário local.

   XII ORIENTAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO

   XII.1 Subdivisões Espaciais

O Mapa nº 10 apresenta as subdivisões espaciais do território do Município que devem ser efetuadas com vistas à concretização prática das proposições espaciais, de política urbana e habitacional e de realização de projetos urbanísticos específicos. Essas subdivisões se distribuem, quanto a seu caráter e finalidade, na forma do arrolamento que se segue:
   a) subdivisões atendendo as proposições espaciais:
      - perímetro urbano (demarcação das áreas urbana e rural);
      - limites da área de proteção aos mananciais (APM);
      - limites da área de proteção associada ao vale do Tietê e suas várzeas (APA);
      - limites das áreas especiais arroladas no capítulo das proposições espaciais;
   b) subdivisões para fins de planejamento urbanístico de detalhe (abairramento / agrupamentos de unidades de abairramento);
   c) Subdivisões para fins de realização de projetos urbanísticos;
      - setor de terminais e integração multimodal do transporte de passageiros na área central;
      - área do Baruel.

   XII.2 Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo

A Legislação vigente de ordenamento do uso e ocupação do solo deverá ser revista e ajustada às determinações deste Plano Diretor, observadas as seguintes especificações:
   a) revisão do zoneamento para ajuste da tipologia de zonas e suas delimitações, sob as orientações;
      - manutenção das delimitações e características gerais das zonas ZUPI e ZUD existentes, com ajustes nas ZUPI II/ZUDs do extremo Noroeste do Município;
      - caracterização das zonas de concentração urbana em APM;
      - subdivisão da área urbana em áreas zoneadas de prioridade para ocupação, reserva e uso admitido / incentivado de caráter não urbano;
      - revisão e complementação de Corredores de Uso Múltiplo;
   b) incorporação de institutos sob o formato de ASRE - Áreas Sujeitas a Regime Específico, para suporte do tratamento a ser dado a áreas especiais, definidas pelas proposições espaciais;
   c) introdução sistemática, ao lado das determinações/restrições zonais, na norma, de critérios de tipo não-zonal (vinculados aos tipos de empreendimentos, a situações específicas de sítio, à compatibilidade locacional entre tipos de uso diferenciados);
   d) reclassificações sistemáticas das categorias e subcategorias de empreendimentos e atividades que configuram o uso do solo, das categorias e subcategorias de uso, de forma a possibilitar melhor enquadramento dos empreendimentos e atividades que requerem aprovação na Prefeitura;
   e) ajuste da classificação hierárquica das vias às propostas de transportes deste Plano;
   f) incorporação de institutos, e procedimentos correspondentes, para o desenvolvimento de "operações interligadas" e estabelecimento de tramitações preferenciais para tipos de empreendimentos / atividades a incentivar.

Para reformatação da legislação vigente de acordo com estas especificações, recomenda-se sejam tomadas como referência as legislações correspondentes de Salvador / Ba, Campo Grande / MS, Mogi das Cruzes / SP, e Cotia / SP que se acham disponíveis nos arquivos da Emplasa.

   XII.3 Projetos Urbanísticos

É proposta a realização dos seguintes projetos urbanísticos:
   a) Projeto Urbanístico e de Sistematização de Transportes e Tráfego para o Setor de Terminais e Integração Multimodal do Transporte de Passageiros na Área Central (delimitação conforme Mapa nº 10);
   b) Projeto Urbanístico de Recuperação, Restauração, Valorização e Ambientação da Área Histórica do Baruel (delimitação conforme Mapa nº 10).

   XII.4 Planos e Projetos Setoriais

Para a implantação de diretrizes e proposições constantes deste Plano Diretor, serão realizados os seguintes planos/projetos setoriais:
   a) Plano Diretor de Desenvolvimento Rural, conforme especificado na Lei Orgânica Municipal, art. 163;
   b) Plano de Lazer/Recreação, compreendendo Áreas Verdes / Espaços Abertos e Equipamentos Culturais;
   c) Plano de Transportes e Tráfego Multimodais de Passageiros.

   XII.5 Gestões Junto a Outros Poderes

Uma grande parte das proposições do presente Plano Diretor requer a feitura de gestões junto a outros níveis de governo, principalmente o estadual. Sem prejuízo de outras que venham se mostrar necessárias no curso da implantação, essas gestões são as a seguir arroladas:

Junto ao Estado:
   a) Setor Educação - visando a participação conjunta nos programas propostos de combate à evasão/reprovação e ao dimensionamento preventivo de médio e longo prazo da rede física;
   b) Setor Saúde - visando o ajuste das condições de atendimento às demandas evidenciadas neste Plano;
   c) Meio Ambiente - para fins de participação conjunta, com eventual conversão em projeto-piloto, em estudos de ajuste da área de concentração urbana compreendida em APM; igualmente, para compatibilização de normas e parâmetros de previsão para a APA Tietê;
   d) Transportes Metropolitanos - com vistas à participação do Município na modernização e melhoria do sistema ferroviário suburbano da CBTU, em seu processo de incorporação à Administração Estadual; de forma associada, a cooperação no plano urbanístico para as áreas centrais e a articulação nos projetos de atravessamento da faixa ferroviária;
   e) Transportes/Dersa - para articulação de planejamento do uso e acomodação de impactos nas áreas de influência direta da VPM e programa conjunto de acessos e vias paralelas locais;
   f) Condephaat - para cooperação conveniada no plano urbanístico do Baruel e nas iniciativas voltadas para a memória histórica de Suzano.

Junto à União:
   a) RFFSA - para articulação nas soluções de atravessamento das faixas ferroviárias;
   b) Petrobrás - para medidas de prevenção/acomodação das faixas de dutos.

Junto a Outros Municípios:
   a) Mogi das Cruzes - para articulação do programa de orientação do ensino superior;
   b) Municípios da Sub-Região - com vistas à sua incorporação institucionalizada nos atos de recriação da Região Metropolitana da Grande São Paulo.

   XII.6 Orçamentação

Neste campo, são as seguintes as orientações do Plano:
   a) melhoria da abrangência e do grau da informação cadastral com vistas à otimização do potencial de arrecadação do IPTU;
   b) incentivo à implantação, a nível do Estado, com participação conjunta dos municípios da Sub-Região Leste, das práticas da orçamentação regionalizada, envolvendo a consolidação e a compatibilização orçamentárias pelos três níveis de governo.

   XII.7 Processo de Planejamento Permanente Montagem e Gestão

Este processo se acha amparado em Projeto de Lei Complementar enviado à Câmara Municipal pelo Executivo, e aprovado (Lei Complementar nº 001/91) em fase preparatória da elaboração do presente Plano Diretor. Com base no referido Projeto, deverão ser tomadas as seguintes medidas de aparelhamento e organizacionais para a montagem e gestão do processo:
   a) criação do SMI - Sistema Municipal de Informações, abrangendo o cadastro técnico e incorporando ao repertório de levantamentos, tabulações e mapeamentos os dados e indicadores necessários ao planejamento e ao suporte ao processo decisório superior;
   b) informatização da unidade de planejamento, de forma a permitir o monitoramento das conjunturas, tendências e processos evolutivos no desenvolvimento do Município e do grau de implantação das propostas dos planos;
   c) criação do dispositivo colegiado consultivo integrante do sistema de planejamento-instalação e funcionamento regular do mesmo;
   d) definição de programação sistemática plurianual de planejamento, compreendendo o arrolamento e ordenamento, ao longo do tempo, das ações de preparação dos instrumentos de implantação, a saber:
      - legislação de ordenamento do uso/ocupação do solo
      - planos urbanísticos/específicos
      - planos setoriais
      - programas de ação
      - participação na gestão regional
   e) desenvolvimento de programa de divulgação das diretrizes do Plano Diretor e elementos da sua implantação junto a segmentos da Comunidade e representações organizadas destes;
   f) desenvolvimento de programa interno de nivelamento, capacitação e treinamento dirigido para o processo de implantação.



PLANO DIRETOR 1991

Anexo nº 02 da Lei Complementar nº ___/___ de ____ de ____ de 199__


DOCUMENTOS TÉCNICOS DE APOIO
(peças assessoriais da Lei Complementar nº ___/___, de ____ de ______ de 199__)
DT 01 Documento Técnico 01
Município de Suzano/SP
QUADRO ECONÔMICO/SOCIAL
DT 02 Documento Técnico 02
Município de Suzano/SP
INFRA-ESTRUTURA
DT 03 Documento Técnico 03
Município de Suzano/SP
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
DT 04 Documento Técnico 04
Município de Suzano/SP
ORDENAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
DT 05 Documento Técnico 05
Município de Suzano/SP
ORÇAMENTAÇÃO
DT 06 Documento Técnico 06
Município de Suzano/SP
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA PREFEITURA
ELEMENTOS PARA ORGANIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
DT 07 Documento Técnico 07
Município de Suzano/SP
Lei Orgânica Municipal
Legislação Corrente
PROPOSIÇÕES PARA NORMATIZAÇÃO E DISCIPLINAMENTO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO E DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA



PLANO DIRETOR 1991

Anexo nº 3 da Lei Complementar nº ___/___ de ___ de _____ de 199__


PLANTAS OFICIAIS
(originais sob custódia da unidade de Planejamento da Prefeitura Municipal)
PO 01 Planta Oficial 01
Município de Suzano/SP
DIVISÃO TERRITORIAL EM ÁREAS INTEGRADAS
PERÍMETRO URBANO
(Delimitação das Áreas Urbanas do Município)
PO 02 Planta Oficial 02
Município de Suzano/SP
UNIDADES DE CIDADE
PO 03 Planta Oficial 03
Município de Suzano/SP
DIRETRIZES ESPACIAIS 1991
PO 04 Planta Oficial 04
Município de Suzano/SP
SUB-UNIDADES ESPACIAIS PARA FINS DE PLANEJAMENTO URBANÍSTICO
PO 05 Planta Oficial 05
Município de Suzano/SP
DELIMITAÇÕES ESPACIAIS PARA ORDENAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


CRÉDITOS

Prefeitura Municipal de Suzano

Comissão designada pela Portaria 6.987/89, do Prefeito Municipal, Dr. Estevam Galvão de Oliveira, a 20 de julho de 1989, com as atribuições de atualização da legislação que dispõe sobre o use do solo urbano:
- Nelson Harada (Presidente)
- Carmen Lúcia Lorente
- Edmir Pereira Vidal
- Mayr de Souza
- Paulo Ernani Braga do Nascimento

Secretário de Planejamento
- João Jorge Roston

Chefe do Departamento de Planejamento
- Mayr de Souza

Equipe Técnica
- Carmen Lúcia Lorente, Arqº.
- Edmir Pereira Vidal, Arqº.
- Fumiko Sakai, Arqº.
- Mayr de Souza, Econ.
- Yuka Takahashi Pereira, Arqº.

Apoio
- Alexandre Spada, desª./proj.

EMPLASA

Diretor Presidente
- Theodomiro de Toledo Piza Neto (até 25/03/91)

Diretor de Desenvolvimento e Operações
- Raimundo da Cunha Leite (até 25/03/91)

Diretor Administrativo e Financeiro
- Amaury Paschoal de Pietro (até 27/08/90)
- João Américo de Andrade Martins (até 25/03/91)